Capítulo 27 - apenas por prazer!

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Sete dias nunca haviam passado tão depressa na vida de Lua.
Já fazia uma semana que haviam voltado de Toronto, mas para Lua mal tinham se passado três dias.
- E você e Micael? - Lua perguntou sentindo o café quente descendo pela garganta.
- Estamos brigados desde ontem. - ela respondeu de mau humor
- E qual foi o motivo desta vez? - ela perguntou rindo.
Já havia se acostumado com isso. Eles viviam brigados...
- Ele veio com um papo de querer uma relação mais serio.
- Ainda não entendi... - Lua admitiu voltando a tomar o café.
- Eu não quero nada serio... com um advogado.
Lua revirou os olhos e a repreendeu :
- Você e essa sua mania de achar que só porque um advogado te magoou, todos os outros vão fazer o mesmo...! Você pensaria da mesma forma se fosse um... carteiro ?
- Não sei. Um carteiro nunca me deu o fora. - ela disse indiferente - E falando em relação seria Dona Lua, me diga... Como vai você e o Arthur?
- Estamos bem. - ela disse chacoalhando os ombros - Tudo na mesma.
- Sei... - Sophia disse não acreditando - Vai me dizer que vocês transam e depois ficam como dois desconhecidos? Por favor, nem eu consigo fazer isso!
Lua ficou em silencio. Afinal, desde que voltaram de viagem ela tinha adotado uma maneira bastante eficaz de não se envolver emocionalmente.
Toda noite era a mesma coisa. Ele chagava, eles jantavam, e depois ele trabalhava enquanto ela tomava banho e cuidava do restante da louça, e só mais tarde ele vinha ao seu encontro, e beijava com volúpia a pegando nos braços e transavam como dois loucos. Então, no topo do alto controle, Lua esperava ele adormecer profundamente e com cuidado, ai até o seu quarto e dormia... sozinha.
Ela estava absolutamente decidida que tudo aquilo não passaria de um envolvimento físico. Nada de amor... apenas prazer.
- Esta escrito na sua cara que você esta apaixonada! - Sophia disse rindo - E você, uma cadela desnaturada, não quer me dizer a verdade.
Lua riu e lhe mostrou o dedo do meio.
- Eu não estou envolvida emocionalmente. Tudo não passa de prazer.
- Qual é você esta apaixonada... estão juntos a o que ? Um mês e meio, e ele já sabe todas as suas manias esquisitas. Você esta apaixonada, e algo me diz que ele também.
- Não seja infantil, sua idiota.
Sophia riu.
- Você jura que me engana neh amiga-irmã? - disse balançando a cabeça parra os lados
- E você irmã? - Lua disse desafiadora - Acha mesmo que eu acredito nessa história de "eu não quero nada a serio com um advogado"? Fala serio, você esta caidinha por ele.
- Não é nada disso. Você é muito criacionista.
- Oh sim, e o fato da escova de dente dele já estar ao lado da sua também é criação minha...
- Deixei que ele fizesse isso porque quando ele dorme lá em casa fica mais fácil, nada de mais. O que é uma escova de dente?! Todo mundo tem uma escova de dente!
Lua estava disposta a continuar a discussão mas o barulho da porta anunciou que já não estavam mais sozinhas:
- Lua, cheguei. - Arthur gritou - Micael esta comigo a Sophia ainda esta aqui?
- Estamos aqui na cozinha! - Lua gritou de volta rindo, enquanto Sophia arrumava seus cabelos freneticamente e apertava as próprias bochechas as deixando vermelhas.
- Olá meninas. - Arthur disse ao mesmo tempo que Sophia tomou um gole de café tranquilamente.
- Olá meninos. Micael, você não morre tão cedo. Estava agora mesmo falando de você com a Soph. - Lua disse sentindo o olhar da loira lhe fuzilar.
Sophia só olhou para Micael quando ele se sentou ao seu lado na mesa
- Soph. - ele disse sorrindo
- Micael. - ela disse seria.
Arthur caminhou até Lua e lhe deu um beijinho nos lábios:
- Posso saber do que estavam conversando? - Mica quis saber
- Estávamos falando de coisas "nada emocionais", não Luazinha? - ela disse como uma indireta.
- Já nem me lembro do que estávamos falando querida. - Lua disse mudando de assunto. Afinal aquele não era um território nada seguro para que Lua se aventura-se - Como foi o dia de vocês?
- Foi difícil e cansativo. - Arthur respondeu.
Micael parecia nem ter ouvido nada distraído de mais cochichando alguma coisa no ouvido de Sophia que riu com vontade e depois lhe deu um tapa no braço, para logo depois colar seus lábios no dele demoradamente.
- Olha quem fez as pazes! - Lua zombou, e Arthur ajudou provocando;
- Ainda bem, não aguentava mais o Mica resmungando...
