Tentando ao máximo distrair-se, jogou o lençol no chão e foi em direção ao banheiro. Após encher a banheira de água fria, ela afundo todo o seu corpo molhando os longos cabelos.
O que diabos faria para se ocupar enquanto Arthur não voltava ?
Ela bufou e fechou os olhos.
Pelo menos veria Sophia quando voltasse. Decidida, ela pegou se enrolou rapidamente em uma toalha e apanhou o telefone, voltando correndo para a banheira enquanto as poças d'água deixadas pelos seus pés se acumulavam.
Pulou para dentro da banheira novamente e discou o número de Sophia, que atendeu no terceiro toque :
- Oi Sophia.
- Lua. - a loira parecia surpresa - Como você esta ?
- Estou ótimas. Estamos voltando hoje a noite. E as novidades ?
- Nada. - a loira disse suspirando - Seu pai ligou.
- Aconteceu alguma coisa ? - ela perguntou aflita
- Mais ou menos ... - Sophia disse com cuidado
- O que houve com ele ? - ela perguntou com uma arrepio de medo
- Foi com a sua mãe... aconteceu o de sempre. - ela disse não querendo entrar em detalhes
- Mas ela esta bem ?
- Sim. Esta.Lua respirou aliviada. Ótimo.
- E Micael ? Já lhe pediu em casamento ?
- Não brinque com uma coisa dessas ! - ela gritou
Lua riu, mas logo ficou seria ao ouvir a pergunta de Sophia :
- E você e Arthur? Estão se matando ou se amando ?
- Não sei ao certo.
- O sua cadela me conte tudo ! - Sophia pediu do outro lado da linha curiosa.
Lua sorriu divertida e suspirou :
- Adoraria. Mas você sabe como ligações assim são caras.
- Nem pense em me deixar curiosa ! - a loira ralhou - Eu te ligo, me passe o número.
Ainda mais malvada Lua respondeu com calma :
- Oh querida, eu não sei o número. Veja na memória do seu celular. - provocou
- Você ligou para o residencial e ... - a loira fez uma pausa - Você esta fazendo de propósito? Sua cadela vagabunda!
- Vou ter que desligar. - ela disse rindo
- Nem pense em desligar esse telefone Lua Maria ...
- Tchau Sophia, beijo no Micael. - disse a interrompendo
- ... que eu mato você!
Ela desligou sorrindo.
Adorava aquele amor incondicional e aquele respeito mutuo que existia entre ela e Sophia.
Suspirou enquanto jogava mais alguns sais na banheira e massageava os ombros.
Cantarolando uma canção desconhecida ela terminou seu banho e secou-se.
Escolheu uma roupa qualquer já que iria ficar sozinha naquela gigantesca suíte, e também não tinha planos de sair.
Pediu comida e assim que terminou a refeição saciando sua fome, ela começou a organizar suas coisas e suas roupas, mas foi quando dobrou com cuidado o vestido branco que Arthur lhe comprara no leilão que lembrou que tinha uma conversa pendente consigo mesma. Afinal aquele sonho acabaria no momento em que ela e Arthur subissem ao avião e chegassem em casa.
Ela sentou-se em frente a grande janela da suíte. Tinha que arranjar uma solução, porem primeiramente tinha de achar o real problema.
Oh céus precisava tanto de conselhos...
Olhou para o telefone do hotel, e criando coragem levantou-se e discou o número de casa. Da sua casa ... No quinto toque a voz cansada de uma homem atendeu :
- Alô?
- Oi pai. - ela sorriu emocionada
- Maria? - ele disse parecendo animado - Maria é você filha?
- Sim pai sou eu Lua. - ela disse revirando os olhos.
Seu pai sempre a chamava de Maria...
- Ei filha estamos com saudade de você. Quando você vem fazer uma visita?
- Assim que eu conseguir uma folguinha aqui papai. Como a mamãe esta? - perguntou logo, antes que ele começa-se a lhe perguntar do trabalho.
