Capítulo 8 - É difícil de explicar

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Você está cheio de emoções.

Tenho a impressão que tive um bom sonho, só acordo quando ouço um barulho vindo do meu computador. Ainda dormindo e carregando um urso vou até lá e clico em abrir.

– Olá, sono da tarde! – Bocejo, antes de prestar atenção que estou em um vídeo-chat. Com Dylan. Ele nunca tinha feito isso antes.

– Dylan? – Digo, surpresa.

– Isso na sua mão é o que eu penso que é?

– É sim. Ahai é um pequeno explorador, ele o encontrou. – Digo, carregando o urso como se fosse um troféu – Quem sabe ele não encontre meu celular também.

– É, tentei ligar para o seu celular, mas só dava caixa postal e... – paro de prestar atenção no que ele estava falando e observo seu olhar, em nenhum momento ele estava olhando para mim.

– Dylan – interrompo-o –, o que houve?

– Nada. – Retruca.

– Tem certeza? – Ergo uma sobrancelha. Ele faz que sim com a cabeça – O.K. você finge que está bem e eu finjo que acredito e nós fingimos que seguimos nossas vidas assim.

– Como estão as coisas por aí? – Ele pergunta.

– Meus pais estão aqui em casa. E por aí? – Respondo rápido.

– O quê? Como assim?

– Dylan! – Começo a ficar irritada – Para de ignorar e conta logo.

– Pamela e eu terminamos. – Ele finalmente diz, com lágrimas nos olhos.

– O QUÊ? – Grito. – Por quê?

– Longa história.

– Se é longa é melhor você começar a falar logo. – Digo, cruzando os braços.

– Alie, não quero falar sobre isso.

– Você não quer falar sobre isso ou não quer falar sobre isso comigo?

– Ai, Alie! – Ele explode – Eu só quero esquecer isso por um segundo. – Ele pega a maior quantidade de ar que consegue, provavelmente para tentar segurar as lágrimas – Pode me ajudar... – implora. Sinto que vou começar a chorar junto com ele. Abro a boca para falar quando ouço alguém ao fundo chamando por ele, deve ser o pai dele – preciso ir.

– Tudo bem. Vou encontrar o meu celular e colocá-lo para carregar.

– Consegue fazer isso até a noite? Posso te ligar, a gente pode conversar sobre o porquê da aparição repentina de seus pais ou sei lá. – Faço que sim com a cabeça – Obrigado.

Respiro fundo. A única vontade que tenho agora é de abraçá-lo, queria arrancá-lo de lá, queria passar por aquela tela de computador e poder está com ele, não entendo o motivo deles terem terminado, são perfeitos um para o outro.

Vasculho o meu quarto de cima a baixo e não encontro o celular. Canso depois de duas horas, mas não desisto, mas me dou uma pausa de cinco minutos. E em cinco minutos Ahai encontra o que eu passei duas horas procurando, estava embaixo do meu colchão.

– Você é incrível! – Eu o abraço. – Você é meu pequeno cão policial.

Pego o carregador, que é a única parte do meu celular que eu sempre sei aonde está, a maioria das pessoas esquece aonde deixou o carregador e não o celular eu sou totalmente o contrário, coloco meu celular para carregar. Já na tomada posso ligar o celular, quando liga ele trava um pouco porque está chegando várias mensagens na caixa postal e outras mensagens de texto. Abro as mensagens de texto primeiro, são mensagens de feliz aniversário e ele mandou uma foto, dele e de Pamela segurando uma faixa escrita feliz aniversário. Há várias mensagens de voz, a maioria delas foram enviadas no dia de Marte, ouço primeiro a que ele enviou no dia do meu aniversário, apenas ele e Pamela gritando feliz aniversário, tem umas duas mensagens assim, a terceira é apenas eles dois rindo, acho que um deles esbarrou e caiu em algum lugar e logo depois de mais gargalhadas Dylan fala que ele nem percebeu que ainda estava enviando mensagem de voz para mim. Mas a quarta, na quarta mensagem já não ouço mais Pamela, nem mesmo risos, Dylan parece está chorando.

Uma vez em uma lua azulWhere stories live. Discover now