Capítulo 11 - Uma noite de Pizza

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As pessoas devem estar ocupadas demais para se importarem.

Assim que voltamos para casa vi algumas marcas de areia no meu tapete, Amanda estava em pé em um canto da sala, imagino quanto tempo ela ficou em pé ali. Alexandre foi direito para o quarto, nem sorriu, nem olhou para ninguém, apenas correu escada a cima.

– O que deu nele? – Perguntou Amanda. Apenas dei de ombros.

– Como foi lá? – Pergunto.

– Legal. – Estranho o jeito como ela respondeu.

– Não conheço muito dessa palavra, porque eu não a uso com frequência, mas "legal" não deveria ser dito com um pouco mais de empolgação?

Ela engole a maior quantidade de ar que conseguiu e depois o solta em um grande bufo.

– Discuti com a Josephine e acho que ela não é garota que pensei que fosse.

– Como assim?

– Tudo bem, as aparências engam. – Ela diz. – Só que por causa disso não estou mais com vontade de sair, só quero me jogar em uma cama, só que eu disse para o pai que iria chegar tarde então ele saiu e não estou com nenhuma chave, o pior que ele me mandou mensagem dizendo que é para eu ir para a casa da Josephine... – ela bufa.

– Você pode ficar aqui se quiser. Tem vários quartos com camas por todos esses corredores.

Vejo um brilho em seu olhar, como se ela já tivesse planejado isso desde o começo.

– Você tem certeza? – Ela diz com um sorriso – Mas eu preciso de...

– Tem tudo no quarto de hospedes.

– Mas amanhã tem aula e...

– Tenho uniformes que eu nunca usei, posso te emprestar.

Ela me abraça animadamente.

Fico surpreendida.

– Você é incrível.

Levo-a até um dos quartos de hospedes e a deixo tomar um banho e trocar de roupas. Depois ficamos na sala conversando um pouco, é realmente divertido ter alguém da sua idade na sua casa e também é surpreendente como é interessante conhecer alguém da sua turma, poder falar sobre os trabalhos e dos professores, é até engraçado. Amanda é totalmente diferente do eu imaginei, sempre a vi como a pessoa mais repugnante da face da Terra, mas não, foi como ela disse as aparências enganam, ela é uma garota meiga, incrível, que luta pelos seus sonhos e não se importa com os desafios do caminho, ela diz que as pessoas que passaram pela vida dela foram importantes de certa forma, mas elas não permaneceram foi por um propósito. Nesse meio tempo ela perguntou, contadas vezes, sete vezes por Alexandre.

– Será que ele não vai descer? – Ela pergunta, comendo o chocolate preparado por Anne.

– Ele quem? – Pergunto.

– Otavio.

– Oitava. – Digo, com um sorriso irônico.

– Oitava o quê?

– Oitava vez que você pergunta por ele. – Enfio a colher dentro do chocolate, ela parece envergonhada.

– Nem percebi.

Observo ela ficar corada. E em segundos percebo pelo quê.

Alexandre passa por nós, mas não fala nada, ele vai direto para a cozinha, alguns segundos depois passa de novo por nós a caminho das escadas. Os olhos de Amanda brilhavam enquanto acompanhavam os passos dele.

Uma vez em uma lua azulWhere stories live. Discover now