Meus Olhos Azuis

14 2 0
                                        

Notas Da Autora
Olá, queridos leitores. Eu sei que eu demorai bastante para postar os capitulos e eu peço desculpas, a história está chegando ao fim e eu queria escrever o melhor final possível para vocês. Foi dificil para mmim proque eu amo essa historia, amo esses personagens, espero que voces gostem dos proximos capítulos.
Deixem um comentário para me ajudar, deixem um voto, isso aqui é o meu grande sonho e eu quero muito que "A OBSESSÃO" se torne um livro fisico em breve, eu sei que eu tenho muito o que melhorar e aprender, mas tudo o que eu faço é de coração. Aproveitem os proximos capitulos.

Beijos.

—Thaynara Pollyanna

Meus braços doíam tanto que já estavam ficando dormentes, eu não sei mais quantos dias eu estava nisso. Acho que não tinha nada que doía mais do que ter minha melhor e única amiga aqui, jogada nos meus pés. O cheiro aqui dentro estava quase insuportável, vômito e o cheiro fétido de morte. Eu não conseguia olhar para baixo, eu apenas fechava os olhos e rezava para tudo isso ser um pesadelo ruim, tentava imaginar coisas boas na minha mente, criar fantasia e histórias felizes. Mas o cheiro e os barulhos desse lugar não me permitiam esquecer.
Martin era um monstro e me obrigou a ver aquela atrocidade, eu fechava os olhos e tentava não pensar naquilo, mas cada detalhe daquela cena estava tatuado na minha mente para sempre. Meu coração gritava por Christopher, para que ele me salvasse. A ironias era absurda, a um ano atrás eu estava fugindo dele como uma louca e agora a única esperança que ainda me resta é ele.
Sem querer eu caí em um choro descontrolado, não sabia em que momento a minha vida de tornou isso, eu tinha tantos sonhos, era para eu ser médica, era para os meus pais estarem na minha formatura, era para eu ouvir o som do piano todos os domingos, mas nada disso existia. Eu perdi tudo, perdi todos aqueles que eu amava, meu pai, minha mãe, minha tia, eu só tinha Jolie e Christopher e agora eu não tenho mais nada, nada. minha vida não valia mais nada — meu corpo todo tremia com o choro descontrolado, os ferimentos dos meus pulsos doíam a cada movimento do meu corpo e eu tentava não chorar mais, tentava não me mexer tanto, mas meus pés mal alcançava o chão, eu queria morrer, queria que tudo acabasse logo. Meu estômago revirou de novo quando olhei sem querer para ela, mas não tinha mais nada para vomitar, somente a dor em cada parte do meu corpo. Eu sentia uma sede absurda, fome nem se fala, minha cabeça pesava tanto que eu mal conseguia segurá-la, estava difícil me manter acordada e acho que já desmaiei três vezes. Eu estava quase caindo na escuridão novamente quando ouvi o som de um estalo seco, mais um e depois um grito abafado. Eu fiquei alerta com o coração disparado de medo, eu não tinha mais forças agora para enfrentar Martin. Tudo ficou em silêncio até o estalo do trinco da porta rangeu.

Esperei Martin entrar para terminar o que começou, mas acho que eu parei de respirar e as lágrimas brotaram de novo. A luz fraca do porão atravessou a porta entreaberta e como se Deus o tivesse trazido do próprio inferno para mim eu vi rosto dele surgir salpicado de sangue, vestido nas roupas pretas, em sua mão havia uma arma e seus olhos azuis brilhavam na minha direção, os olhos frios e letais que recaíram sobre mim me fazendo arfar.
O olhar dele tirou toda a dor e o medo que eu estava sentindo, me olhou como se eu fosse o seu tesouro perdido, como se eu fosse quebrar se tocasse. Christopher vacilou e a sua mão que segurava a arma tremeu. Sua mandíbula travou e ele ofegou, seu peito subia e descia enquanto ele fechava a distância entre nós — no momento em que ele chega até mim estende suas mãos trêmulas segurando meu rosto e o calor delas me fizeram querer chorar ainda mais.
— Kiarah... — ele sussurrou como se meu nome o ferisse mais do que qualquer tiro. — Eu cheguei, princesa, eu estou aqui.

As correntes rangeram quando ele subiu na caixa atrás de mim e começou a destravar os grilhões. Suas mãos estavam sujas de sangue, mas elas eram quentes e seguras. Meu corpo caiu quando ele me soltou, mas ele me pegou antes que eu caísse no chão, me segurou forte contra ele e eu me aninhei em seus braços sentindo o cheiro dele misturado com cigarro e sangue. O choro veio violento e as palavras saíram aos tropeços.
— Eu tentei... eu... — Minha voz mal saiu, um sussurro de desespero. — Eu tentei ajudar ela…
— Shhh... — Christopher me envolveu mais, os braços apertando, colando meu corpo destroçado contra o peito dele. — Eu sei, princesa... eu sei… eu vou fazer ele pagar. É uma promessa.
— Jolie... — solucei, enterrando o rosto na clavícula dele, o cheiro dele é a única âncora que tenho. — Ele a matou, Christopher... ele... ela gritou meu nome… e eu não pude fazer nada…

O corpo dele se enrijeceu e ele passou as mãos pelos meus cabelos tentando me acalmar.
— Eu vou matar ele, Kiarah — ele disse, com uma calma que é mais aterrorizante do que qualquer grito. — Eu vou fazer ele sofrer. Cada segundo. Ele vai desejar nunca ter nascido.

E eu acredito em cada palavra dele, Christopher nunca quebrou uma promessa que fez a mim, eu sei do que ele é capaz, mas mesmo assim tenho medo, porque Martin ainda está aqui em algum lugar e não vai nos deixar sair tão fácil assim.
— Ele ainda está aqui… — sussurrei contra Christopher. — Ele vai voltar. Ele gosta de brincar… ele nunca vai embora sem ver tudo desmoronar, ele quer você, quer matar você.

Christopher me afastou só o suficiente para olhar nos meus olhos. Aqueles olhos frios… agora estavam pegando fogo me olhando com tanto amor que não precisava falar nada.

— Então eu vou desmoronar ele primeiro, vou ruir esse lugar até não sobrar mais nada.

Ele me pegou no colo e se levantou, beijou minha têmpora e eu me permiti fechar os olhos e por mais louco que fosse, nos braços dele era onde eu sempre me sentia viva e segura.
—Eu te amo, me desculpa, me desculpa por ter deixado você… —as lágrimas me impediram de dizer mais.
—Para com isso, você nunca deixou de ser minha um dia sequer —ele falou beijando minha testa e me apertando mais contra ele, fazendo meu corpo machucado doer, mas eu não me importei.
Eu balancei a cabeça chorando, sentindo o calor do corpo sólido dele, mesmo depois que terminei com ele, que o mandei embora, ele veio me buscar, mesmo depois de ter feito ele chorar. Ele veio!
—Não, eu não mereço você…eu fiquei com outra pessoa —falei sentindo o coração doer mais do que o corpo.
—Shhh! Isso não importa mais, princesa, o que importa é que está viva e eu vou te tirar daqui respirando!

A Obsessão ❤️‍🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora