Morreria Em Seus Braços

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Me levando as cinco da manhã percebendo que a cama ainda está vazia, mas ouço o barulho do chuveiro ligado e só agora eu respiro aliviada, finalmente ele chegou, me levanto da cama espiando adentro do banheiro pela porta entre aberta e eu congelo, um arrepio sem fim percorrendo todo o meu corpo. As roupas de Christopher estão jogadas no chão e estão sujas de sangue e eu posso sentir o cheiro forte de sangue misturado com o cheiro do sabonete dele. Coloco a mão sobre o peito respirando com dificuldade, o que foi que ele fez? Ele matou novamente, tem muito sangue. Fecho os olhos me lembrando das palavras dele naquele diário e de como ele torturou aquelas garotas e tenho certeza de que ele fez isso novamente. Será que ele mentiu para mim? Será que o assunto que ele foi resolver não era sobre aquela tal carga?
O chuveiro desliga e eu me afasto da porta respirando com dificuldade sentindo o medo em todos os meus ossos. Christopher sai do banheiro com uma toalha amarrada em sua cintura e para quando me vê de pé em frente a cama parada olhando para ele e acho que ele percebeu o meu olhar apavorado.
—Kiarah, o que faz acordada? —ele pergunta se aproximando de mim.
E mesmo com o medo horrível eu não posso deixar que admirar a sua beleza cruel, as gotículas de agua escorrendo em seu peito nu e a toalha prensa em sua pelve e o... engulo em seco...o volume embaixo dela me desconcentrando, os músculos as tatuagens sexy.
—O que você fez? —pergunto baixo afastando um passo quando ele se aproxima.
—Você quer mesmo saber? —ele pergunta me encarando com os olhos azuis gelados e os meus pelos se eriçam.
Balanço a cabeça, eu sei a resposta e não quero nem imaginar, porque sei que se eu quiser saber ele vai falar.
—N-não  —estou gaguejando e me odeio por isso, porque mostra o quanto estou com medo e eu conheço o meu namorado, sei que ele adora o medo e sente prazer com ele.
Ele se aproxima mais e eu bato na cama ao me afastar um pouco mais — Christopher enlaça a minha cintura me apertando contra ele e eu sinto todo o seu corpo pressionado contra o meu, o que não permite que eu pense direito, pouso a mão em seu peito respirando com dificuldade.
—Está com medo princesa —ele pergunta com o rosto impassível.
—Pare com isso Christopher —falo tremendo imaginando o que ele possa ter feito para chegar com as roupas cheias de sangue como chegou.
Ele ri baixo olhando para mim.
—Está tremendo, princesa, eu não vou machucar você —ele fala mordiscando o meu lábio inferior —pelo menos, não minto.
Perco o ar e ele me pega pelo pescoço me jogando na cama e fica em cima de mim me olhando com frieza.
—Chris...
—Fique quietinha princesa e não me questione mais sobre o que eu faço quando saio de casa —ele fala apertando um pouco mais meu pescoço. —o que eu faço quando estou com você não é da sua conta e se eu contar os detalhes do que eu fiz, você vai fugir e eu vou ter que ir atrás de você e você não que isso. Quer, princesa?
O meu ventre queima com excitação, eu gosto quando ele me pega desse jeito e gosto do sentimento de medo. Ele beija meus lábios e se levanta, desaparecendo em seu closet. Puxo o ar com força tentando acalmar as batidas do meu coração, me senti como antes, como quando vivia com ele no Brasil. Como eu posso amar um homem desses? Jesus!

