Capítulo 7 - Pais em Casa

30 1 0
                                    

Olhar para você só me faz piorar.

Acordo na manhã do dia de Júpiter meio sonolenta, mas é dia de ir para a escola. É dia de encontrar com Stefan. É dia de começar o trabalho com a minha dupla. Hoje o dia vai ser cheio.

Assim que termino de me arrumar desço para tomar café da manhã. Por incrível que pareça Breno já estava lá, com a gravata desarrumada como sempre, mas Alexandre ainda não estava a mesa. Estranho.

– Bom dia. – digo, me sentando – Acordou cedo hoje.

– Pois é. – ele fala, tentando arrumar a gravata. Fico observando as tentativas falhas dele por algum tempo, até que decido ajuda-lo, me inclino um pouco e arrumo a gravata para ele.

– Pronto. – Digo, finalizando.

– Obrigado. – Ele diz, levanto minha cabeça e percebo que ele está tentando se aproximar um pouco mais, ele vai... afasto-me rápido.

Alexandre aparece, com o cabelo bagunçado.

– Nossa, por isso que vi que estava chovendo ontem à noite. Breno Nero, acordou cedo e sem minha ajuda. – Ele aplaude e depois se senta. – Olá, cunhadinha.

Apenas reviso os olhos.

Um Akita Japonês aparece correndo, com as patas sujas de lama, pela casa toda e logo atrás uma Anne cansada correndo atrás dele. Sorrio da cena, acho que ela estava tentando dar banho nele e ele deve ter pisado em uma poça de lama.

A porta se abre, e uma brisa me diz que a paz e a tranquilidade estão indo junto com ela, ouço uma voz conhecida:

– Odeio o clima dessa cidade, sempre quente.

Mãe.

Levanto-me rápido e corro até a porta, Mãe e Pai com uma mala um pouco maior, na verdade eles estão com uma mala, o que quer dizer que vão passar mais do que algumas horas.

– O que fazem aqui? – Questiono – Vocês já estiveram aqui, nesse milênio.

– Muito engraçado – diz meu pai.

Uma garota entra pela porta, cabelos loiros iguais ao da minha mãe e olhos azuis iguais do meu pai, ela é linda, deve ter entre 8 e 10 anos. Quando ela me vê, quando vê o tapa olho, dá um passo para trás. Ignoro a garota e a forma estranha como ela está me encarando.

– Por que essa mala? – Questiono.

– Vamos passar uma semana aqui. – Diz minha mãe. Meu queixo cai, esse deve ser o maior número de dias que eles já passaram aqui desde que nasci. Anne aparece ainda correndo atrás de Ahai, ela para quando vê meus pais – Mais o que significa isso? De onde esse cachorro surgiu? – A garota espirra – Livre-se dele imediatamente, minha filha é alérgica a cães – ela abraça a menina. 

Minha filha, se ela não está falando de mim, porque quando ela me chama de filha está sendo sarcástica, então essa deve ser... minha irmã?

Anne permanece parada, ela parece não saber o que fazer, olha para todos os lados menos para mim.

– Se livrar? – Repito. Acho graça. Ahai continua correndo pela casa – Ahai – chamo, no mesmo segundo ele para, não sei como, mas os animais sempre me obedecem, vovô dizia que eu tenho uma espécie de poder paralisante sobre eles. Sorrio com a lembrança.

– Leve esse cachorro para longe! – Ordena meu pai.

Anne pega Ahai no colo.

– Anne, leve-o e termine o banho dele, deixo-o na casinha dele até eu voltar. – Digo, Anne faz que sim com a cabeça e se retira. – Se livrar! – Repito rindo – Se livrem vocês dessa sua filha problemática.

Uma vez em uma lua azulWhere stories live. Discover now