OLHOS E OUVIDOSNo dia seguinte ao incêndio da montanha, Raisa passou toda a manhã com o novo tutor de
idiomas e tentou enrolar a língua ao redor das vogais suaves do sul. Tamric era uma língua
confusa por causa de sua imprecisão e duplos sentidos. Feita para a política. Raisa gostava muito
mais das ênfases firmes da língua do Vale ou das nuances sutis da língua dos clãs.
Quando estavam terminando, o mensageiro da rainha trouxe um pedido para que Raisa se
juntasse à mãe ao meio-dia em seus aposentos. Isso era estranho o bastante para que Raisa se
perguntasse em que tipo de encrenca se metera.
Quando o camareiro acompanhou Raisa até os aposentos de sua mãe, ela encontrou a mesa
posta para duas pessoas. A mãe sentava-se junto ao fogo, os cabelos claros estavam soltos e um
xale reluzente de seda descia ao redor dos ombros dela. Parecia que a rainha sempre estava com
frio. Ela sofria como uma delicada flor das terras baixas transplantada para um clima inóspito.
Em contraste, Raisa sentia-se como o resistente líquen alpino, escuro, teimoso e rente ao chão.
Raisa inclinou-se para a mesura e olhou ao redor ao fazer isso.
- Mamãe? Apenas nós?
Marianna deu um tapinha na cadeira a seu lado.
- Sim, querida, mal tivemos chance de conversar desde que você voltou de Demonai.
Graças ao Criador, pensou Raisa. Ultimamente, parecia que ela nunca tinha chance de ficar a
sós com a mãe. Lorde Bayar estava sempre por perto. Esta era a chance de conversar com a
rainha sobre a questão dos mercenários. Talvez ela pudesse até persuadir a mãe a intervir e
ordenar ao capitão Byrne que enviasse Amon para a guarda pessoal de Raisa.
A garota se sentou perto da mãe, e Marianna serviu o chá de um bule pesado sobre a mesa.
- Você está bem, depois daquele susto pavoroso em Hanalea? - perguntou a rainha. - Eu
não consegui dormir na noite passada. Devo pedir a lorde Vega que a examine? - Harriman
Vega era o médico da corte.
- Estou bem, mãe - falou Raisa. - Alguns calombos e hematomas, é tudo.
- Graças aos Bayar - disse Marianna. - Temos muita sorte pelo nosso Grão Mago, e o
jovem Micah parece ter herdado o talento de lorde Bayar, não acha? E sua bela aparência -
emendou ela e deu uma risadinha afetada.
- Os Bayar são impressionantes. - Raisa tomou um longo gole de chá e recordou o
encontro com Micah no corredor, perguntando-se quando e se deveria mencioná-lo.
- Como vão os seus estudos? - indagou Marianna. - Temi que você pudesse ter se
esquecido de tudo que já tinha aprendido, depois de ficar isolada nos Campos por tanto tempo, mas recebi boas notícias dos seus professores. - Ela parecia levemente surpresa.
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O Rei Demônio
De TodoAgora ela ta certa. sério mano essa coisa ta difícil kkkkk certo gente deixem q eu explique o q aconteceu. primeiro, o outro livro começou a dar problemas nos capítulos, Oq? bem eles começaram a se apagar sozinhos do nada, a ordem dos capítulos muda...