Capítulo 21 - O inimigo que mora dentro de mim

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Seu inimigo não é aquele que segura a faca, mas aquele que a esconde atrás das costas e está ao seu lado.

Nos dias que se seguiram fui apenas para a escola, da escola para o meu quarto, não podia sair para lugar algum, também não sabia o motivo. Tive que implorar umas dez vezes para o meu avô para que ele me deixasse ir para a festa de Dylan, dei a condição de que não iria sozinha, acabou que Anne, Amanda, Alexandre e Breno irão também.

Bom, já estou aqui. Na aonde Dylan mora a dez anos, não venho aqui desde que ele se mudou, não tive mais permissão para vir aqui, não sei o motivo, mas não podia mais.

Chegamos a cidade já na sexta-feira e à noite, chegamos bem em cima da hora. A namorada de Dylan não pode vir nos buscar, então me mandou o endereço por mensagem, ainda levamos quase meia hora para chegar até o local.

- Anne, você comprou o que te pedi? - Pergunto a Anne.

- Sim. - Ela procura algo na bolsa e quando o encontra me entrega.

Anne me entrega uma sacola com dois caixinhas dentro, abro uma, abro a minha, dentro dessa caixa há uma pulseira, abro a outra há um cordão.

- Perfeito. - Digo, com brilhos nos olhos - Espero não ter lhe dado trabalho.

Finalmente estamos na festa, estávamos tão atrasados que pensei que não chegaria a tempo, ainda tivemos que ir no hotel, fazer registro, guardar as malas, trocar de roupas, pensei que teríamos terminado só no fim da noite, mas conseguimos chegar antes de Dylan.

- Que nostálgico. - Diz Alexandre.

Ia perguntar para ele o que ele quis dizer com isso, mas tinha uma pergunta melhor em mente, porque quando Pamela (lembrei o nome dela, como assim? Milagres acontecem) fugiu quando nos viu, mais especificamente, quando viu Alexandre.

- Ei, não é a Pam? - Questiona Breno.

Alexandre procura por alguns segundos, a avista e então vira de costas, se escondendo atrás de Breno que estava achando graça de tudo.

- O que está havendo? - Indago.

Amanda abre a boca, mas tenho a impressão que ela vai dizer que não faz a menor ideia, só que não dá tempo de ela responder, alguém fala primeiro que ela.

- Olha quem está aqui - alguém grita. - Os Setghs estão na área!

Breno e Alexandre procuram o dono da voz e o encontram bem rápido, um garoto de cabelo vermelho, bem branco, alto e magro.

- Não creio! - Diz Breno - Bento! - Eles se cumprimentam. Alexandre faz o mesmo. - A última vez que te vi seu cabelo estava laranja.

- Certas coisas nunca mudam. - Ele diz, eles se cumprimentam de novo.

O quê que está havendo? Sei que Breno e Alexandre são de outra cidade, mas não dessa, tenho certeza que eles não moravam no mesmo lugar que Dylan. Cem por cento de certeza. Talvez 99,9%.

Já estávamos na festa há algum tempo e nada de Dylan, eu já estava segurando a caixinha com o presente dele há muito tempo e já estava ficando cansada. Amanda me pegou olhando para Breno algumas vezes e todas essas vezes ela fez uma expressão engraçada no rosto, tentei convence-la, e a mim, de que só queria entender como eles conhecem tanta gente por aqui. Mas confesso que quero entender o motivo de Pamela está tentando ficar pelo menos dois metros de distância de Alexandre.

Amanda me entrega um suco.

- Sabe, fiquei surpresa com o seu convite!

- Por quê? - Tomo um gole do suco.

Uma vez em uma lua azulWhere stories live. Discover now