Capítulo 47 - Eu te amo!

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Os dedos de Carla afrouxaram o aperto e Lua conseguiu libertar o braço.
Avançou em passos largos pelo corredor que conhecia tão bem, e logo avistou a mesa de Pérola, ou ao menos, a mesa onde Pérola deveria estar trabalhando. Logo a sua frente a grande e alta porta apareceu. Não importava quanto tempo ele fosse demorar, ela esperaria e por fim colocaria os pingos nos "is". Lua sorriu e colocou a mão na maçaneta respirando fundo. A partir dali era tudo ou nada!
- Arthur! - A voz manhosa de Pérola lhe chegou aos ouvidos – Por favor...
Lua empurrou a grande porta que se abriu sem o menor sinal de barulho ou ruido. E então o chão que até pouco tempo atras estivera abaixo dos seus pés desapareceu. Seu coração começou a bater freneticamente e sua respiração falhou... Agora entendia o motivo da insistência de Carla.
Por Deus onde ela estava com a cabeça ao acreditar que podiam tentar ter um casamento de verdade? Ao acreditar em tudo o que Arthur dissera? Céus como era idiota!
As lagrimas queimaram seus olhos e a garganta se fechou implorando por um soluço. Ela engoliu seco. Não faria isso... Não iria chorar não ali!
Ela ficou ali enquanto via Pérola, apenas de sutiã e com uma saia que não cobria quase nada, beijar seu futuro ex-marido. Arthur tinha as mãos nos ombros dela e parecia tentar falar alguma coisa enquanto a vadia continuava lhe beijando com volúpia.
- Pérola... - Arthur enfim conseguiu dizer e ela se afastou para encará-lo.
- Sii... - ela perdeu a fala e de pronto a expressão de seu rosto ficou petrificada de... assombro.
Dali em diante tudo aconteceu bastante rápido. Vendo o olhar apavorado que pérola lançava para a porta Arthur se virou para encontrar o par de olhos castanhos que o olhava com indiferença.
- Lua! - ele sussurrou levantando da cadeira com um pulo.
A camisa dele e o cinto estavam abertos, Lua pode perceber:
- Surpresa! - ela disse com as mãos na cintura e a voz carregada de ironia – Eu vim lhe mostrar o meu novo visual Arthur... - ela disse mexendo nos cabelos – O que achou?
- Não é nada do que você esta pensando. Calma, eu posso explicar! - ele disse com a mão estendida em sua direção
- Mas eu não falei nada. - ela disse dando de ombros sem esconder a ironia – Desculpe ter chegado assim sem avisar. - ela fez uma careta – Não queria ter atrapalhado vocês.
- Lua... - ele começo a falar mas ela o interrompeu
- Não se de ao trabalho Arthur. - ela disse com a voz firme – E tente recuperar um pouco da compostura... - ela disse sinalizando a sua roupa – ... prometo nunca mais interrompê-los. - ela apertou a bolsa com força e girou os calcanhares caminhando de pressa pelo corredor.
- Lua espere! - ele gritou apavorado enquanto tentava ficar apresentável para poder ir atras dela.
Ela não parrou pelo contrário continuou andando ainda mais rápido e quando as portas do elevador se fecharam logo atrás de si ela respirou fundo. Não iria aguentar aquilo... nunca.

.....

Ela desceu do elevador e pegou a chave do carro na bolsa de Sophia.
- Lua! - Gritou Arthur alguns metros atras dela.
Ela não parou, apenas ergueu o queixo e continuou andando depressa. Ele corria e ela sabia que ele devia ter descido pelas escadas do prédio. Ela estava nervosa de mais e demorou mais tempo do que pretendia com a chave para destrancar a porta. Quando sentou-se no banco trancou todas as portas e ligou o motor. A mão grande e pesada de Arthur bateu no vidro com força.
- Vamos conversar, por favor! - ele pediu quando chegou até a janela do carro, ofegante.
- Não temos mais o que conversar. - Ela garantiu e viu pelo espelho retrovisor Micael, Sophia e Carla também correndo na direção deles.
- Dessa desse carro e vamos conversar por favor! A Perola esta louca ela...
- Deixa eu adivinhar: ela te agarrou, te beijou tirou a própria blusa e abriu o seu cinto.
- Isso! - ele gritou com enfase – Eu não pude fazer nada.
- Sim, claro, afinal você só é uma dez vezes maior e mais forte que ela! Agora saia de perto do carro, caso contrário não pensarei duas vezes antes de atropelar o seu pé. - ela o alertou
- Você vai para casa?
- Sim. Vou pra minha casa.
- Ótimo... - ele disse respirando fundo -... vou pegar o meu carro e nos encontramos lá.
- Acho que você não intendeu... Eu disse a minha casa, não a sua.
Todo o corpo de Arthur tremia de pavor:
- O que isso quer dizer?
- Não aguento mais Arthur. Estou indo embora. - ela disse sentindo as malditas lagrimas caírem de seus olhos e o voz ficar tremula de repente
- Não. - ele gritou dando outro tapa no vidro – Abra esse carro! Você não pode ir embora! Não pode me deixar!

- Não se preocupe. - ela pediu respirando fundo – Vou deixar que diga para a imprensa que foi você quem pediu o divorcio e quanto ao dinheiro, quinhentos mil de adiantamento, eu prometo devolvê-lo assim que puder e...
- Que se dane! - ele gritou batendo a mão no vidro novamente – Você não pode me deixar, eu te amo!
As três palavras que Lua tanto queria ter ouvido nos dois meses e meio que haviam se passado, agora a machucavam como facadas. Reunindo todo o resto de resistência que ela ainda tinha, falou:
- Isso foi um acordo entre nós, fez sua parte e agora o acordo acabou, então por favor saia de perto do carro!
- Lua! Volte! - ele gritou enquanto ela manobrava o carro e arrancava em direção a autoestrada.
- Arthur? - Micael gritou parando ao seu lado – O que houve?
- Pérola! - ele gritou sentindo a voz falhada e vendo o carro de Lua se afastar cada vez mais – Eu... fiz o que a Lua pediu, eu a despedi e então ela riu e tirou a blusa, se jogou em cima de mim e começou a me beijar, abriu o meu e alguns botões da camisa, quando eu consegui afastá-la Lua estava parada na porta nos olhando! - ele disse passando as mãos no cabelo e tendo a sensação que logo seu coração se partiria em dois – E agora ela foi embora! O que vou fazer Micael? Meu Deus eu a amo, como não percebi antes?!
Já, há alguns quarteirões dali, Lua ultrapassava um sinal vermelho enquanto as lagrimas lhe nublavam a visão e os soluços lhe invadiam os ouvidos como uma melodia dramática e triste.
Não queria mais ficar naquele lugar... naquela cidade. Queria voltar para casa. Para o mundo onde ela podia ter o controle das coisas, ou de quase todas as coisas. No mundo onde Arthur jamais a acharia...

continua...

poxa!!,Que confusão em :(




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