𝖾𝖽𝗎𝖺𝗋𝖽𝖺 𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗏𝗂𝖾𝗐. 📌𝐒𝐈𝐍𝐓𝐎 minha cabeça doer um pouco e quando vou acordando aos poucos me lembro de tudo que aconteceu e olho em volta vendo que eu estava no hospital.
Eu olho desesperada pra todos os lados vendo se eu encontrava alguém e parecia que eu tava sozinha lá de novo.
— ei, calma. — a voz do Apollo me acalmou no instante que eu ouvi e a minha única reação foi chorar
— eu tô aqui, amor. — ele falou passando a mão pelo meu rosto enquanto eu chorava
— foi horrível, Apollo. — eu desabo
— eu sei, mas ele vai ter o que merece. — ele fala me dando um beijo na testa
— deita aqui comigo? — eu pergunto e ele assente deitando na cama comigo deixando o maior espaço pra mim
Eu precisava dele perto de mim, aquele tempo com aquele doente perto de mim foi horrível, ele não tocou em mim de forma sexual, mas só o jeito que ele me olhava me dava medo, mas eu não me demonstrei fraca em nenhum momento.
Eu só deito no colo do Apollo e choro tudo que tinha que chorar e matando a saudade que eu tava do meu japonês.
Eu estava com o olho roxo, a boca estourada e o supercílio aberto, essa é a punição pela escolha errada de quando eu tinha 16 anos.
Apollo recebe uma mensagem no seu celular e de desvincula de mim com cuidado alegando ser importante.
— amor, vou precisar ir lá na recepção rapidinho tá? — ele fala e eu concordo e ele sai
Depois de alguns minutos ele volta e eu vi que tinha mais gente atrás dele.
— tem gente que quer te ver. — ele entra e logo revela meu pai e a minha mãe
— oi mãe, oi pai. — eu falo a última parte meio sem graça
— graças a Deus que você tá bem, filha. — minha mãe vem até vim me dando um beijo na testa
— trouxe pra você. — meu pai me estende um girassol e eu sorrio abertamente como agradecimento
Qualquer pessoa naquela sala reconhecia o clima de merda que estava entre eu e meu pai, não posso mentir sobre isso. Eu sou muito magoada com o meu pai ainda, a pessoa que eu mais queria que me apoiasse me desamparou no momento que eu mais precisava dela e nesse momento, eu agradeço muito ao Apollo por não ter deixado nada faltar pra mim.
— Apollo, preciso de ajuda pra pegar uma encomenda no carro, você me ajuda? — a minha mãe é uma pessoa péssima mentindo, ela queria que eu conversasse com meu pai
— ajudo sogra, 'vamo lá. — ele pisca pra mim antes de sair do quarto
— você tá bem? — ele quebra o silêncio que havia ali
— só um pouco dolorida. — respondo
— pai, posso te perguntar uma coisa? — ele assente — o senhor ainda me ama? — digo com a voz já embargada e vejo os olhos do meu pai se encherem d'água
— claro, minha filha. — ele responde sentando na cama — o pai nunca deixou te amar, eu só me deixei levar pelas minhas frustrações. — ele explica
— eu nunca quis que você se frustasse igual eu me frustrei, por isso eu fui tão duro com você. Quando o Apollo chegou lá em casa falando pra sua mãe que você tinha sumido, meu coração doeu tanto que eu achei que eu ia morrer. — ele da um riso
— a vida inteira foi eu, você e sua mãe. — sim, eu sou filha única. — e você sempre me falava que queria virar cantora ou rapper e eu sempre entendi isso como uma brincadeira, mas quando você começou a frequentar as batalhas e mostrar que você realmente sabia fazer, eu fiquei com medo. — ele fala
— mas, medo de que? da cultura? — eu pergunto
— não, medo do que você escutaria, a última coisa que um pai ou uma mãe quer na vida é ver um filho sofrer, pituca. — ele me chamou pelo apelido que ele me chamava quando era pequena
Quando ele falou sobre um pai e uma mãe nunca querer ver seu filho sofrer eu senti uma coisa diferente no meu peito.
— me desculpa por ter sido tão rebelde e não ter entendido também seu lado da história, mas pai, eu sinto tanto a falta do senhor. — eu falo
— a culpa é minha filha, não é sua. — ele chega mais perto pegando na minha mão — eu prometo que dessa vez vai ser diferente, ok? — eu confirmo e ele me dá um beijo na testa me abraçando
— eu te amo tanto, pai. — falo por último deixando meu corpo lembrar do abraço do meu pai que eu não ganhava a muito tempo
Na época da escola nunca fui de tantos amigos, meu pai era meu melhor amigo até eu começar a rimar e andar pelas rodas de rima, mas independente de tudo ele vai ser pra sempre meu herói.
— FINALMENTE. — minha mãe chega no quarto e me encontra abraçada com meu pai
— resolvidos? — Apollo pergunta e meu pai e eu concordamos
— deu certo, viu sogra? — eles fazem um toque que com certeza foi invenção do Apollo
— quando eu vou embora? — pergunto cansada
— agora, viemos te buscar. — Apollo fala e eu suspiro aliviada
Eu saio do quarto com a ajuda dos meus pais e do Apollo e entramos no carro depois de ter nos despedido dos meus pais.
— finalmente vou ter minha casinha de volta. — falo entrando no carro
— saudades de você lá pra atazanar meus dias. — ele fala e eu dou um selinho nele
— obrigada por me salvar em todos os sentidos. — falo e ele sorri me dando mais um selinho
Encosto a cabeça na janela do carro olhando e rua e de vez em quando dava umas olhadas no Apollo que tava mais quieto que o normal, alguma coisa tava acontecendo.
Chegamos em casa depois de longos minutos e eu entro sentindo o cheirinho da minha casa depois de um tempo longe, é tão bom chegar em casa.
— vou tomar um banho pra tirar esse cheiro de hospital. — vou caminhando até o banheiro
— quando você sair, a gente pode conversar? — ele fala e eu concordo com uma expressão confusa
Tomo um banho relaxante, mas rápido por que fiquei curiosa com o que o Apollo quer me dizer.
— pronto amor, acabei. — saio do banheiro e sento no sofá
— amor, quero que você seja sincera. — ele fala e eu assinto — você sabia da gravidez? — ele fala e eu travo
— que gravidez? — eu pergunto
— amor, o médico me disse que você tá grávida de 3 semanas, você realmente não sabia? — ele fala
Que? Grávida? Como assim grávida? Eu tô grávida?
— claro que não Apollo, se eu soubesse eu te contaria. — eu levanto e vou na cozinha pegar água
— por que ninguém no hospital me disse? — eu bebo água
— eu pedi pra não contarem, queria eu contar. — ele fala
— Apollo, como que você tá tranquilo? a gente vai ser pai. — eu falo nervosa
— amor, a gente já vai fazer 4 meses juntos, calma. — ele chega perto de mim
— e se eu não for uma boa mãe, Apollo? Me diz? Eu tenho 20 anos. — eu boto a mão no rosto
— você vai ser a melhor mãe do mundo pra essa criança amor, para de noia. — ele tira as mãos do meu rosto e sussurra um "eu te amo"
To tentando processar ainda tudo, tá tudo muito cedo. Eu acabei de sair do hospital depois de ter sido sequestrada por um maníaco que eu namorei quando tinha 16 anos e quando eu volto pra casa, eu descubro que eu tô grávida.