Sentimedos I

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Daniel

Acordei com o barulho da chuva lá fora. Era só o que faltava, isso não me impediria de ver minha pirralha. Levantei, fiz minhas higienes e desci. Meus pais estavam sentados, conversando sobre trabalho.

- Bom Dia pais - disse, abrindo a geladeira.

- Você vai comigo filho ? - ela perguntou, bebericando seu café.

- Vocês vão aonde ? - meu pai indagou, arqueando as sombrancelhas.

- Vamos ver algumas coisas John - ela respondeu

- Por que a nossa arteira não está vindo para casa ? - ele perguntou

Tava demorando. Não tínhamos mais desculpas e nem argumentos para inventar. Muito menos sabemos como contar a ele. Seria pior se ele soubesse pelo advogado ou por outros.

- Ela se apegou as amigas pai, melhor assim, ela está mais meiga - falei qualquer coisa

Ele me olhou desconfiado. Ela meiga ? Só se ouvesse lavagem celebral com mudança de personalidade.

[...]

Loren

- Brutamonte por que acordar a gente assim ? - levantei, me ajeitando

- Por que são as regras - ele deu de ombros

- Paul você namora ? - perguntei, bocejando

- Não, ainda não...

- Por isso é chato e solteiro - ri

Fui para o refeitório, peguei meu café da manhã e sentei. Paul era policial, ele trabalhava com policiais. Tá ai ! Tive uma idéia. Iria precisar da ajuda dele para saber sobre os parentes da Val.

- Pensativa - ela se sentou ao meu lado

- Tava pensando em uns negócios - sorri

Terminei meu café da manhã e segui para a cela. O tempo lá fora estava horrível, uma chuva desagradável. Peguei o celular e mandei uma mensagem para a vaca.

Assim como a chuva está caindo sem piedade eu irei pra cima de você cm tudo. Aguarde e verás o seu pesadelo em carne e osso. Bom Dia vaca.

Fiquei olhando para as paredes e imaginando como ela estaria feliz em me ver nessas condições e ainda por cima ter o babaca infeliz do meu irmão ao seu lado. Tudo que ele me disse foi asneira, lorota para me...

- Tem visita pra você anã - Paul veio com as algemas em mãos

- Puta merda já sabe que eu não vou fugir por que ainda teima em colocar essa bosta ? - levantei, estendendo a mão

- Não posso descomprir com as regras - ele disse me algemando

Fizemos o mesmo trajeto, tirou minhas algemas e entrei na sala de visitas. Minha mãe e aquele babaca estavam sentados. Subiu uma raiva ao ver a cara de pau dele. Senti braços me envolverem, minha raiva me cegou.

- O que você faz aqui ? Veio zombar da minha cara e depois ir falar pra tua puta ? Qual é o joguinho ? Some daqui seu babaca cretino - cuspi as palavras

- Loren o que aconteceu ? - nossa mãe me largou

- Qual foi pirralha ? Por que tá assim ? - ele levantou

- Ah vai me dizer que você não sabe ? É um cara de pau mesmo. Falso. Eu te odeio Daniel - me exaltei

- Isso não é novidade mas eu gostaria de saber o motivo agora - ele se aproximou

- Some daqui merda, some - começei a socar ele

- Loren o que está acontecendo ? - nossa mãe nos separou

Garota Encrenca[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora