- NÃOOO! - Sophia disse com os olhos arregaladas e as mãos na boca – Você não fez isso!
- Sim, eu disse. - Lua respondeu sentindo aquela pontada de satisfação.
Sophia parecia terrivelmente apavorada... Também puderá, até mesmo Lua ainda estava surpresa com a própria atitude na noite anterior.
- E depois? - Sophia perguntou curiosa – O que ela falou?
- Ela não disse nada. - Lua falou dando de ombros – Também não lhe dei tempo para fazê-lo. Virei as costas e saí.
- E Arthur lhe acompanhou ou ficou com ela?
- Sim. - ela disse de maneira fria.
Sophia estreitou os olhos como se quisesse ver por dentro de seus olhos:
- Vocês brigaram não é?
- É... mais ou menos... - Lua disse na retaguarda tentando esconder a aflição
- Qual foi a desculpa de Arthur?
- Ele disse que estavam falando com um tal de Jack Duarte, e que o homem tinha saído em busca de um ponche quando eu cheguei.
- E se Arthur estiver falando a verdade?
Lua ficou alguns segundos em silencio... Já havia perdido a conta de quantas vezes se fizera aquela mesma pergunta durante a noite.
- As coisas não mudariam tanto assim. Com o vestido que Perola estava usando não acho que ficar na companhia dela tenha sido um grande sacrifício.
- Ah, agora eu entendi! - Sophia disse soltando uma leve risadinha
- Entendeu o que? - Lua perguntou tendo quase certeza de que se zangaria com a resposta.
- O motivo de você estar brava não é o fato de Arthur tê-la deixado sozinha alguns minutos e sim o fato dele ficado alguns minutos com Perola.
- Esta insinuando que eu estou com ciúmes? - Lua perguntou irritada
- E não esta? - Sophia a desafiou.
- Claro que não! - Lua rebateu indignada
- Não minta! - a loira disse com aquele sorrisinho – Isso é puro e total ciúme!
- Não seja idiota!
- Então porque ficou tão brava quando viu os dois juntos?
- Sophia ele é meu marido! - ela disse balançando as mãos – E deixamos bem claro desde o inicio sobre a discrição que deveríamos ter sobre relacionamentos fora do casamento.
Sophia pensou um pouco e teve que concordar:
- É verdade, me lembro de termos exigido discrição.
- Então! - Lua disse parecendo aliviada – Ele estava flertando com ela em publico e na frente de toda aquela gente!'Eu não vou passar por idiota!
- Tem certeza que é só isso Lua? - Sophia parecia desconfiada
- É claro! Porque não seria?
- Porque existe um jeito muito fácil de dar o troco nisso... - o olhar de Sophia era divertido e diabólico ao mesmo tempo.
- Sobre o que você esta falando?
- Saia com outro cara. Dê o troco em Arthur. Mostre pra ele como é bom ser passado pra trás.
Lua sentiu os cabelos da nuca se arrepiarem. Sair com outro cara? Sophia estava maluca?
- Eu nem sequer conheço tantos homens assim aqui.
- Você não, mas eu sim. Se quiser te apresento um amigo o nome ... - Lua a interrompeu
- Eu não vou sair transando com qualquer um!
- E quem falou em sexo? Sai, jante e deixe Arthur morrendo de ciúmes assim como ele fez com você.
- Eu não fiquei com ciúmes! - ela rebateu na mesma hora parecendo ofendida
- Tudo bem... - a loira disse revirando os olhos - ... você não ficou, estava apenas preservando a imagem de seja lá o que for! Olhe pense bem, se você fizesse isso ... - o barulho da porta as interrompeu. Arthur havia chegado em casa.
As duas ficaram em silencio e segundos depois Arthur apareceu se juntando a elas:
- Soph. - ele disse forçando um sorriso – Como você esta?
- Bem e de saída. - a loira informou ignorando o olhar suplicante de Lua
- E o bebê?
