Capítulo 25 - Depois de alguns meses.

18 4 0
                                    

O último sorriso. Ou o primeiro sorriso?

Capítulo final

Quando abro os olhos a primeira coisa que vejo é o fim do dia. Sinto alguém pressionar a minha mão, viro para essa pessoa, vejo olhos sorridentes. Vejo Dylan. Ele solta a minha mão e sai correndo, provavelmente para chamar um médico.

Um monte de gente entra no quarto de uma vez só, meu pai, meu avô, Anne, Amanda e um monte de gente de jaleco branco.

– Alie, você consegue me ouvir? – Um médico pergunta. Faço que sim com a cabeça – Você sabe por que está aqui?

Abro a minha boca, mas apenas um grunhido sai dela.

– Eu... – finalmente consigo dizer algo entendido pela humanidade – fui atropela?

Depois disso tudo se tornou uma loucura. Ainda fiquei algum tempo no hospital fazendo exames, vendo se houve sequelas e tudo mais. Nesse tempo eu ainda não tinha visto Breno, me pergunto o que vai acontecer quando eu vê-lo.

Dylan entra.

– Olá. – Ele diz, com um sorriso de orelha a orelha.

– Você não sabe o quanto estou feliz em te ver. – digo, sorrindo também. – O que você fez nesse tempo que eu estive desacordada?

– Bom... bom... bom... – ele está enrolando – Depois da nossa última conversa por vídeo-chat resolvi ignorar você por um tempo, então não li seu e-mail. Fui para o outro país, passei algumas semanas lá, até que algo engraçado aconteceu e a primeira coisa que fiz foi ligar o computador e chamar você em um vídeo-chat. Eu li o seu e-mail e depois tentei falar com você, estranhei o fato de você nunca me atender, até Amanda atendeu, por coincidência ela precisava de algo que estava no seu quarto, e ela me contou tudo. Tive que esperar até as férias para poder vir e quando elas chegaram a primeira coisa que fiz foi vim correndo e foi no segundo que você acordou.

Engulo em seco. Sinto-me horrível.

– E o que era? A coisa engraçada que aconteceu.

Dylan sorri.

– Senti a sua falta. Realmente pensei que iria perdê-la.

– Você realmente achou que um carro seria capaz de me matar? Claro que não! – Brinco.

– Aonde está Amanda? Ainda não a vi nos últimos dois minutos.

– Acho que ela foi lanchar. – Amanda passa muito tempo aqui.

– O horário de visitas está quase acabando... e meus dias aqui também. – Ele diz.

– Vejo você amanhã? – Ignoro a última parte.

– Com certeza. – Ele beija a minha testa e sai.

Assim que Dylan sai Alexandre entra. Alexandre e Breno. Confesso que meu coração acelerou apenas vendo aqueles cabelos ruivos e pensei que ele iria sair do peito quando meu olhar chegou naqueles olhos brilhantes. Mas havia alguma coisa de errado com ele.

– Oi! – Diz um Alexandre sorridente – É tão bom ver que está bem melhor.

– Pois é, daqui a alguns dias poderia ir para casa. – Digo, tentando focar minha visão em Alexandre, mas meu olhar era sempre desviado para Breno, que parecia achar mais interessante ver o jarro de flores. – Como estão as coisas lá em casa?

Alexandre hesita em responder, ele até olha para Breno como se pedisse por ajuda. E é ignorado por ele, assim como eu estou sendo.

– Estamos de mudança.

– O quê? Por quê?

– Nossa mãe achou melhor assim. Estamos indo procurar um apartamento e quando encontramos ela vai falar com a sua m... dona Luiza.

– Eu não quero que se mudem.

Acredite ou não eu realmente acabei de dizer isso. Breno olha para mim por dois segundos e depois desvia o olhar.

– Sempre há a possibilidade de não encontrarmos o apartamento.

– Espero que não encontrem. – Digo.

Ele olha para Breno, como se pedisse para que ele diga alguma coisa.

– É melhor a gente ir, nossa mãe está esperando. – Alexandre me dá um abraço hesitante, ele mal me toca como se tivesse medo de me quebrar.

Eu abri a boca para falar, mas ele não me deu tempo, Breno saiu bem rápido. Sim, eu reparei naquele olhar frio dele.

Peguei o cobertor e cobrir até o meu nariz. Não entendo o que estou sentindo agora. É raiva ou chateação?

Ah, é! Estou com raiva.

Ele é um mentiroso.

Não acredito que acreditei nele.

Eu estava pronta para gritar essas palavras quando Breno aparece, ele fica me observando por alguns segundos, com um olhar meio tímido, depois caminha até mim e me beija. Quando o beijo termina ele mantei nossas testas encostadas.

– Estou confusa. – Eu o afasto.

– Por quê?

– Você ainda pergunta! – Cruzo os braços.

– Eu sempre disse que amava você, você! – Ele fala duas vezes para dá ênfase.

– Não estou entendendo nada, então qual o motivo de você ter me ignorado há alguns minutos? – Fuzilo.

– Não me odeie.

– Não prometo.

– Depois de tudo que aconteceu eu tinha tomado a decisão de que deveríamos ficar separados, por isso que não vim te visitar, porque sabia que no momento que olhasse para você eu...

Eu o beijo.

– Você é um idiota.

Ele toca no meu rosto, hesitante.

– Fiquei um bom tempo pensando no que ia dizer a você quando acordasse. Eu queria que eu tivesse sido a primeira pessoa que você visse quando acordasse.

– Você quer muitas coisas.

– Foi mal por tudo e obrigado por me salvar. – Ele diz, me deixando com uma sensação de déjà vu.

– Sabe, eu tentei te odiar, tentei muito, sinceramente não foi por falta de tentativa. – Ele sorri – Mas é difícil odiar alguém que tanto se ama, eu morreria por você de novo.

Ele me olha de um jeito estranho.

– Estou que uma sensação de déjà vu.

– Sério? Eu também! – Estranho.

Eu saí do hospital alguns dias mais tarde. O primeiro a me receber foi Ahai, ele já um cão adulto agora, está enorme, não posso mais carregá-lo como fazia antes. Logo em seguida vejo Anne, chorando rios de lágrimas, então meu avô e Stefan. E logo atrás meu pai.

Não sei quanto tempo esse clima bom vai durar, mas por enquanto é bom estar em casa.


Uma vez em uma lua azulWhere stories live. Discover now