Kendall e eu caminhávamos pelos corredores da faculdade rumo ao refeitório para podermos almoçar depois de três aulas muito maçantes e importantes

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Kendall e eu caminhávamos pelos corredores da faculdade rumo ao refeitório para podermos almoçar depois de três aulas muito maçantes e importantes.
—Então....aquele cara te trouxe para a facul hoje era aquele tal namorado seu do Brasil? —ela pergunta enquanto entramos no refeitório.
—É ele mesmo.
Minha amiga para de caminhar para me encarar, os olhos pretos dela me examinam antes de falar.
—Mas eu lembro que quando eu te conheci você estava com tanto medo de que ele te encontrasse, o que mudou?
Suspiro enquanto olho para a estufa tentando escolher o meu lanche.
—Nada, a verdade é que eu sempre gostei dele —admito porque já está mais do que na hora de eu sair desse ciclo de negação.
—Eu quero esse daqui —kendal pede para a atendente —e uma Coca-Cola —ela olha para mim —então ele não machuca mais você?
Balanço a cabeça em negativa para ela.
—Vou querer o mesmo que ela e um suco de laranja —peço antes de andarmos até uma mesa próxima —não mais.
Ela me olha ainda mais preocupada.
—Mas Jolie me disse coisas horríveis sobre ele, que ele machucava as garotas...matava.
Olho para o outro lado sentindo-me desconfortável — eu nunca aprovei essas coisas que ele faz, mas eu o amo e o fato de ele ser assim me excita, mas como eu vou dizer isso às pessoas.
—Eu o amo, o que eu sinto é muito forte e eu tentei ficar longe, mas... —respiro fundo —Christopher é tão intenso e eu meio que gosto desse jeito dele.
—Ah Kiara! —ela exclama dando uma mordida no seu lanche quando a garçonete coloca em nossas frente —você sempre gostou de caras perigosos? Sempre gostou dessa sensação de medo?
Mordo o meu lanche e tomo um gole do meu suco.
—Não, mas quando eu me vi presa lá no brasil com ele, eu tentava de todas as formas odiá-lo, mas eu não conseguida, eu sentia muito medo sim —paro buscando as palavras tentando explicar de uma forma clara —mas esse medo de deixava tão excitada e eu ficava cada vez mais apaixonada —explicou lambendo o Ketchup do meu dedo —eu cheguei a pensar que era síndrome de Estocolmo e foi por isso que fugi, mas quando eu voltei...
Olho para ela me lembrando de tudo o que eu senti quando estava realmente livre dele.
—Eu sentia a falta dele todos os dias, era como se uma parte de mim tivesse ficado lá com ele, uma parte do meu coração. —Meu coração bate um pouco mais rápido enquanto falo —eu sentia falta de tudo, dos olhos, do sorriso, da voz, dos braços fortes, do beijo e até do cheiro do cigarro dele.
Kendall sorri para mim segurando a minha mão como se estivesse sentindo tudo o que eu senti só pelo fato de ser a minha amiga.
—Você ama ele e por mais que seja um relacionamento perturbador, eu queria sentir isso por alguém e acho que ele ama você também —ela ri tristemente enquanto fala —eu fiquei observando vocês dois hoje de manhã enquanto vocês conversavam e ele pode até ser um psicopata como Jolie me disse, mas os olhos dele brilham quando olha para você e o sorriso é sincero demais, Kiarah.
Eu sorrio para ela concordando, é também por esse fato que eu o amo tanto. Nunca amei ninguém assim, nem mesmo Adam — quando eu vi Christopher depois de tudo, eu senti que poderia morrer nos braços dele naquele mesmo momento e eu morreria feliz e quando o peso de toda a saudade que eu sentia recaiu sobre mim quando eu vi aqueles olhos azuis lindos e gelados me encarando eu percebi que não era síndrome de Estocolmo porra nenhuma, eu realmente o amava e o amo...e acho que isso nunca vai mudar, mesmo eu morrendo de medo dele as vezes. Christopher era como o mar, azul, lindo e calmo, mas às vezes violento e intenso. A imensidão do seu amor sempre me embalava em ondas tranquilas quando precisava de aconchego, mas também me embalava em ondas grandes e abundantes quando precisava de emoção e prazer.

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