- Arg.. continua me deixando enjoada. - ela fez uma careta e logo foi na direção de Lua lhe dando um abraço – já sabe.. se precisar.
- Não vou precisar. - ela garantiu sabendo perfeitamente do que Sophia se referia.
- Você que sabe. Mas é uma boa ideia! - ela acrescentou indo em direção a porta – Tchau! - ela gritou já do lado de fora. Assim que Lua ouviu o "tchau" de Sophia, virou-se sem encarar Arthur e começou a caminhar em direção as escadas.
- Temos que conversar. - ele disse logo atras dela
- Temos? - ela perguntou parando e o encarando por cima da ombro
- Sim. E você sabe. - ele insistiu
- Sei? - ela disse cruzando os braços em frente ao peito
- Vamos ficar nisso? - ele perguntou com ar zombeteiro
- Vamos? - ela provocou com o típico brilho de desafio nos olhos
Arthur suspirou mostrando impaciência e logo tratou de também cruzar os braços.
- Porque tem quer ser sempre tão estressante brigar com você?
- Estressante?
- Chega! - ele explodiu – Você parece uma criança quando age desse modo.
- Oh, então deveria subir para o meu quarto e como castigo ficar sem jantar para pensar no que eu fiz? - ela estava mesmo disposta a brigar
- Sim, talvez devesse. - ela fez menção a começar a subir as escadas mas ele tratou de dizer – Mas não agora. Primeiro vamos conversar.
Ela parou no primeiro degrau da escada e o olhou com impaciência:
- Porque eu tenho a impressão de que não vou gostar da conversa?
- Porque você realmente não vai. - ele disse sincero.
- Então vai lá, comece. - ela provocou voltando a cruzar os braços
Arthur ficou alguns minutos em silencio, pensando nas palavras certas para usar e de repente começou a falar:
- Você estava enganada ontem. - ele suspirou – Eu não estou nenhum pouco interessado em Perola. Como eu lhe disse estávamos com Jack Duarte e por coincidência quando você chegou ele tinha ido buscar uma bebida. E cale a boca, só eu falo. - ele tratou de avisar quando ela abriu a boca para retrucar – Você me disse que não aguenta mais brincar de casinha... eu também não aguento mais brigar com você por causa da Perola.
- Posso falar agora? - ela perguntou em um tom brincalhão.
- Porque você não gosta da Perola?
"Porque a Sophia tem razão, eu morro de ciúmes de você"
- Eu simplesmente não gosto dela.
- Simples assim? Sem motivo nenhum?
- Simples assim. - ela garantiu dando de ombros.
Arthur suspirou. Estava a cada dia mais difícil entender Lua... Porque mulheres tem sempre que ser tão complicadas?
Um silencio bastante significativo pairou sobre eles.
- Ontem ... - ela começou insegura e gaguejando – Quando você disse que... que.. quando você deu a entender que tinha algo entre nos...
- Eu estava falando a verdade. - ele garantiu - Nos dois sabemos disso e eu estou disposto a fazer qualquer coisa para que possamos tentar, não sei, talvez ficar juntos.
O coração de Lua passou a bater em uma pulsação desenfreada enquanto os pensamentos voavam afoitos em sua cabeça. Um brilho de esperança estava brotando de algum lugar no seu peito...
- Qualquer coisa? - ela perguntou enquanto ele dava um passo a mais para frente.
Ele apenas assentiu e continuou se aproximando. Ele encarou Lua diretamente nos olhos parando em sua frente a pouca distancia, e ela agradeceu por ter continuado no primeiro degrau da escada, porque agora, ambos estavam da mesma altura.
- Qualquer coisa ... - ele garantiu com a boca a milímetros da dela.
Lua sentia a respiração dele contra sua pele... a aproximação... a boca... Tentando pensar com clareza ela pediu:
- Demita Perola.
continua..
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Amor por contrato
RomanceQuando Lua Maria Blanco enviou seu currículo para a Empresa Aguiar, foi somente para deixar de ouvir Sophia lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal do presidente da empresa. ...