Capítulo 2 - Casa Cheia

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A boca é a origem do caos!

– O que fazem aqui? – Pergunto, jogando minha mochila em cima do sofá e em dois segundos Anne pega e leva para o meu quarto.

– Estamos em casa, amor – retruca a minha mãe.

– Dona Luiza, por que está me chamando assim?

– Por que chamou sua mãe pelo nome? – Pergunta meu pai.

– Não sei, Seu Pedro. – Digo, com arrogância. Sento-me no sofá e tiro o sapato, Anne já estava aqui para pegar meus tênis e levar para o meu quarto.

– Alie Jie Zero, você só me dá dor de cabeça. – Finalmente consigo reconhecer minha mãe. Não é como se eu achasse meu sobrenome bonito, mas é o sobrenome do avô e eu o amo por isso.

Começo a aplaudir.

– Ela lembra o meu nome! – Digo, sarcasticamente. Ouço um barulho vindo das escadas, estranhei, normalmente os empregados não fazem nenhum barulho, nem o barulho do aspirador de pó eu ouço. Então ouvi quem estava descendo as escadas, mas não acreditei no que estava ouvindo, ouvi também algo que não me agradou, alguém dizer "meu quarto é enorme". – O que está havendo aqui?

Do nada Alexandre Otavio Setgh e Breno Nero Setgh aparecem com um sorriso de orelha a orelha.

– Filha. – Diz minha mãe, se levantando do sofá – Esses são...

– Sei quem são – interrompo-a.

– Ótimo. – É assustador ver minha mãe sorrindo. – Vocês são agora colegas de quarto.

– Somos o quê, Dona Luiza? – Questiono, meu pai me olhou como se fosse me matar.

Percebo que Breno Nero Setgh ainda está um tanto incomodado com a minha presença, então finalmente percebo o que ele tanto encara, meu tapa olho, e percebo no olhar dele que ele quer me perguntar outra vez o que aconteceu com o meu olho.

Bufo. Jogo minhas pernas em cima da mesa de centro, Anne as empurra para o chão, ela odeia que eu faça isso, ela diz que posso fazer a bagunça que quiser no meu quarto, mas não na "sala dela".

– Não que eu esteja expulsando vocês da minha casa – digo a Alexandre Otavio Setgh e Breno Nero Setgh –, mas quando vocês vão embora?

– Provavelmente no fim do ano, filha. – Diz meu pai. Se eles me chamarem de novo de filha vou estrangular alguém.

– E vocês? – Pergunto aos meus pais.

Minha mãe rir, ergo uma sobrancelha.

– Amanhã. – Responde a minha mãe.

Bufo de novo. Espreguiço-me e começo a tirar o tapa olho. Anne pede desculpas para todo mundo, as pessoas começam a encará-la sem entender muita coisa, então ela se dirige a todas as janelas e começa as fechar.

– O que está fazendo? – Pergunta a minha mãe.

Reviro os olhos. Ao contrário da minha mãe, Anne tenta cuidar de mim, ela deve ter mais ou menos a idade da minha mãe e está aqui desde que eu nasci, meu avô a contratou para ser babá da minha tia, a irmã mais nova, adotiva, do meu pai. Anne não me deixa ficar em lugares com janelas abertas ou luzes muito fortes acesas e eu sempre tenho que ir em oftalmologistas, ela sempre vai comigo.

Tiro o tapa olho e jogo em cima da mesa, Anne o recolhe em dois segundos. Coço meus olhos e olho para cima, Alexandre Otavio Setgh e Breno Nero Setgh ficam de boca aberta e não escondem um segundo sequer a surpresa. Eu que deveria estar surpresa como eles podem ser irmãos gêmeos?

Uma vez em uma lua azulWhere stories live. Discover now