capítulo 33 - Vai dar tudo certo!

4.9K 418 3
                                    

O par de olhos azuis se arregalou e a loira pulou do sofá com a expressão assustada:
- A que estima me tem Lua? Claro que não! Nunca faria isso!

Lua suspirou aliviada, e sorriu:
- Eu sei, desculpe. É que você me assustou...
- Eu estou assustada! - a loira disse desabando novamente no sofá - O que eu faço Lua?
- A primeira coisa é falar com Micael.
- Não posso fazê-lo. Não suportarei se ele me lançar aquele olhar de repreensão que os advogados tem. Oh, ele tinha que ser advogado? - Lua se obrigou a rir - Não ria de mim. Estou por um fio de perder o controle.
O silencio caiu sobre ela, permitindo que ambas organizassem os pensamentos. De repente Sophia disse séria.
- Prometa que por enquanto isso fica entre nós Lua. Não quero que conte para Arthur. Pelo menos ainda não.
- Porque? - Lua disse com o tom de voz mais grave que o habitual. Por algum motivo a falta de confiança que Sophia demonstrou por Arthur a deixou irritada.
- Quero um tempo para preparar Micael para a notícia. Se você contar pro Arthur, temo que ele de com a língua nos dentes. Você pode fazer isso por mim?
Lua suspirou e pensou por longos segundos. Sophia tinha o direito de querer esconder isso por uns dias.
- Quando você pretende contar pro Micael?
- O mais rápido possível. - ela disse mirando o chão
- Quer que eu converse com ele? - ela se propôs como qualquer boa amiga faria
- Não. Obrigado mas não. É algo que diz respeito a mim, a ele e ao ... nosso filho.
- Ou filha. - Lua disse de imediato.
Sophia gemeu e deitou a cabeça no colo de Lua, como sempre faziam quando uma estava carente. Lua iniciou o cafuné e disse divertida:
- Nossa, estou fazendo cafuné em duas pessoas ao mesmo tempo... e só com uma mão. É tão estranho.
Lua finalmente conseguiu o que queria desde que a amiga havia batido em sua porta. Sophia gargalhou e secou os olhos.. desta vez não porque estava chorando, e sim porque derramara lagrima de tanto rir.
- Você vai ver que vai dar tudo certo. - Lua disse lhe beijando a cabeleira loira - Eu vou estar aqui com você o tempo todo. Sei que agora você esta com um pouco de medo, e céus eu também estou, mas não precisa se preocupar. Nós, juntas vamos tirar de letra, independente do que aconteça daqui pra frente. Combinado irmã?
- Combinado. - Sophia disse sentindo-se de repente mais confiante
- E pode apostar que se precisar passar noites em claro porque o bebê não para de chorar, ou porque o bebê não quer dormir sozinho, ou quando ele chorar porque quer ser trocado, ou quando ele chorar porque quer mamadeira, ou quando ele chorar ... - A loira lhe interrompeu
- Eu entendi Lua! - Ela disse divertida
O olhar de Lua se iluminou;
- Já imaginou uma bebezinho me chamando de tia Lua?
- De Dinda Luh. - Sophia a corrigiu e a olhou nos olhos - A menos que você ache que Arthur não vai aceitar. Você acha que Arthur vai aceitar ser o padrinho?
O coração de Lua bateu mais forte, e ela preferiu brincar do que falar realmente sério:

- Acho bom mesmo. Mataria você se não me chama-se para ser a madrinha do seu primeiro filho. - Sophia riu novamente.
- Será que ele ou ela, vai ter olhos azuis? - a loira parecia sonhadora com um grande sorriso nos olhos - Eu gostaria de tivesse os cabelos de Mica... e o sorriso de Micael. Por mim poderia ser a caricatura de Micael.
Lua riu e continuou acariciando o cabelo de Sophia:
- Tenho certeza que será uma criança linda Sophia.
......
A semana seria difícil para todos.
Lua chegou a esta conclusão na manhã seguinte quando levantou sentindo as pernas pesadas e doloridas.
Já fazia dois dias que haviam descoberto sobre a gravidez de Sophia, e a loira ainda não tinha tido o momento certo para dar a noticia a Micael.
Lua escovou os dentes e penteou os cabelos, cogitando a possibilidade de mudar de visual... já estava cansada de ser sempre a mesma. Amarrou bem o roupão em volta da cintura, por cima da calça de abrigo e da blusa branca de algodão.
Naquela manhã fazia frio, e o vento não estava nada agradável.
Desceu as escadas bocejando e um grito morreu em sua garganta quando viu Arthur de pé na cozinha. Tinha o cabelo totalmente bagunçado, e o roupão não estava bem amarrado. Seria uma imagem extremamente sexy e provocativa, se Lua não houvesse reparado no nariz e nos olhos vermelhos, e nas olheiras que denunciavam a noite mal dormida.
- Bom dia. - ela disse com a voz mais rouca que o normal por ter acabado de acordar - Caiu da cama?
Ele não sorriu. Mal sinal.
O dia de Lua realmente não havia começado bem... ou melhor nem se quer havia começado a julgar que o seu dia começava apenas depois de ver o sorriso de Arthur.
- Café? - ele ofereceu indicando a térmica em cima da pia
- Sim. - ela disse estreitando os olhos e o analisando - Esta tudo bem?
- Porque não estaria? - o tom da sua voz soou frio
- Não sei.. - ela disse tomando o primeiro gole de café - Você parece abatido. Triste.
- Eu apenas não dormi bem esta noite. - ele deu de ombros sem encará-la
- Você sente-se doente? Porque não dormiu?
- Não creio que esteja doente. Apenas não consegui dormir.
O silencio que se seguiu tirou uma boa parte da paciência dela e quando ela estava prestes a gritar ele falou:
- Vou subir. Não precisa se preocupar com o meu almoço.
Lua arregalou os olhos:
- Você vai passar a tarde aqui? Não vai trabalhar ? Digo, não vai para a empresa? - ela se sentiu estúpida por parecer tão perturbada com a ideia dele ali o dia todo.
- Não. Hoje não. - ele disse já no alto da escada, e logo o barulho da pesada porta do quarto dele foi ouvido.
Lua piscou uma, duas, três vezes, e continuou atordoada.
Arthur nunca faltava ao serviço... podia té se atrasar mais faltar nunca!
Ele estava estranho naquela manhã e disso ela tinha certeza. Estaria ele doente e tivesse mentido? Mas Arthur era forte como um touro...
A curiosidade de Lua impediu que ela continua-se ali parada no meio da cozinha. Respirou fundo enchendo os pulmões de ar e largou a xícara em cima da mesa, começando a subir as escadas decidida a desvendar o terrível mistério que rondava seu marido.
Sendo levada por uma onde de adrenalina e coragem ela abriu a grande porta do quarto de Arthur sem bater, porem nem toda a coragem do mundo poderia deixar seu coração imune e preparado para aquela cena.
- Arthur... - ela disse com a tão doce que até ela mesma estranhou.
Ele virou-se pra ela percebendo só agora sua presença. Não escondeu o rosto. Era Lua que estava na porta o olhando com aqueles grandes olhos brilhantes... Não tinha o que temer.

Amor por contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora