Quando Lua acordou teve a certeza de que nunca na vida havia acordado tão... esgotada. A luz que refletia na janela não era do sol, e sim da lua, indicando que ainda não havia amanhecido. Ela se virou na cama tentando achar alguma posição confortável Pura perda de tempo. Como uma ultima tentativa ela espichou todo o corpo se espreguiçando, e foi quando sentiu uma fisgada na perna, e logo outra... e outra.. até ter certeza que aquilo era uma câimbra. Mordeu o lábio inferior. Não iria gritar! Se recusava a gritar. Ainda se lembrava muito bem de ultima vez que fora vencida pelas cãibras e gritará pedindo ajuda a Arthur. Porem não agora... não com eles brigados. Era orgulhosa de mais para isso. Gemendo de dor, ela começou a massagear a própria perna até o que músculo parasse de se contrair
A dor era insuportável! Ela e o seu maldito problema com o potássio!
Assim que as dores diminuirão ela desceu as escadas e foi até a cozinha. Tomou água, comeu algumas bananas e teve a certeza de que o sono não voltaria.
Pegando o controle da tv e se deitando no sofá, em meio a casa completamente escura, ela ligou a televisão e abaixou o volume até que somente ela pudesse ouvir. Procurou por alguma coisa interessante e começou a prestar atenção, até que a suas pálpebras pareceram pesar uma tonelada, e ela jogou a cabeça para trás respirando fundo e fechando um pouco os olhos... só um pouquinho. Porem foi somente isso que precisou para que ela dormisse profundamente, ali, com a tv ainda ligada.
Ela estava com a cabeça jogada pra trás, e com a boca aberta, numa postura nada confortável E foi exatamente assim que Arthur a encontrou pela manhã quando desceu as escadas atrasado para ir para a empresa.
- Lua? - ele disse para se certificar que ela dormia. Ela nem se mexeu e ele foi obrigado a rir.
Como alguém conseguia dormir naquela posição?
Ele olhou o relógio.. já devia ter saído de casa... mas como sairia e a deixaria ali? Tão... mal acomodada?
Ele se aproximou e chamou duas, três quatro vezes e nada.
- Lua, acorde! - ele disse lhe cutucando o braço, lutando com o desejo primitivo de lhe beijar a boca - Lua acorde! - ele ficou repetindo até que ela fechou a boca, engoliu a saliva e abriu os olhos.
Ela piscou duas vezes e conseguiu distinguir a teto da sala de estar... Ela havia dormido no sofá.
- Acordou? - a voz de Arthur lhe inundou os ouvidos.
Apressada ela tentou olhá-lo, mas soltou um grito quando tentou mexer o pescoço:
- O que foi? - ele quis saber já com olhos arregalados
- Meu pescoço. - ela disse com calma - Acho que tive torcicolo. - ela disse massageando o próprio pescoço.
- Não me admiro. Veja a posição que dormiu. - ele disse a repreendendo.
- Eu só fechei os olhos por alguns instantes. - ela se defendeu
- Oh sim, você sempre fala a mesma coisa. "Eu só fui descansar os olhos", "Eu só fechei por um momento os olhos" - ele disse imitando a sua voz
Não querendo outra discussão entre eles, Lua revirou os olhos e se levantou do sofá continuando a olhar para cima, para que o pescoço não doe-se:
- O que vai fazer? - ele quis saber
- talvez se eu tentasse ir mexendo meu pescoço de vagar , melhorasse. - disse lua ainda olhando para cima.
Lua então foi virando o pescoço devagar , mais ela sempre voltava a olhar pra cima , a dor realmente conseguia ser mais insuportável que as Câimbras.
Numa última tentativa, ela começa a mexer o pescoço sem se importar com a dor até que chegar um hora que doi tanto que ela começar a fica meia tonta e quase ia caindo mais Arthur a pega com seus grandes Braços e em meios isso, Os dois começam a se olhar , era como se não existisse mais nada além deles, e o torcicolo nunca tivesse acontecido. Quando eles tavam a ponto de se beijar , lua resolve quebrar o clima :
- Já estou bem melhor , obrigado.
Acho melhor você ir, já está bem atrasado. - disse lua se saindo dos braços de Arthur.
- você está bem mesmo? Tem certeza. - disse ele preocupado.
A loira apenas afirmou que sim com a cabeça e Arthur de uma maneira bem difícil , foi para a empresa.
Arthur tinha plena certeza que nunca em sua vida, havia ido para a empresa tão angustiado. Se estava bravo com Lua? Oh sim estava, mas a vontade de beijar-lhe a boca e lhe levar até o ápice do prazer era muito maior... Tão maior que chegava a ser sufocante.
Ele afrouxou a gravata e a voz de Perola lhe tirou dos pensamentos:
- Arthur? - ela disse estralando os dedos na frente dele- Perdão. - ele disse limpando a garganta - Falávamos sobre ...?
- Esta tudo bem com você? - ela perguntou parecendo realmente preocupada
- Sim. Prossiga por favor.
Ela continuou lhe falando sobre os compromissos e as reuniões que ele teria naquela manhã, e ele teve de fazer uma força tremenda para prestar atenção em tudo o que ela dizia.
Quando por fim a última reunião foi encerrada já eram quase quatro da tarde, e Micael estava impaciente ao seu lado:
- Não acredito que ainda nem almoçamos! - ele reclamou novamente
- Você tem quantos anos? Cinco? - Arthur disse revirando os olhos
- Fome não tem idade. - ele disse bravo fazendo Perola rir.
- Vou ver se consigo algo para vocês comerem. - ela disse caminhando para fora da sala.
- Perola... - ela virou-se - ... antes de tudo, ligue para minha casa e pergunte como Lua esta se sentindo.
Ela assentiu e passou pela porta com passos largos.
- Aconteceu alguma coisa? - Micael perguntou parecendo esquecer um pouco da fome
- Lua teve um torcicolo. Quero apenas saber se a dor já passou. - Arthur respondeu começando a digitar algo que parecia importante no computador.
- Vocês estão brigados? - Arthur o encarou sério - Notei vocês distantes no jantar, e o seu humor também não esta dos melhores hoje.
- Você é pago para ser meu advogado ou meu psicólogo?
- Nossa, e não é que a briga foi feia! - ele disse ignorando a arrogância do amigo - Quer me contar alguma coisa?
- Não. Definitivamente não.
- Mas você sabe que ... - Arthur o interrompeu
- Mais uma palavra, e eu vou despedir você. - ele ameaçou
- Tudo bem, mas ... - voltou a ser interrompido
- Mais uma, e alem de despedi-lo eu também vou lhe dar um soco!
Micael jogou a cabeça para traz e riu com vontade, porem preferiu ficar calado. Provocar Arthur nem sempre era seguro o bastante.
Perola entrou novamente na sala. Porem agora suas mãos estavam ocupadas com uma bandeja que continha comida e dois copos de suco.
- Oh, muito obrigado. - Micael disse começando a comer.
- Você fez o que eu lhe pedi? - Arthur perguntou parecendo não se importar com a bandeja recheada posta sobre a sua mesa
- Ah sim! - ela disse depois de alguns segundos parecendo ter que lembrar do que Arthur falava - Eu liguei, mas ninguém atendeu. Lua deve estar dormindo.
Algo no tom da voz dela fez Arthur apertar os olhos e franzir a testa, ainda mais bravo:
- Não seja indelicada. É da minha mulher que você esta falando. - ele disse ríspido o bastante para que Perola ficasse sem jeito.
Micael parou de mastigar e olhou de um para o outro, surpreso.
- Perdão Arthur, não quis ser indelicada. Apenas fiz um comentário. - ela disse parecendo corada - Se me dão licença... - ela disse forçando um sorriso e se encaminhando até a porta.
Assim que a porta bateu, o olhar de Micael voltou-se para Arthur:
- Você foi meio que... ríspido quando ela falou da Lua. - assim que o olhar de ambos se encontraram ele completou - Ríspido até de mais. Tem algo que eu ainda não sei Arthur?
- Não entendi a pergunta. - ele disse se fazendo de desentendido
- Entendeu sim. - Micael disse tomando um gole de suco - O que à entre você e a Lua afinal?
- Não tem nada de mais. - ele disse dando de ombros - Apenas não gostei do tom que ela usou quando disse que Lua estava dormindo.
- As vezes eu acho que esse casamento de vocês não é tão de mentira assim...
- Não seja estúpido.
- ... e Sophia pensa a mesma coisa. - Arthur ficou um tempo em silencio e depois perguntou :
- A Lua disse algo a Sophia ou .. - Foi a vez de Micael interrompê-lo
- Talvez sim... mas Sophia nunca me contaria. - ele deu de ombros - Porem, ela tem a mesma opinião que eu. Ambos achamos que a algo mais.
- Pois são dois tontos. - ele disse começando a juntar os seus papeis.
- Tontos são você e Lua, que só o que sabem fazer é perder tempo. Confesse pro seu amigão aqui... - ele disse apontando para si mesmo - Você esta caidinho por ela não éh?
- Claro que não!
- Oh meu Deus, esse olhar! - Micael começou a gritar - Eu conheço esse olhar! Você esta apaixonado por ela!
- Pare de criar fatos fictícios Micael.- ele rugiu como um leão - Tudo isso é patético.
- Pode apostar que depois do jeito que você defendeu ela aqui nesta sala, diante dos meus olhos, nada mais é patético amigo.
Arthur suspirou bravo:
- Como você reagiria se ela falasse da Sophia?
A pergunta de Arthur não o pegou de surpresa pelo contrario:
- Eu faria a mesma coisa que você. - ele disse de imediato
- Viu?! - Arthur disse vanglorioso
- Afinal, - Micael completou - eu sim admito que estou completamente maluco por Sophia. E isso meu amigo, é só mais uma prova de que você se encontra na mesma situação com Lua.
Indignado por ter sido preso em sua própria armadilha ele anunciou com a voz grossa:
- Estou indo pra casa.
Quando girou a maçaneta a voz de Micael o chamou novamente:
- Como seu advogado e amigo eu te alerto Arthur, não perca tempo. No contrato que eu mesmo redigi esta bastante claro: 6 meses. O tempo não para amigo... não para.
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Paro ou contínuo?
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Amor por contrato
DragosteQuando Lua Maria Blanco enviou seu currículo para a Empresa Aguiar, foi somente para deixar de ouvir Sophia lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal do presidente da empresa. ...