Capítulo Sessenta e Dois

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Diane POV

Não parava de me mover no banco, dava a impressão de que eu tinha um toque nervoso. Mordiscava os meus lábios, penteava o cabelo com os meus dedos, as minhas pernas tremiam...

Ouvi Will num tom baixo. Aproveitei que estávamos parados num semáforo para o olhar e assim perguntar:

- De que te ris? 

- De ti. - Respondeu sorrindo.

- De mim, porquê?

- Dos nervos. Parece que tens parkinson, não páras de te mexer.

- Que graça. Aproveita, bebe. - Virei a cara e cruzei os braços. 

- Estás chateada? 

- Não. - Disse, notoriamente irritada. 

- Vou tomar isso como um sim. - Will pousou a sua mão no meu joelho. - Não te chateies,  era uma brincadeira sem maldade, para aliviar a tensão.

- Fico irritada se quiser. - Ouço-o suspirar.

- Desculpa, está bem? Sabes que eu não queria desistir da aposta.

- Sim, claro. - Afastei a sua mão da minha perna. Ele bufou.

- Fodasse, que má que estás hoje, nem que fosse uma regra. - E por mais estúpido que fosse esse comentário, fez-me rir. - Achas-te piada a isso?

- Não. - Neguei, todavia sem o olhar diretamente.

- A mim parece-me que sim. - Respondeu de volta.

- Que não.

- Está bem, como queiras... 

O semáforo ficou verde e Will arrancou. Nenhum falou durante um bom bocado, até que a rádio começou a tocar "Story of My Life". Instintivamente aumentei o volume, algo que Will não pareceu gostar. Olhou-me de lado quando comecei a cantarolar a canção.

- Não sei como podes gostar desta merda.

- Lá por tu não gostares não significa que seja uma merda. E cala-te, não me estás a deixar ouvir a música. - Para deixar claro que não queria começar uma discussão, aumentei o volume do rádio. Consegui ouvi-lo bufar.

Continuei a cantar a letra até que chegou o solo de Louis. Deixei de cantar. Abandonei-me na sua voz, aguda, rouca e suave como as carícias que ele mesmo me dava.

- Porque te calas-te quando ele cantou? - Encolhei os ombros não sabendo o que responder.

- Não sei, mas faço isso na maioria das músicas, quando canta um solo, calo-me. É como se precisasse de me centrar por completo na sua voz, no que diz e como o dia... Tem uma voz preciosa, todos a têm, mas a sua é... especial. Ele é especial.

- Que melosa que és. - Gozou negando com a cabeça.

- Não sou. - Defendi-me envergonhada.

- Não, ás vezes és. Igual a Sam. Perdem as cuecas por eles. - Atacou. - Oh, por Deus, One Direction! Ai, são tão lindos. E as suas vozes, oh as suas vozes, são tão preciosas que molho as cuecas com os meus fluidos. Quero que me fodam enquanto me cantam ao ouvido. - Exagerou com uma voz irritantemente aguda. Sem importar-me se teríamos um acidente, dei-lhe um estalo no braço. - Ah, parva! 

- És um estúpido. Eu não digo isso. E Sam muito menos.

- Pouco falta. - Levantei a mão, e ele encolheu-se e deu um grande solavanco ao carro. Faltou pouco para que chocássemos contra um dos carros que vinham em sentido contrário.

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