Eles riram divertidos, enquanto Mica e Soph pareciam definitivamente não escutar nada ainda sorrindo.
- Vou começar a fazer o jantar, algum pedido especial? - Lua perguntou vendo que aqueles dois não se soltariam tão cedo.
- Não se preocupe com o jantar. - Micael garantiu - Nós já estamos de saída. Temos outros planos.
Lua revirou os olhos rindo. Pelo sorriso malicioso estampado no rosto de ambos, era fácil adivinhar quais eram os planos.
- Vocês são meio que muito pervertidos ! - ela brincou, fazendo todos rirem.
- Bom, vamos nessa! - Sophia disse levantando e pegando a sua bolsa.
Mica logo levantou e a acompanhou em direção a porta, porem antes de sair Sophia fez questão de gritar:
- Ah... e você Senhor Arthur Aguiar, tente não cansar muito a Lua esta noite. - ela disse provocando.
Antes que Lua pudesse dizer alguma coisa ouviu a gargalhada de Mica e de Arthur ecoarem. E então Sophia lhe mandou um beijinho cínico e deu uma piscadela em sua direção.
Lua pode sentir as próprias bochechas queimarem enquanto a porta se fechava.
Aquela cadela idiota ...
Não demorou muito até que o barulho do motor dos carros cessassem, sinalizando que a partir de agora eles estavam sozinhos... Eles o maldito silencio que era quase palpável.
Tentando não demonstrar desconforto, ele terminou de beber o resto do café que ainda se encontrava em sua xícara, e então o silencio foi quebrado por Arthur:
- O que você acha de hoje encomendarmos algo pronto de algum restaurante aqui perto? - ele disse estralando os dedos das mãos
- Por mim tudo bem. - ela disse sorrindo - Acho que vou aproveitar para tomar banho então...
Ele assentiu sorrindo enquanto pegava o telefone.
Enquanto subia as escadas ela ainda pode ouvir ele iniciando o pedido por telefone.
Sem pressa nenhuma ela afundou na banheira se deliciando com um banho quente e aproveitando para lavar os cabelos. Logo após enxugou-se e enrolou-se no roupão grosso e confortável de algodão.
Quando voltou a descer as escadas novamente, foi inevitável não sorrir diante a tal cena. Atrapalhado, Arthur estava terminando de colocar os pratos na mesa.
- Podia esperar que eu te ajuda nisso. - ela disse percebendo que ele também já havia tomado banho
- Venha... sente-se. - ele disse indicando a cadeira.
Juntando-se a ele, ambos começaram a se deliciar com a deliciosa e tipica comida italiana, enquanto conversavam assuntos rotineiros... assuntos que casais normais costumam conversar.
Após uma crise de gargalhadas ambas suspiraram satisfeitos, e Lua logo pulou da cadeira começando a recolher a louça e levando-a até a pia, e assim começando a lavá-la.
Não pode deixar de se surpreender quando viu Arthut pegando um pano e começando a enxugar as louças já limpas, ao invés de subir e ir trabalhar em seu escritório como fazia todas as noites. Curiosa de mais, ela teve que perguntar:
- Você não vai trabalhar hoje?
- Hoje não... - ele disse enxugando um prato
O silencio voltou a ficar pesado entre eles... e novamente foi Arthur que o quebrou:
- Porque ultimamente você anda quieta?
- Hmm... - ela disse dando de ombros - ... estou com dor de cabeça hoje.
Ele não estava se referindo apenas aquela noite e sim, desde o dia que voltaram do Canadá, porem ele se satisfez com a resposta e de pronto largou o pano em qualquer lugar e uma sorriso malicioso iluminou seu rosto:
- Sabe.. eu sei como fazer essa dor de cabeça sumir.
- Serio ? - ela disse entrando no jogo e desligando a torneira - Como?
Um sorriso estava prestes a surgir nos lábios dela e Arthur percebeu.
- Vem aqui que lhe mostro... - ele disse com a voz tão mansa que um arrepio percorreu todo corpo de Lua enquanto ele inclinava a cabeça e colava seus lábios.
Uma caricia leve e carinhosa que se transformou em uma dança sensual de línguas e sabores... era sempre assim com eles!
Com um gemido rouco ele a abraçou pela cintura, prensando o corpo dela entre a pia e o seu próprio corpo. Arthur interrompeu o beijo e a olhou nos olhos:
- Porque você não deixa essa louça de lado e sobe para o meu quarto... - não era uma pergunta, ela percebeu.
Ela sorriu sem desviar o olhar e apenas assentiu vendo o olhar dele brilhar de desejo assim como o dela.
E então ela o beijou... como uma das poucas vezes que fazia, ela tomou a iniciativa o deixando ainda mais satisfeito.
A louça que fosse aos diabos... - ela pensou antes de jogar os braços ao redor do pescoço dele e abrir os lábios recebendo a língua quente e ávida de Arthur.

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