Odiava mentir para ele, mas nas circunstancias que se encontrava, não poderia dizer ao pai que estava em Toronto com o seu "marido".
- Esta na mesma. - ele disse com a voz cansada - Você sabe como são as coisas... Ela sempre pergunta por você, esta com saudades.
- Eu também estou com muita saudade dela pai. - disse sentindo os olhos nublarem - Você acha que seria ruim se eu falasse com ela ?
- Ruim? - ele soltou uma gargalhada forçada - Eu acho que seria ótimo. Iria animá-la bastante. Espere um momento que eu vou passar pra ela. Tchau Maria.
- Tchau pai, eu te amo. - um longo silencio pairou no telefone até ele responder
- Oh minha menina, você sabe que sou crioulo de mais para estas melações. Mas eu também lhe amo. Vou passar para sua mãe. Tchau.
Ela riu com o nervosismo do pai, e a voz que tanto queria escutar lhe encheu o peito de calor :
- Filha é você minha vida?
- Sim, sou eu mamãe. - ela disse começando chorar.
- Você esta bem ? - a voz fraca e debilitada disse com carinho - Estou com tanta saudade Lua.
- Eu também mãe. Eu também.
- Oh querida, posso sentir aqui em meu coração que esta chorando.
- É que estou com saudades. - ela disse tratando de se acalmar
- E o que mais ?
- Como assim mamãe ?
- Oh filha... as mães sabem quando seus filhos estão com problemas. Me diga... o que lhe aflige? Seu coração esta batendo mais forte por algum rapaz ai da cidade?
Lua não pode deixar de rir diante ao sexto sentido da mãe.
- Esta tão obvio assim? - Lua disse ainda rindo - Me conte... o que houve? Ele não tem os mesmos sentimentos por você?
- É. - ela confirmou
- Vocês estão namorando?
"Não mamãe estamos casados."- Pensou
- Mais ou menos. - ela disse omitindo o fato importante
- O que você esta me escondendo menina? - ela disse com a voz divertida
- Nada. - mentiu - Eu só não sei o que fazer porque ... - ela suspirou - Oh mãe ele é tão mulherengo! - ela disse brava - Vive rodeado por mulheres e creio que eu seja só mais uma na lista de conquistas dele.
- Você esta apaixonada? - sua mãe foi direta
- Não sei. Acho que sim. Mas não é um sentimento mutuo.
- Você já compartilharam da mesma cama?
- Mamãe! Esta sendo direta de mais. - ouviu a risada fraca de sua mãe e logo uma sequencia de tosse. - Esta tudo bem? - ela perguntou alarmada
- Sim, apenas esqueci que não posso me dar o privilegio de rir. - ela deu mais uma risadinha fraca, e mais uma tossida - Mas me diga, sim ou não?
- Sim. - ela disse envergonhada
- Huun. Então o negocio é bem serio?
"A julgar pelo grossa aliança no meu dedo... sim é bem serio."
- Mais ou menos.
- Me fale mais sobre...
- Arthur. - Ela suspirou - Ele é lindo. É teimoso.. extremamente teimoso!
- Céus, parece que esta falando do seu pai. - ela soltou mais uma risadinha e desta vez não tossiu - O que você pensa em fazer?
- Eu que lhe pergunto.. O que eu vou fazer?
- O que é que você quer que eu fale.- Não sei, qualquer coisa. - sua mãe suspirou
- Lembra-se de quando você me perguntou sobre aquele menino da 6ª série que queria lhe beijar?
- Sim.
- Lembra o que eu lhe disse?
- Você disse para eu fazer o que achasse certo.
- Exatamente.
- Mas mãe o que isso tem a ver com Arthur?
- Você se arrependeu por não ter beijado aquele menino?
- Não.
