High School Dayton

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ATENÇÃO: Essa história ainda não foi revisada e reescrita. Os capítulos são narrados em terceira pessoa até o capítulo 'França' por conta disto. A partir deste então, a narrativa se dá em primeira pessoa por diversos personagens.

***

As gotas de suor trilhavam caminhos pelo seu pescoço, e o oxigênio estava fugindo de dentro do capacete. Talvez se devia pelo pouco tempo que restava para o fim da partida e pelo peso monstruoso da responsabilidade sobre seus ombros caso não conseguissem a pontuação necessária.

Seis pontos em um minuto e meio!

Tirou a luva e passou a mão nas bochechas por debaixo das grades, deixando-a ensopada. As panturrilhas já não doíam tanto depois do tempo que estava no Dayton, mas naquele dia tudo parecia estar dando errado, e suas pernas ardiam. Deu alguns pulos, sem tirar os olhos do quarterback do time adversário; ele parecia seguro e impiedoso ao lado do treinador. Deve ter sido de propósito o empurrão que deu em seu colega mais cedo, mas nenhum dos jogadores do High School Dayton estava se importando com nada a não ser passar para a próxima fase. Voltou a atenção para o próprio líder, dali não tinha como ver sua expressão; mas conhecia o melhor amigo e sabia que ele deveria estar milhares de vezes pior que ela.

— Pandora, por favor. — Bryan gritou em sua direção, sua voz era abafada. Ela balançou a cabeça, recolocando as luvas e puxou todo o ar que conseguiu para os pulmões.

— Que constrangedor vai ser uma desclassificação em casa. — Um desconhecido em posição de cornerback a provocou, pôde ver um sorriso no rosto comprido.

— A de vocês na próxima semana? Concordo com você. — Respondeu, de olho na jogada que aconteceria a sua esquerda. Faltavam 40 jardas e muita força de vontade.

— Você é uma... — A voz do outro esganiçou e foi a vez de Pandora sorrir.

— Garota? Que constrangedor perder para uma garota. — Murmurou, e sem tempo de ter uma retruca acompanhou os movimentos rápidos que sucederam. O center, Tyler passou a bola para Bryan Cooper que correu para trás e em um lance Pandora agarrou-a. Suas pernas não ardiam mais; pegavam fogo e não só as pernas; seu corpo inteiro. Sabia que estava correndo, mas não sentia mais. Via seus amigos sendo a barreira, e se esquivava como uma fumaça.

20 jardas.

Faltava muito pouco. Via berros dos seus companheiros de time, líderes de torcida insanas, barulhos de buzinas e faixas do High School Dayton penduradas de lado a lado da arquibancada. A bola parecia mais pesada? A adrenalina a fez rir.
Começou a correr em ziguezague, fazendo graça quando uma mão encostou-se a um dos seus ombros protegidos e seu pé firmou na grama, tropeçando. Suas pernas flexionaram e seu tornozelo concentrou a dor do mau jeito. A ignorou, jogando o cotovelo para trás e recebendo o apoio de Bradley, que tirou o jogador rival de seu caminho. Forçou seus músculos a obediência e jogou-se sobre a parte azul da end zone.

Touchdown.

Ficou quieta com a bola embaixo de si, mas isso não durou segundos até que um alvoroço de vozes masculinas berrassem a sua volta. Seus olhos estavam fechados com força enquanto mordia para aquietar os gemidos da nova torção.

— Pandora! — Reconheceu a voz de Tyler. Virou-se, estendendo a bola para ele e coagiu os lábios a um sorriso. — Dayton passou! — Incitou a baderna e o grupo todo num eco repetiu as palavras. Pandora apoiou as mãos no chão, com os olhos procurando a única pessoa que não seria constrangedor pedir socorro.

— Você tem que parar de fazer gracinha. — Disse a voz terna de Bryan, estendendo sua mão a dela. A menina rolou os olhos, aceitando o apoio. Não precisava usar o tato para saber que já tinha um tornozelo inchado. — Só corre da próxima vez.

Como Não Se Apaixonar Por Um QuarterbackOnde histórias criam vida. Descubra agora