Capítulo 50 - Ele a amava.... Ela o amava...!

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  O sol arressem começava a nascer quando ela saiu de casa e foi até o velho galpão, onde estava estacionado o velho caminhão que precisava de concerto. Tirou algumas das peças e colocou-as de molho, apreveitando a oportunidade para lavá-las. Chegou o motor e o arranque, substituiu o óleo do cárter, e repos a água na bateria, aproveitando para engraxar melhor os terminais e os polos, da mesma.
Querendo dar uma boa checada em todo o caminhão, ela não se importou em deitar-se de baixo dele e começar a verificar os freios e suspensões.
Ouviu o som de passos, que se aproximavam e que que pararam a pouca distância:
— Chegou tarde demais para me ajudar, papai. Já estou quase terminando aqui. - ela disse sorrindo – Que tal me alcançar a chave biela 10? - ela pediu esticando a mão para fora.
Novos passos foram ouvidos, e então uma chave de boca pousou em sua mão.
- Pai, eu disse biela e... - ela se interrompeu automaticamente ao perceber que ao invés das botinas velhas e sujas do seu pai, uma par de sapatos italianos e extremamente reluzentes estava no seu raio de visão.
- Oh! - ela exclumou saindo de baixo do carro e se levantando com toda a dignidade que tinha.
Seu coração acelerou e ela teve que lembrar a si mesma de como se respirava. Não podia ser... Ele estava ali!
- Arthur! O que você esta fazendo aqui? - ela disse automaticamente
Ele deu dois passos para frente e então sorriu, piorando a tentativa de se manter calma e coerente de Lua.
- Olá Lua.
O aroma inebriante da loção pós barba e do perfume dele, invadirão os sentidos de Lua a embriagando consideravelmente. Todos os dias que ela lutará pra esquece-lo de nada valerão... Seu esforço tinha ido todo pelos ares.
"Quem ele pensa que é?" - ela perguntou a si mesma
- Como você sabia que eu estava aqui?
Sophia não faria aquilo com ela. Definitivamente não.
- Foi bem dificil. Meus detetives demoraram alguns dias ...
- Detetives? Colocou detetives atrás de mim? - ela disse ofendida
- sim... mas por fim conseguiram. Eu só tive certeza ontem quando eu liguei e você atendeu.
- Foi você que ligou? - ela perguntou chocada
- Sim.
- Porque você esta aqui Arthur? - ela quase gritou - Deixei bem claro que vou lhe pagar um pouco todo mês! Pelo amor de Deus, esse dinheiro nem esta lhe fazendo falta!
- Eu não vim por causa do dinheiro. Vim por sua causa Lua. - ele disse dando mais um passo para a frente. Ela recuou dois. - Mas confesso que fiquei surpreso ao saber de tudo sobre sua mãe... Porque não me contou?
- Adiantaria alguma coisa? - ela perguntou amargurada
- Precisamos conversar. - ele pediu agora a fitando seria e intensamente.
- Se é sobre o divorcio, podemos arranjar tudo com Micael e... - ele lhe interrompeu
- Não vai haver divorcio nenhum. - ele disse calmamente.
- Quem você pensa que é? - ela disse finalmente em voz alta - vai haver divorcio! Isso nunca passou de um contrato estupido!
- Nosso casamento foi bem além das coisas judiciais e você sabe.
- Não, não sei, a única coisa que eu sei é que precisava desse casamento. Era a única forma de conseguir o dinheiro para a operação da minha mãe. Eu não tinha outra saída. - ela disse contendo as lagrima e se agarrando em sua única defesa.
O silencio caiu entre eles cheio de significado. Ela olhava para o chão, recusando-se arduamente a encarar Arthur.

 Quando ele deu mais dois passos, ela não pode mais recuar por estar com as costas coladas a umas das pratileiras velhas e empoiradas de seu pai.

Ele ergueu a mão e a segurou com força pelo queixo, obrigando-a a encara-lo.
- Eu fiz o que você pediu. - ele disse com a voz baixa e casual – Eu demiti Pérola...
- Isso já não importa mais. - ela disse tentando afastá-lo sem sucesso – Você não me deve explicações.
- Quando você entrou na sala, - ele disse ignorando seus protestos - eu tinha acabado de demiti-la.
- Que ótimo jeito de agradecer o dela não? - falou ironica
- Você tinha razão. - ele disse ignorando-a novamente – Eu devia tê-la demitido antes, me desculpe Lua, você não sabe o quanto eu me arrependo por isso.. - ele disse sincero – Quando eu vi, ela estava se jogando em cima de mim, e quando a empurrei, você estava lá, e então você me olhou daquele jeito e eu se sinti o mais cafajeste do mundo todo mesno não sendo nada daquilo culpa minha. Me desculpe Lua! - ele parecia apavorado – Eu queria matar a mim mesmo por não ter lhe ouvido antes, se eu soubesse das intenções dela, eu a teria afastado o máximo possivél. Eu quero você Lua, - ele disse colando a testa na dela – e eu não sei nem... nem lhe dizer como um me senti quando você saiu correndo não me dando ouvidos. Volte pra mim Lua. - ele pediu – você é a única com quem eu quero estar! A única! Desde o primeiro dia.
Ela balançou a cabeça sentindo as lagrimas começarem a descer pelo seu rosto:
- Você não sabe do que esta falando... - ela disse contrariada.  