- Então minha menina. Não percebe? Ninguém alem de você pode decidir o que fazer agora, porque mais tarde, ninguém alem de você vai poder dizer se si arrependeu ou não. - Lua continuou em silencio e ela continuou - Meu conselho é que você faça o que achar certo.
- Mesmo que não seja o certo?
- Deus sempre encaixa as coisas no final.
- Você me deixou ainda mais confusa mãe! - ela reclamou
- Pense com calma minha menina.
Ambas se despediram, e Lua encerrou a ligação com mais perguntas sem respostas do que tinha anteriormente.
Terminou de arrumar as malas e sentou-se no sofá esperando por Arthur que logo mais chegaria.
Ela não podia fugir... só faltavam mais alguns meses e tudo acabaria.
O barulho da porta a fez pular assustada e logo Arthur entrou com um sorriso larga nos lábios.
- Oi. - ele disse tirando o palito
- Oi. - ela respondeu, protegendo-se atrás de sua armadura de cristal.
- Obrigado por ter arrumado minhas malas.
Ela sorriu.
- Vou tomar um banho e trocar de roupa. Não vou demoro.
- Tudo bem.
- Assim que eu estiver pronto descemos, vamos até o aeroporto e embarcamos no avião.
- Tudo bem.
- Lua ? - ela o encarou - Perola vai no mesmo avião que nós.
- Sem problemas. - ela disse ainda protegida por sua armadura.
- Okey. - ele disse entrando no banheiro e fechando a porta.
Não demorou até que Arthur abrisse a porta do banheiro já vestido e arrumado. Também não demorou até que entrassem no avião, e decolassem de volta pra casa.
- Não vejo a hora de chegar em casa. - Perola comentou se esticando toda na poltrona - Foi uma tarde bastante cansativa. - disse suspirando
- É foi. - Arthur concordou, percebendo que Lua estava quieta de mais olhando as nuvens que passavam pela janela - Esta tudo bem querida?
- Sim. - ela disse lhe dando um sorriso fraco - Só estou um pouco cansada.
- Durma. - ele disse de forma baixa e casual.
Ela não respondeu apenas analisou Perola que tinha os olhos fechados ao lado de Arthur.
- Desculpe por isso. - ele disse parecendo culpado
- Desculpar pelo que? - ela disse ainda sorrindo, mas sem esperar uma resposta - Não fez nada de errado Arthur. Durma você também.
Ele não respondeu apenas fechou os olhos, e Lua teve certeza que ele estava dormindo quando por fim sua respiração se tornou pesada e controlada.
Ela permitiu-se suspirar, ainda bem protegida pela sua armadura de cristal.
Pelo que parecia, Perola também dormia e o voo era bastante silencioso, lhe proporcionando a paz que tanto precisava para pensar. E ali, olhando as nuvens sua cabeça se afundou num abismo de pensamentos intermináveis, que gritavam por uma solução.
Ela sabia que entre ela e Arthur nada de solido e sério podia acontecer, afinal estava sendo paga por tudo aquilo... Talvez não por tudo, mas pela grande maioria. E não era pouco, era 1 milhão de reais!
Era tudo tão simples que chagava a ser patético. Seis meses = a 1 milhão. O que tinha de tão difícil?
Ela suspirou virando-se para encará-lo, tão tranquilo e tão sereno dormindo...
De repente pegou-se perguntando a si mesma... Que mal tinha em manter um relacionamento físico com Arthur? Afinal eram dois adultos, já bastante crescidos e independentes.
Ela não cairia na armadilha do coração. E o relacionamento seria estritamente físico entre ela e Arthur, não passaria dos limites do sexo.
E o amor?, ela mesma se perguntou.
Bom esse... ah, esse seria totalmente e absolutamente proibido entre eles.
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Bom diaa !! ,continua?
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Amor por contrato
RomansaQuando Lua Maria Blanco enviou seu currículo para a Empresa Aguiar, foi somente para deixar de ouvir Sophia lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal do presidente da empresa. ...