Capítulo 22 - Violette

21 3 0
                                    

E é tão doce quando se é você mesmo.

É difícil controlar esse corpo, mas me sinto bem poderosa. Alie tem as habilidades dela e as minhas, essa garota é forte... não literalmente, nunca vi ninguém mais fraca que ela.

Ainda estou jogada no chão tentando descobri como controlar essas pernas.

E foi isso. Demorei quase uma hora para descobri como me levantar do chão, não sabia que iria demorar tanto tempo para aprender a usar essas pernas. Caminhei de uma forma estranha até o banheiro. Fiquei encarando as minhas mãos. Qual é Alie, você não sabe o quanto é divertido. Abri a torneira sem encostar nela, usei apenas a mente, da mesma forma escovei os dentes e tomei banho. Troco de roupa, o século XXI é incrível! A única ideia ruim que tive foi abrir as cortinas (claro, sem usar as mãos), porque quando as abri parecia que mil facas estavam sendo penetradas no meu olho direito.

Alguém abre a porta e me ver no chão, gritando de dor, essa pessoa fecha as cortinas.

– Alie, você está bem? – Ela me entrega algo, parece um tapa olho. Olho para essa pessoa, eu sei quem é, eu sei que sei quem é.

– Anne... – Tento – Estou bem, obrigada.

Ela me ajuda a levantar. Coloco o tapa olho.

– Você não deveria ter aberto as cortinas sem o tapa olho, está tentando ficar cega? Sei que é difícil, mas você não deve se maltratar.

Alie tem um sério problema com depressão, sinceramente, acho que ela não sabe como reagir as coisas ou quer chamar atenção.

– Quem está lá embaixo? – Pergunto.

– Sua tia-avó, irmã da mãe da sua mãe, sua mãe biológica. – Ela faz uma pausa – Ela quer levá-la, tenho certeza.

– Levar quem?

– Você.

– Sinto muito, mas tenho coisas para fazer. Com licença. – Digo, saindo do quarto.

Basicamente me joguei escada a baixo, não sei como consegui descer daquele jeito. Ao chegar na sala pude ouvir discussões, ainda estavam discutindo, parece que Alie é disputada. Ouvia uma voz de mulher que dizia que Alie não é normal para viver uma vida normal e várias vozes masculinas falando ao mesmo tempo.

Isso é tentador.

Já estava indo até lá quando alguém toca meu ombro.

– Alie, o que está havendo? – Essa garota... a amiga de Alie, a única amiga dela.

– Não sei. – Tento agir como Alie. – Não sei se quero saber...

A mulher me avista. Não consigo deixar de pensar que eu já vi essa mulher em algum lugar.

– Alie! – Ela grita, uma mulher já idosa começa a me chamar – Venha cá. – Aproximo-me hesitante, da forma que penso que Alie faria – Você não adoraria? Viver em um lugar aonde você não precisasse mais se esconder?

Era isso que eu quis a minha vida inteira.

– Eu gosto daqui. – Respondo olhando para o avô de Alie.

– Você poderia ser você mesma se viesse comigo. – A mulher olha para Stefan, estranhamente é a única pessoa que me lembro perfeitamente, estranhamente não, nunca se esquece alguém tão lindo – Stefan, meu sobrinho, você pode voltar se quiser.

Tenho vontade de sorrir.

Observo a aflição naquela sala, observo Stefan com dificuldades para responder, parece que a proposta é tentadora, mas há algo mais tentador em sua cabeça. Observo enquanto a amiga de Alie observa tudo e observo enquanto Breno... Jorge desce as escadas.

Uma vez em uma lua azulWhere stories live. Discover now