- Eu sei... - ele disse esfregando o seu nariz no dela - Eu realmente preciso de você.... Olhá... - ele disse se afastando um pouco para pegar um pequeno papel amassado do bolso do palito - ... prometi que iria lhe mostrar quando você me contasse o seu segredo. - ele sorriu de novo – Como eu já sei sobre a sua mãe, nada mais justo. - disse lhe estendendo o papel.
Com um certo receio, Lua pegou-o e sentiu o coração se encher de esperança quando terminou de ler. No pequeno papel, estava escrito em caligrafia grossa e legível:
"Bonita, deliciosa, orgulhosa, encantadora, emotiva, responsável, sincera, mandona e gostosa."
- Era isso que você tanto escreveria enquanto me entrevistava?
- Era. - ele garantiu – Eu não consigo mais sem você Lua. E eu não tinha percebido isso até ficar sem esposa. Agora você pode imaginar a minha decepção ao chegar em casa e descobrir que a mulher que eu amo fugiu de mim?
Lua ficou sem reação. Sua armadura de cristal que se quebrou completamente e ela se sentiu desprotegida. Queria empurrá-lo, dizer que o odiava e pedir que ele fosse embora, mas não conseguia...
- Volte pra mim, eu sinto a sua falta, eu... eu não consigo mais dormir a noite, céus, - ele praguejou – eu nunca pensei que fosse ser assim.
- Arthur... - ela tentou interrompê-lo
- Só pra você, minha vida quero entregar, sua maluca... minha maluca. - ele disse aproximando-se de novo dela.
- Eu estou com medo. - ela admitiu chorando
- Eu também. - ele disse fechando os olhos e passando uma mão em volta da cintura dela e a trazendo mais para perto, enquanto a outra, permanecia em sua nuca. - Quero você toda noite dormindo junto comigo, quero seja a mãe dos meus filhos, quero o teu beijo, teu corpo... Eu quero você Lua, sempre. - ele garantiu.
- Não esta brincando esta? - ela perguntou sem acreditar na palavras que ouvira nos últimos minutos
- Não Lua. - ele disse sorrindo – Eu te amo. Céus, como eu te amo!
- Oh Arthur! - ela disse jogando os braços em volta do pescoço dele e o abraçando com força. - Promete não ficar entediado nem enjoar de mim? - ela perguntou se afastando para encará-lo - Não sentir falta da aventura?
- Você é minha aventura Lua. - garantiu colando rapidamente seus lábios – Sinto sua falta...
E então não foi preciso mais falar. A boca de Lua se juntou a dele em um beijo lento e carinhoso que fez o seu coração se encher de calor.

Ele a amava...
Ela o amava...
Quando por fim, seus pulmões implorarão por ar eles se separam, apenas para ficarem se olhando, e então o silencio que se formou não foi tenso ou pesado... foi apenas reconfortante e cheio de significado.
- Isso parece tão irreal.
- Eu pareço irreal? - ele disse sorrindo divertido
- Você não, - ela respondeu lhe dando um leve tapa no braço - o momento.
Ele colou os lábios no dela novamente em uma caricia carinhosa.
- Até que você não é tão irritante, assim. - ela brincou e ele riu fazendo o coração dela bater alegre também.
- Aah, quase esqueci. - ele disse dando um passo pra trás.
Desconfortável pelo fim da proximidade Lua não afastou o olhar do dele em nenhum segundo.
Pegando uma pequena caixinha do bolso da calça, ele voltou a ficar com o corpo colado ao dela, enquanto tirava o anel que ali fora guardado. Julgando ser a antiga aliança, lua se surpreendeu quando viu o novo anel delicado.
- Casa comigo de novo Lua, porque dessa vez eu quero namorar você. - ele pediu escorregando o anel pelo dedo dela.
Ela levou a mão na boca, sentindo os olhos voltarem a ficar embaçados pelas lagrimas, e então abraçou ele com força:
- Oh, thur, eu nem sei o que dizer!
- Que tal um "sim"? - ele disse parecendo bastante nervoso.
Ela riu nervosa e deu um pulo fechando as pernas em volta da cintura dele. Surpreso ele quase perdeu o equilíbrio.
- Ei, mocinha! - ele disse segurando-a pelas nádegas
- Sim! - ela gritou e logo lhe deu um beijinho – Sim, sim, sim, sim ... - ela começou a repetir sem parar
- Tudo bem, acho que entendi. - ele disse rindo, enquanto ela distribuía beijos por todo o seu rosto e pescoço
- Oh, eu te amo tanto Arthur! - ela disse com os olhos cheio de paixão.
- Eu te amo muito mais, minha Lua... - ele garantiu sentindo-se o homem mais completo da Terra.
Minutos depois, os dois de mãos dadas, caminhavam rumo ao futuro.
Não sabiam o que os esperava pela frente, mas tinham certeza de uma coisa: estariam juntos se amando e construindo o seu próprio "feliz para sempre"... e isso bastava amanhã, hoje e sempre.



Como são sábios aqueles que se entregam às loucuras do amor!
Joshua Cooke

Fim :3





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