Edward levantou-se às sete da manhã. Era um pouco tarde para seus horários sempre bem controlados, mas não se importou. Sua vontade era ficar na cama até que estivesse na hora de encontrar-se com Charlotte. Havia marcado para o final da tarde, mas não conseguia se conter.
Desceu as escadas correndo, após vestir-se, e cumprimentou os criados, que já estavam esperando-o para o café da manhã.
- Demorou-se hoje, senhor. Está se sentindo bem? – Perguntou Emília, uma das mais novas criadas. Edward sempre fora gentil com quem lhe servia.
- Sim, Emília. Agradeço o interesse, mas estou perfeitamente bem. Não há com o que se preocupar.
Emília assentiu e se retirou. Edward pôs-se a comer, mas logo foi interrompido.
- Edward, meu filho. Espero que não se importe com minha visita. – Edna sorriu cordialmente ao sentar-se na mesa, ao lado do filho mais velho.
Edward olhou-a com espanto.
- Desde quando a senhora está por aqui? Por que não me acordou?
- Ora, não seja bobo. Não iria atrapalhar seu sono por nada.
- Não é nada, mamãe. – Ele sorriu – sei que, se chegou ao ponto de vir até aqui, é por que existe algo, sim. Espero ficar sabendo antes do término da refeição.
- Porquê? Algum compromisso urgente?
Ele balançou a cabeça, negando.
- Apenas curiosidade.
Edna riu com vontade.
- Você não muda, mesmo. Bem, serei breve, então. – Ela começou – sei que você ficou curioso, para variar, com o assunto do falecido sr. Macclesfield. – Edward assentiu, mastigando o pão – e confesso que também passei a pensar muito no assunto depois de mencionado. Haviam e creio que ainda há coisas que não me recordava sobre isso. Foi algo muito importante e que correu na boca de toda Londres quando aconteceu. Não que seja nada demais, realmente, mas você sabe... as pessoas falam mais da vida alheia do que da própria. É sempre um escândalo quando a vizinha faz algo errado, mas ninguém se põe no lugar dela.
- O que quer dizer com isso?
- Quero dizer que, com certeza, Eloise Macclesfield teve e tem algum motivo para não revelar a verdadeira identidade da garotinha. De onde ela veio, quem ela verdadeiramente é.
- A senhora acha que há um motivo para isso tudo?
- Com certeza, Edward. Com absoluta certeza.
Xxx
Lucy voltou cabisbaixa. Dissera à mãe que só daria uma volta no jardim, para espairecer, passar as horas, mas Charlotte sabia que ela estava com Linus.
- O que houve, Lucy? – Perguntou Charlotte, quando encontrou com a irmã no corredor.
- Linus... – ela disse, tão baixo que foi quase inaudível. Charlotte esperou uma resposta. Quando Lucy percebeu isso, continuou – Ele terá que viajar... resolver algumas coisas importantes, mas não sei quais.
- Ah, Lucy. Não fique assim. Você confia nele, sei disso. E eu até que gostei dele. Você sabe que ele voltará em breve.
- Ele não me deu endereço algum para nos correspondermos. Disse que não se sente à vontade mandando-me cartas, pois sabe que mamãe pode vê-las.
- Isso logo passará. Não se preocupe.
Charlotte esfregou o braço da irmã, num gesto que tentava passar conforto, mas logo virou-se e saiu andando. Tinha um destino importante.
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Um Casamento Adorável
Narrativa StoricaEdward Crane está confortável em sua vida de solteiro. Charlotte Macclesfield está em sua primeira temporada, não necessariamente buscando um marido, mas aberta às possibilidades. Quando ela conhece o herdeiro da família Crane, não imagina o que p...