BAD ENDING, final ruim.
SINOPSE. Uma família feliz, com honra e legado e uma criança manipulada pelos ideais da marinha por toda sua vida. Rudbeckia passou toda sua vida vivendo uma manipulação e mentira, ao descobrir o seu destino, ela decide fu...
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CAPITULO OITO. bebida amarga
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A BRISA SALGADA do mar invadia o convívio abafado da cabine. O som das ondas, sempre presente, parecia acompanhar o ritmo acelerado do coração de Ace. Ele estava sentado na beirada da cama, os dedos apertando nervosamente o bordado da coberta. Seus pensamentos estavam dispersos, oscilando entre a confusão de sentimentos que o haviam invadido desde que ele a beijara, e o medo profundo de não ser digno dela. Como poderia ele, com o seu sangue ruim, com o seu passado marcado de escolhas erradas, merecer alguém como Rudbeckia?
Rudbeckia... Ruby, como ele a chamava nas horas mais suaves. Ela era boa demais, linda demais, inocente demais para um cara como ele. Como se sua própria sombra fosse capaz de manchar qualquer coisa boa que tentasse se aproximar dele.
E naquele momento, ao olhar para ela pela última vez, quando a viu afastar-se dele, a porta batendo com uma força que ele sentiu em seu peito, algo dentro dele se quebrou de uma maneira que ele não sabia como remendar. O medo de magoá-la e, ao mesmo tempo, o desejo de mantê-la perto... Tudo isso o estava consumindo por dentro.
Ele ouviu a porta do quarto se abrir. Marco entrou com o semblante desconfiado. O velho amigo parou ao lado da cama, observando Ace de maneira que ele logo entendeu. Marco não precisava perguntar nada, ele sabia. O silêncio pesava mais que qualquer palavra, e a expressão de Ace era a mesma de sempre, mas com algo diferente – uma tristeza mais profunda.
— Você a magoou, não foi? — Marco disse, com uma tranquilidade que mais parecia um golpe. — Eu conheço esse olhar, Ace.
Ele não respondeu imediatamente. Seu corpo estava tenso, como se estivesse tentando entender a própria dor que sentia. Sabia que Marco tinha razão. Sabia que havia cometido um erro. A voz de Marco parecia um eco distante, quase uma acusação, mas ele não sabia como fugir dessa verdade.
— Eu não mereço ela, Marco — foi o que finalmente conseguiu dizer, a voz baixa e rouca.
Marco o encarou com uma seriedade que ele raramente mostrava.
— Você nunca vai saber o que ela sente se continuar se afastando, Ace. Ela pode ser boa, mas isso não significa que ela não queira estar com você. Você precisa decidir o que vai fazer com isso, porque, se ficar só se culpando, vai acabar perdendo o que nem mesmo percebe que tem.