Capítulo Quatorze

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Saí da farmácia cabis baixa, envergonhada e com um monte de nervos.

Acabara de comprar o meu primeiro teste de gravidez. Não tinha pensado comprar um destes dentro de quatro anos, o tempo que decidi não ter filhos.

Entrei no carro do Louis e dirigimo-nos até minha casa outra vez. Demorámos a chegar, já que tivémos que conduzir quase para fora da cidade para encontrar um farmácia que estivesse em serviço de noite.

Louis não tinha dito nada desde que lhe disse o nosso pequeno deslize. Enquanto lhe pedi que me levasse a uma farmácia apenas assentiu, estava pálido e assustado, igual a mim neste momento. Queria dizer-lhe algo para se acalmar ou para que pensasse noutra coisa, mas é que eu tão pouco tinha vontade de falar.

Apoiei a minha cabeça na janela e fixei o meu olhar na rua, à procura de algo que servisse de motivo de distração. Uns passeios vazios e umas quantas luzes a iluminar a escura cidade era o que via. E tão pouco podia afundar-me na canção que passava no rádio, o voluma era tão baixo que quase era inaudível.

A minha tentativa de me entreter tinha falhado.

 ***

Chegámos a minha casa e entrámos sem fazer muito barulho para Sam.

Fiz um gesto a Louis a indicar que me esperasse no quarto e fui para a casa de banho. Li as instruções e depois, fiz o que tinha que fazer e esperei o tempo estimado.

Estava tão consumida pelos nervos e a vontade de vomitar e chorar apoderaram-se de mim. Mantém a calma.

Saí da casa de banho com o teste de gravidez na mão e fui até ao meu quarto. Louis estava sentado na cama, com os cotovelos presos nos seus joelhos e a cara escondida entre as suas mãos. O sofrimento é mútuo, querido Louis.

Fechei a porta atrás de mim e fiquei apoiada na mesma. Louis levantou acabeça e olhou-me. Tinha os olhos vermelhos, tinha estado a chorar nos minutos em que estive na casa de banho? Não sabia que o facto de ele poder ter um filho comigo o aterrorizava assim tanto...

- E? - Perguntou. As palavras saíam com medo da sua boca.

- Temos que esperar uns dois minutos. - Exclareci.

Avançei até à cama e sentei-me ao seu lado. Eu queria perguntar se ele tinha estado a chorar, mas preferi deixar passar.

Peguei na sua mão e entrelaçei os meus dedos com os seus, ele olhou-me e sorriu frágilmente, na tentativa de encontrar alguma tranquilidade.

Nós ficámos em silêncio a olhar para um ponto fixo no chão.

- Diane. - Chamou a minha atenção. Fixei o meu olhar no dele novamente. Senti como apertava suavemente a minha mão de baixo da sua. - Aconteça o que acontecer, vou estar ao teu lado. - Diz totalmente sincero.

Sorri quando Louis depositou um beijo na minha testa.

Fechei fortemente os olhos, como se estivesse a tentar fugir à realidade, para depois olhar para o aparelho.

Ali estava, a resposta à nossa pergunta: uma simples risca significava que o resultado era negativo, que não estava grávida.

Quis saltar e gritar para aliviar a tensão desde que há uma hora nos acompanhava, mas detive-me. Vamos jogar um pouco contigo, Louis.

- Louis - Tentei parecer o mais triste possível.

- O que se passa? Estás...?

- Sim. - Sigo soltando uma pequena e falsa lágrima.

Os olhos de Louis estavam prestes a sair das suas órbitas. Ficou pálido que se confundia com um fantasma. Wow, ele acreditou. Sou melhor atriz do que eu pensava.

Mordi o meu lábio inferior, tentando reprimir uma gargalhada mas não aguentei mais e desmanchei-me a rir.

- Estou a brincar! - Digo entre risos. Sentia-me horrivelmente por rir-me das costas dele, mas foi por sua culpa que estávamos aqui a rezar silenciosamente para que este teste dissesse que não estava à espera de um bebé.

- O quê?! - Diz ainda pálido mas com um pequeno sorriso de alívio a aparecer no seu rosto.

- Desculpa, mas tu merecias que te fizesse sofrer. A próxima vez não te esqueças de usar proteção. - Voltei a rir-me e ele mandou-se sobre mim.

Fez com que eu subisse para a cama com as minhas pernas e acomodou-se entre elas. Arrancou o teste entre as minhas mãos e mandou-o para um canto qualquer do quarto. Pegou fortemente nos meus pulsos e levantou os meus braços, de modo que agora as minhas mãos descansassem por cima da minha cabeça no colchão.

- De modo que... Gostas de fazer-me sofrer? - Diz perigosamente perto da minha cara e totalmente sério.

Fiquei tensa com as suas palavras. Será que ficou chateado com a minha brincadeira ou apenas está a jogar comigo?

- Eu também sei como te posso fazer sofrer. - Exerceu mais pressão sobre os meus pulsos, os quais estavam presos de baixo das suas fortes mãos, mas não me magoava. - Claro que, de um modo algo distinto... E prazeroso. - Sorriu com malícia e em seguida supus o que se referia.

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