Kiarah era uma jovem frágil e sensível, que após perder todos que amava em um trágico acidente de avião, se viu desamparada e sem esperança. Foi nesse momento de vulnerabilidade que Christopher, um garoto misterioso e sedutor, entrou de mansinho em...
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ATENÇÃO!!! ESTE CAPÍTULO CONTEM UM TRECHO PESADO DE MORTE NA SEGUNDA PAERTE, SE VOCE É SENSÍVEL, RECOMENDO QUE PULE!
Meu coração batia forte, meu peito subia e descia, o dia então chegou, meu pai seria solto. Foi preso pelo assassinato da minha mãe quando eu tinha seis anos. Aquela foi a última vez que eu o vi, eu nunca fui visitá-lo uma vez sequer. Eu sentia ódio dele, ele matou a única pessoa que se importava comigo e que me amava de verdade. Meus olhos ficaram marejados com a lembrança dela, mas eu pisquei para espantar as lágrimas, eu não era mais assim, não era tão frágil e eu prometi para mim mesmo que depois daquele dia eu nunca mais choraria, que eu nunca mais seria vulnerável. Ninguém nunca me atingiria daquela forma, não mais. Terminei de ajeitar o moletom preto e puxei o capuz, amarrei meus coturnos e desci até a sala passando pelo hall de entrada, abri a porta do passageiro no banco da frente e o motorista seguiu em direção a penitenciária onde a gente buscaria o meu pai. Eu nem sabia porque eu estava indo até lá já que eu não me importava com ele e se estivesse morto seria muito melhor. Avistei de longe o homem alto e de cabelos pretos raspados caminhando na direção do nosso carro, os olhos verdes ainda eram gelados e sem emoção como na última vez que o vi. Ele agora tinha tatuagens pelo pescoço e parecia um pouco mais velho. Eu me encolhi no banco quando ele entrou no banco de trás, cerrei os punhos com força para controlar a minha raiva. E diferente do que eu esperava, ele não disse nada e não parecia nem um pouco arrependido pelo que fez, meu pai apenas entrou no carro e permaneceu em silêncio por todo o caminho. Bati a porta do carro com força quando chegamos em casa, me arrependendo de ter ido até lá buscá-lo. meu pai se aproximou de mim na sala me encarando com aqueles olhos gélidos e eu não pude evitar sentir medo. —A partir de hoje irá trabalhar comigo, para deixar de ser marica —ele falou com arrogância. —Eu não sou marica, porra nenhuma seu Farabutto! Ele riu baixo se aproximando de mim e agarrando meus cabelos com força me forçando a ficar de joelho. —Agora que voltei eu irei lhe ensinar direito, já que você é o meu herdeiro. Travei os dentes de dor e raiva. —Onde quer que eu trabalhe? —Comigo, na máfia italiana, temos que seguir nossas origens. Me livrei do agarre dele ficando de pé. —Eu sou brasileiro, como a minha mãe, você lembra dela? —perguntei o desafiando. —Que se foda aquela Sgualdrina, eu sou italiano caralho! E você é mestiço, então cale a porra da boca. Eu me calei sim, mas enfiei o meu punho na cara dele. —Nunca mais fale assim da minha mãe! Ele riu baixo limpando o sangue do seu lábio e depois falou: —Seu merdinha! Eu vou lhe ensinar uma coisa, se um dia sua garota dormir com outro homem —ele falava com raiva explícita —você mata a garota e o desgraçado que comeu ela, você me entendeu?! Ele saiu da sala me deixando sozinho e eu peguei um vaso de cristal na mesa de centro e o atirei na parede gritando com raiva — aquele desgraçado do caralho! Depois da cadeia ele ficou ainda pior. Peguei o meu celular e disquei o número da única pessoa que seria capaz de me confortar naquele momento. —Oi amor, o que foi? —a voz dela soa do outro lado da linha. —Onde você está? —Saindo da academia. —Eu vou buscar você —falei desligando o celular em seguida. Kyla era a minha namorada, linda, cabelos cor de mel e olhos amendoados, ela era alta e em forma. Eu a conheci nas muitas das festas que eu frequentava, mesmo tendo 16 anos, já que eu não tinha ninguém para me impedir e acho que mesmo se meu pai estivesse solto ele não se importaria. Peguei a Mercedes que era da família e sai de casa, eu era menor de idade e não podia dirigir, mas eu não ligava, eu sempre fazia tudo o que queria e na hora que eu queria. Estacionei em frente a academia em que Kyla frequentava, então fiquei esperando por ela. Minutos depois ela apareceu e sorriu ao reconhecer o meu carro, ele tinha os vidros todos escuros. —Oi amor, como foi? —ela perguntou assim que entrou no carro. —Péssimo, como eu imaginei. —Ele não pediu desculpas? Eu ri baixo pegando um cigarro de menta. —Ele nunca pediria desculpas, ele nem se arrepende do que fez. Ela me olhou com tristeza e acariciou o meu cabelo com ternura, dei uma longa tragada e baforei a fumaça fechando os olhos e tentando relaxar — liguei o carro e dirigi em direção a um lugar mais reservado, Kyla era quatro anos mais velha do que eu e sinceramente, não me importava com isso. Eu dirigia tranquilamente com o braço para fora do carro segurando cigarro aceso entre os dedos. ela podia ser mais velha do que eu,mas eu sabia comer ela muito bem e faze-la gritar como uma cadela no cio.