Capítulo 6 - O jogo

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É por que já tem alguém mais importante no seu coração?

Acordo na manhã seguinte com uma sensação boa deixada na minha boca. Sorrio sem motivo, em seguida me dou um tapa e vou para o banheiro tomar banho.

Meus dez dias de folga acabaram, hora da escola. Coloco o uniforme e desço, esse azul desse uniforme realmente me incomoda. Anne já pôs o meu café da manhã na mesa, Alexandre já está a mesa, mas Breno não. Sento-me.

– Bom dia, cunhadinha. – Diz Alexandre, com um sorriso imenso no rosto.

– Não, não me chame assim! – Digo, colocando suco no copo – Seu irmão já acordou?

– Está se arrumando. – Ele ainda está sorrindo, para que sorrir enquanto passa geleia na torrada? – Meu irmão é um cara de sorte – não entendo seu comentário e ele percebe –, você parece ser incrível.

– E por quê? – Questiono.

Ele abre a boca para responder, mas Breno aparece e ele se cala.

– Bom dia. – diz Breno, se sentando.

– Nero, você esqueceu sua gravata. – Diz Alexandre.

Breno passa a mão no pescoço e não encontra nada, Alexandre bagunça o cabelo dele e ele, como vingança, pega a gravata de Alexandre e coloca em seu pescoço, Alexandre a pega de volta e bagunça ainda mais o cabelo de Breno. Sorrio, entre um gole de suco, deve ser divertido conviver com o irmão. Breno se levanta e sai correndo.

– Vocês se dão muito bem, não é. – comento.

– É. Ele é uma ótima pessoa – ele faz uma pausa – para se ter como amigo.

Ia retrucar, mas Breno volta e Alexandre parece não querer falar sobre isso na frente dele, não sei o motivo, mas tenho a sensação de que Alexandre não me quer junto ao irmão.

Isaac nos leva a escola. Como sempre desço uma quadra antes, mas ele deixa os dois na porta do colégio. O sol está escaldante hoje, odeio essas mudanças climáticas.

Entro na sala, primeira aula, Stefan, tento ser a mais antipática possível. Stefan até que é um bom professor, explica bem, faz algumas piadas de vez em quando, trata os alunos bem e às vezes faz amizades com uns e outros, mas não tem jeito, eu não consigo gostar dele, por mais que tente, por mais que meu avô tenha pedido eu continuo a não gostar dele.

– Vocês irão fazer um trabalho, o prazo de entrega é de um mês. – Diz Stefan, a turma reclama – Em dupla, vocês iriam encontrar meios alternativos de adquirir energia.

– Como assim, energia? – Pergunta um dos nerds.

– Terão que acender uma lâmpada, fazer um carrinho andar, essas coisas, mas com outras formas de energia alternativa, como fezes de vaca, por exemplo. – Ele mal parou de falar e começou o tumulto para fazer as duplas – O.K. O.K., eu vou escolher as duplas – a turma reclama outra vez. Ele, literalmente, começou a apontar as pessoas – você e você, você e você – algumas pessoas gostaram de suas duplas outras nem tanto – você – ele aponta para mim, ergo uma sobrancelha – e você – olho para onde ele está apontando, Alexandre.

Aulas e mais aulas e mais aulas e mais aulas depois finalmente acaba. Isaac vem nos buscar.

Volta à rotina, jogo o sapato em um canto, mochila em outro, Anne os coloca no meu quarto. Deito-me no sofá e ligo a televisão, dois segundos depois Breno aparece e senta, ele coloca as minhas pernas em sua coxa. Eu rio, ele fica calado assistindo enquanto eu troco de canal aleatoriamente, definitivamente não tem nada passando.

Uma vez em uma lua azulWhere stories live. Discover now