Capítulo 23: As vezes temos que ser egoístas.

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- Se está com ciúmes, porque não me chamou para dançar? – questiono.

- Primeiro: não estou com ciúmes – responde ele – Segundo: a maluca da sua prima te arrastou para longe.

- Essa é sua desculpa? – questiono fingindo estar mal-humorada.

- Não estou me desculpando – diz ele – Vim aqui chamar você para dançar.

- É assim que você chama uma mulher para dançar? – questiono pousando as mãos na cintura.

Miles respira fundo e faz uma reverencia.

- Vossa chatice real gostaria de dançar comigo? – ele estende a mão.

Eu rio e aceito sua mão. Miles coloca a mão em minha cintura e eu coloco a minha em seu ombro.

- O que estava fazendo até agora?

- Estava tentando me livra das damas da corte – responde aliviado.

- Conheço alguns truques para me livrar delas – comento – eu te ensino mais tarde.

- Acho que vou aceitar.

Olho ao redor e vejo os casais mais próximos do que o normal, claro que está tocando uma música lenta, mas as lentas costumam ser propositalmente tocadas para os casais em bailes. Alguns esperam esse momento com a intenção de ter seu par mais perto, não pode ser o caso de Miles. Embora meu rosto já esteja no ombro dele.

- Você ainda não me deu meu presente – digo com a intenção de fugir dos meus pensamentos.

- Deixei-o no seu quarto – revela ele.

- Então eu tenho que velo agora – me solto de seus braços e sai em direção as escadas, mesmo com os olhares confusos de todos os convidados caminho rápido pelos corredores longos do palácio escutando sons de passos cada vez mais altos e sentindo o peso da tiara na cabeça.

Estou quase no corredor de meu quarto quando sinto algo tocar meu ombro. Me viro bruscamente e percebo que é Miles.

- Calma sou só eu – ele diz.

Aceno com a cabeça e continuo andando até chegar no quarto. Abro a porta e encontro um embrulho quadrado em cima da cama. Vou até ele animada, mas êxito por um segundo.

- Pode abrir – insiste Miles.

Coloco as mãos na tampa da caixa e a retiro rapidamente com os olhos fechados. Levanto as pálpebras lentamente enquanto a imagem peluda e fofinha se formando diante de mim. Solto a tampa da caixa e pego aquele pequeno filhotinho com orelhinhas laranjas em meus braços.

- Own – pronuncio – ele é lindo.

- Ela – corrige Miles - É um Cavalier King Charles Spaniel espero que goste.

Puxo Miles para um abraço muito feliz.

- Obrigada.

- Foi um prazer – ele responde – mas tem que escolher um nome.

- Ela é tão fofa – digo – que tal cetim?

- Você é péssima em dar nome para cachorro – rebata ele.

- O que você sugere? – Miles encara a cachorrinha por um instante e responde:

- Fuinha.

- Nem pensar – digo.

- Mas ela tem cara de fuinha.

- O nome dela é Molly – confirmo – sem acordo.

- Ainda bem que eu não sou o seu cachorro – responde ele indo até a varanda.

O conto de Dimirard.Where stories live. Discover now