CAPÍTULO VINTE E CINCO

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O FIM DOS DIAS

Quando Han voltou para o estábulo, após a ida às feiras, a febre de Mari estava alta de novo.


Parecia queimar sua carne - o rosto dela tornara-se perceptivelmente mais macilento e fino


desde que ele estivera em casa e sua pele adquirira um tom amarelado e doentio. Ele já vira isso


antes, e nunca era um bom sinal.


Por isso, ele foi atrás do curandeiro em Beco da Tripa e fez o homem vir, com a promessa de


pagar o dobro do preço em um dia ou dois. Ele veio, suando e com um olhar furtivo, sem


dúvida consciente da reputação sanguinária de Alister Algema e preocupado com o preço do


erro. O curandeiro deu a Mari quatro infusões com cheiro ruim e acendeu um incenso


desconhecido que liberou fumaça amarelada e fedorenta no cômodo. Depois de uma hora em


sua presença, Han concluiu que ele era um charlatão, mas sua mãe insistiu que Mari parecia


melhor, e respirava com mais facilidade.


Na manhã seguinte, Han deixou a cidade, em desespero, e caminhou todo o percurso até a


Trilha de Pinhos Marisa, com a intenção de trazer Willo de volta com ele para tratar de Mari.


Quando chegou ao acampamento, ele descobriu que ela se fora para a montanha de Althea para


fazer o parto de uma criança. Sabiá estava fora com os Demonai e Dançarino se fora com Willo,


portanto, de modo geral, foi uma viagem perdida. Han dormiu algumas horas na Cabana da


Matriarca, depois retornou para Fellsmarch e deixou um recado para que Willo viesse assim que


fosse possível.


De volta à cidade, ele foi direto para a Feira de Ponte Austral até a loja de Taz. Embora já


fosse tarde, Han sabia que o vendedor dormia nos fundos, para não deixar o valioso inventário


desprotegido. Han precisava de dinheiro rápido e não demoraria para que a Guarda estivesse


sobre ele de novo, então ele teria que deixar a cidade de vez.


Quando Han espiou através das vitrines da loja, viu o vendedor de pé atrás da escrivaninha,


guardando os papéis apressadamente em uma bolsa de couro. Quase como se estivesse


arrumando as coisas para ir embora.


Taz deixou cair a xícara de chá quando a campainha acima da porta anunciou a entrada de


Han na loja. Quando o vendedor ergueu os olhos e viu o garoto, abriu um sorriso nervoso.


- Algema! Aí está você! - O grande homem enxugou os papéis sobre a escrivaninha


freneticamente com um pano. - Onde você esteve? Encontrei um comprador para o entalhe


que você me mostrou. Ele está muito ansioso para vê-lo. - Taz sempre os chamava de "entalhes"


ou "obras de arte". Ele nunca admitia o fato de que eram peças mágicas e ilegais.
- Verdade? - disse Han. Era imaginação sua ou o vendedor parecia incomumente nervoso?


- Ele aceitou o preço mínimo, então?


- Sim. Sim. Ele está disposto a pagar, embora queira ver o objeto pessoalmente. Você está

O Rei DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora