Capítulo 12 - Um segundo de verdade

34 3 2
                                    

Naquela época, eu não sabia como era se sentir assim.

Foi divertido o caminho até a escola, mas quando chegamos na escola foi totalmente o contrário, parece que Josephine convenceu um monte de pessoas de que eu faço lavagem cerebral e que ela vai ser a salvadora, que ela vai trazer de volta tanto Amanda quando Breno.

Foi um dia longo de escola, mas finalmente pude voltar para casa, para minha paz e tranquilidade.

Quando cheguei em casa nem sequer olhei para Anne, apenas comi e depois me sentei no chão, perto da mesa de centro, para desenhar. Fiquei encarando o papel, o papel me encarou e nenhum desenho nascia, nada, eu estava simplesmente bloqueada, até que uma imagem veio à minha casa e eu a desenhei. Assim que termino o desenho fico encarando-o, por um longo tempo até que decido jogá-lo fora.

– O que você está fazendo?

Esse definitivamente foi o pior susto que já tomei na minha vida. O desenho voou da minha mão.

– Nada. – Retruco, enquanto o desenho voa.

Alexandre infelizmente o pega primeiro que eu. Ele fica fitando o desenho por um longo tempo.

– Você que fez? – Ele pergunta, faço que sim com a cabeça. Ele continuou encarando o desenho. Não sei se aquela cena aconteceu mesmo, mas ela se passou na minha cabeça e eu a desenhei – Esse sou eu e Amy? – Faço que sim com a cabeça – Estou a empurrando em um balanço?! – Faço que sim com a cabeça, ele se senta no sofá. – Como sabia sobre isso?

– Não sabia. Apenas imaginei a cena.

– Mas está perfeito! – Não sabia se ele esteva elogiando ou duvidando de mim – O sorriso dela, como ela gostava de ir bem no alto, o vento de jogava seus cabelos para longe, a felicidade que ela transmitia ao mundo, a minha cara de bobo. Tudo.

– Você pode ficar se quiser... – digo, mordendo os lábios.

– Obrigado...!

Ele se levanta do sofá e eu me levanto do chão.

– Posso fazer uma pergunta sobre ela? – Questiono, ele faz que sim com a cabeça, mas ainda olhando para o desenho – Por que ela foi enterrada aqui? Digo, por que não lá na... cidade de vocês – seja lá aonde for.

– Só porque ela adorava essa cidade, ela costumava a dizer que adorava tudo aqui, dizia que até a poluição daqui era "mais bonita", quem sabe o que isso quer dizer. – sorrio – Sabe, há coisas sobre ela, sobre mim, sobre Breno que você deveria saber e... – Ele faz uma pausa.

Seguro em sua mão.

– Tudo bem. Quando chegar a hora de saber eu saberei. – Digo, sorrindo. – Olha, desculpa ter sido muito... ruim... com você quando chegou, acontece que não foi a pior coisa que já aconteceu comigo a vinda de vocês, foi até bom. É bom sorrir de novo. É bom lembrar como se diz palavras como "desculpa" e "obrigada". Então, obrigada por isso.

Ele me abraça. Os abraços amigáveis que eu já tive na minha vida são contáveis, mas é incontável o tempo que faz que eu não sinto o abraço de alguém que considero um amigo, nem sabia que poderia usar essa palavra outra vez, mas há alguma coisa em Alexandre, se há alguém na Terra capaz de me fazer acreditar em amigos novamente esse alguém é Alexandre.

Eu estava na ponta do pé, percebi que Alexandre é um tanto mais alto do que eu, na verdade ele é um tantão mais algo que eu, porque ele é um tanto mais alto que Breno.

Ele dá um beijo na minha testa.

– Obrigado você. – Ele diz, sorrindo, parece que o sorriso de Alexandre finalmente voltou.

Uma vez em uma lua azulWhere stories live. Discover now