Capítulo quarenta e sete

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Diane POV

Louis parecia chateado enquanto intercalava o olhar entre Daniel e eu.

Sentia-me encolher cada vez mais pois os seus claros olhos olhavam-nos daquela forma tão acusadora. Pena. Sentia pena dele. Mas, porquê?

Uma parte de mim queria sair a correr, fugir dali, esconder-se em algum sítio onde nunca me encontrassem. Mas outra parte desejava correr até Louis, abraçá-lo e não soltá-lo nunca mais.

- Quem é? - Perguntou Daniel.

- É... é o rapaz de que te falei.

- A sério? - A felicidade reinava nas suas feições e na sua voz. - Como me vou divertir...

Senti o seu musculado braço apertar ainda mais o meu corpo, colando-me tanto a ele que me sentia incomodada. 

Não estava preparada para atuar à frente de Louis. Interpretar o papel de "Namorada de Daniel" ia ser díficil, sobretudo quando apenas levava a sair com ele umas horas, e mais ainda quando era tudo mentira. Oxalá tivesse tido tempo para preparar um guião com as palavras certas para recitar. Merda, eu não tinha nem um pingo de atriz no corpo, porque merda tinha eu querido simular ter um namorado? Nunca mais na vida voltava a seguir um conselho de Sam.

Cada passo que dava fazia-me sentir como se estivesse num corredor da morte, prestes a ser executada da maneira mais dolorosa possível.

Quando chegámos perto do moreno, ele endireitou-se, separando as suas costas da porta.

- O-olá. - Murmurei.

- Olá. - Disse seco.

Daniel estendeu o braço que tinha livre e ofereceu a mão a Louis. Este observou o gesto com antipatia mas não aceitou a saudação e Daniel recolheu a mão.

- Sou Daniel, o namorado de Diane. E tu és...?

- Louis, um amigo. - Daniel torceu os lábios num sorriso.

- Encantado por te conhecer, Louis.

- Gostava de dizer o mesmo... - Murmurou num tom quase impercetível. Daniel abanou a cabeça e franziu a sobrancelha, observando Louis cuidadosamente, coisa que o chateou. - Porque merda olhas tanto? - Grunhiu.

- A tua cara é-me familiar... - Oh não. - Não nos vimos antes?

- Não. - Respondeu.

- Tens a certeza? Porque eu ia jurar que te tinha visto em algum lugar. E várias vezes. - Louis travou a saliva nervoso. Se ele descobrisse, tanto ele como eu estávamos acabados. 

- Daniel. - Intervi, libertando dissimuladamente o seu aperto. - Não insistas. Se ele diz que não é porque não.

Antes de dar tempo para respostas, peguei nas chaves de minha cara da minha mala e aproximei-me da porta. O elegante e fresco aroma da colónia de Louis perfurou as minhas fossas nasais ao passar ao seu lado, atordoando-me de maneira que não era capaz de acertar com a chave na fechadura.

- Deixa-me ajudar-te. - Murmurou Louis.

A sua mão roçou na minha, fechei os olhos e deixei que uma corrente elétrica se expandisse pelo meu corpo.  Ansiava-o tanto.

Ele pegou nas chaves de entre os meus dedos, encarregou-se de abrir a porta e os três entrámos dentro de casa. Quis pedir a Daniel para que se fosse embora para poder estar com Louis sozinha, mas não o fiz. Daniel tinha-me acompanhado até casa com a esperança de passar algum tempo comigo, mandá-lo embora seria muita antipatia.

Louis POV

Optei por ficar com eles dois sem saber porquê. Passar um bocado de tempo com Diane era o que no principio eu tinha em mente, mas agora este imbecil juntava-se. O seu namorado. A sério? O puto namorado? Por  favor, digam-me que a casa estava repleta de câmaras ocultas e em breves minutos alguém saísse a dizer que tudo isto era uma brincadeira.

Seguimos Diane até à sala, Daniel e eu sentamos-nos no sofá, um em cada ponta dele e Diane desapareceu.

Perfeito, o que mais me faltava, ficar sozinho com este idiota.

- Assim que... - Começou a dizer. - És amigos da minha namorada? - "minha namorada", as minhas entranhas reviraram-se ao ouvir aquilo.

- Sim.

- Desde quando?

- Um par de meses.

- Ela nunca me falou de ti.

- Não tem porque o fazer. Tu falas das tuas amigas?

- Não.

- Pois. - Rematei. Ficou um silêncio e eu agradeci por isso.

- Estás interessado nela? - Perguntou tranquilamente. Olhei-o surpreendido pela pergunta.

- Isso não é do teu interesse.

- Oh, claro que é. Lembra-te, estamos a falar da minha namorada. Se de repente um amigo dela, o qual eu não conheço, se apresenta em sua casa e além disso, está interessado, asseguro-te é do meu fodido interesse.

Acabou, não tinha que aguentar mais este estúpido a soltar coisas idiotas pela boca. Levantei-me do sofá com intenção de ir buscá-la.

- Onde vais? - Perguntou.

- À casa de banho, queres vir e pegá-la enquanto mijo? - Perguntei com descaramento. Ele fez uma cara de nojo, sorri e saí da sala.

Ouvi ruído desde a cozinha. Entrei na divisão e vi Diane a pegar num dos copos do armário. Caminhei até ela tentando não fazer barulho. Ela assustou-se quando as minhas mãos pegaram na sua cintura.

- Queres dar-me um ataque de coração ou algo? - Gozou virando-se para mim. Sorri.

Abraçei-a fortemente pela cintura, escondi a cara na curva do seu pescoço e inalei o seu perfume. Sentia saudades deste odor.

- Porque vieste? - Sussurrou. Separei-me para a olhar diretamente nos olhos.

- Tinha dois dias livres e quis vir ver-te porque... - Não te cales agora, vamos, diz.

- Porque... - Ela encorajou-me a terminar a frase. Suspirei.

- Senti a tua falta. - Confessei no final.

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Yeyy! 

Outro capítulo!

O próximo é... muito bom! Mas só devo publicar ou amanhã à noite ou no domingo, se conseguir algum tempo para traduzir :3

Em dois dias publiquei 3 vezes :o acho que merece algo por isso, votem e comentem! Os votos têm descido e isso faz-me mesmo triste. 

Vamos lá meninas!

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