UM BAILE DE PRETENDENTESA tarde estava terminando quando Raisa finalmente subiu a escadaria curva de mármore que
levava à torre da rainha. Tudo nela doía; estava imunda e fedia a fumaça. Mellony já estava no
banho. Raisa ouviu a irmã cantando e espirrando água ao passar diante dos aposentos dela no
alto da escadaria. Mellony estava sempre tão terrivelmente animada.
Raisa tinha se mudado para novos aposentos depois de voltar do Campo Demonai; maiores,
mais elaborados, dignos de uma princesa-herdeira de quase 16 anos, ou seja, quase pronta para
casar. Originalmente, ela tinha sido designada a um conjunto de aposentos próximo à ala da
rainha, forrado em veludo e damasco, equipado com uma imensa cama com dossel e um
armário, todos de cerejeira. Parecia lotado mesmo quando Raisa estava sozinha.
Raisa tinha implorado à mãe a reabertura do apartamento no extremo oposto do corredor,
que tinha permanecido interditado e ignorado desde sempre. Havia muitos apartamentos
fechados no Castelo de Fellsmarch, já que a corte era menor atualmente, mas poucos com uma
localização tão privilegiada, com acesso direto à rainha.
Alguns servos veteranos diziam que o apartamento tinha sido abandonado porque sua parede
de janelas o fazia frio no inverno e quente no verão. Outros contavam que era amaldiçoado, que
tinha sido daquele exato quarto que Hanalea fora raptada pelo Rei Demônio há mil anos, o
incidente que levou à Cisão. Nessa versão, a própria Hanalea tinha ordenado que o apartamento
fosse lacrado, jurando que jamais pisaria nele novamente.
A lenda afirmava que o fantasma de Hanalea às vezes aparecia na janela em noites
tempestuosas, com mãos estendidas, os cabelos soltos serpenteando ao redor da cabeça,
chamando por Alger Waterlow.
Isso era simplesmente ridículo, pensou Raisa. Quem esperaria numa janela por um demônio,
ainda por cima chamando seu nome?
Quando a mãe de Raisa finalmente cedeu, e os carpinteiros removeram as barreiras, foi
descoberto um conjunto de aposentos congelados no tempo, como se o ocupante anterior
pretendesse voltar. Os móveis estavam reunidos sob lençóis para protegê-los do sol brilhante que
penetrava pelas janelas empoeiradas. Quando as cortinas foram removidas, os tecidos brilhavam,
surpreendentemente vibrantes após mil anos.
Os objetos da última ocupante estavam arrumados exatamente como ela os deixou. Uma
boneca com um vestido antiquado espiava de uma prateleira no canto. Tinha uma cabeça de
porcelana com olhos azuis vazios e longos cachos loiros. Havia pentes e escovas espalhados na penteadeira, com cerdas roídas por camundongos, e, arrumados sob um espelho prateado, frascos
cristalinos de perfume há muito evaporado.
Vestidos de uma era perdida estavam pendurados no armário, feitos para uma menina alta e
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Rei Demônio
LosoweAgora ela ta certa. sério mano essa coisa ta difícil kkkkk certo gente deixem q eu explique o q aconteceu. primeiro, o outro livro começou a dar problemas nos capítulos, Oq? bem eles começaram a se apagar sozinhos do nada, a ordem dos capítulos muda...