17 | мαทcα∂α

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Bruna se empolgou e queria saber - tanto quanto eu. - quem era o remetente dos bilhetes. Do jeito que ela era louca, iria acordar no dia seguinte querendo sair perguntando pra todos os alunos. Mas quem quer que fosse, não ia se entregar tão facilmente, se não, não continuaria mandando-os anonimamente.

Mas por que eu?

Era o que me perguntava. Com centenas de alunos naquele colégio, ainda sim, tinha sobrado pra mim - como sempre.

Durante a madrugada demos uma passadinha na cantina pra fazer uma boquinha e voltamos para o quarto.

Amanheceu e seguimos com a mesma rotina de sempre, nos arrumamos, tomamos café e seguimos para a aula. Sentei, coloquei os fones e deitei a cabeça na mesa...

- LOREN - A professora arrancou meus fones, quase levando minha orelha junto.

- Precisa GRITAR ? - Cocei os olhos.

- Poderia nos dizer sua árvore genealógica!  - Pediu sarcástica.

- Por que faria isso ? - Arqueei as sobrancelhas.

- Para aumentar sua nota, talvez ? - Seguriu e revirei os olhos.

- Como nossa colega vai saber, professora, se nem mesmo sabe quem são os pais - A oxigenada debochou.

- Eu sei quem são - Fuzilei-a.

Daniel me olhava com culpa e ali soube que ele tinha abrido a boca e contado o que não deveria. Patrícia sabia que não éramos irmãos de sangue e consequentemente o por que de não sermos.

- Ah não sabe. Bem provável que nunca vá saber - Ela riu sem humor.

Levantei com tudo, passando pela professora e seguindo em passos duro até a mesa da projeto de Barbie do paraguai. Derrubei suas coisas e ela se levantou, ficando na minha frente.

- Então esse é seu ponto fraco ? -

Minha mão acertou em cheio sua cara rebocada de maguiagem e vi o local atingido ficar bastante avermelhado. 

- Você ainda tem muito que aprender - Murmurei encarando-a com raiva.

- Vou mandar as duas pra diretoria - A professora interviu.

- Chega Patrícia - O babaca pediu ficando ao meu lado. 

- Que ?! Vai ficar do lado dela agora ? É normal uma pessoa não ter família, afinal, nem todos possuem essa sorte - Ela proferiu.

- Cala essa boca garota - Gritei com ódio.

- Por quê ? - Massageava sua bochecha avermelhada.

- Você não tem nada haver com isso Paty! É um assunto de família...

Respirei fundo, sai da sala apressada, com o coração acelerado e detonado e me apoiei na parede.

- Vai defender ela agora ? - Ouvi ela gritar.

- Senhorita Folgerman, terei que a mandar para fora da sala se continuar gritando -

- Eu vou sim! Quantas vezes preciso for. Mesmo que ela não precise ou queira - Ele disse e meu coração palpitou forte.

Não fiquei para ouvir mais nada, corri para o único lugar que poderia me acalmar. Ala de natação. Era tranquilo e sem muito movimento. 

Me despi e mergulhei sem me importar por estar de roupas íntimas e não as recomendáveis.

Fechei os olhos e afundei nos meus pensamentos.

Daniel Duane Triss

Garota Encrenca[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora