Capítulo 18 - Verdades a cada segundo

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Eu ainda preciso do meu felizes para sempre.

– Podemos conversar a sós? – Breno pede.

– Não. – Amanda se recusa a sair.

– Tudo bem por mim, mas você vai ouvir e se sentirá culpada por saber e não ter contado a sua amiga. – Ele não mostra nenhum sentimento em seu rosto, está duro como pedra, ele está bastante sério, nunca o vi com essa expressão. Ele olha para mim – Sim, houveram outras garotas, uma dela foi Josephine, estava com ela até o dia que você descobriu...

– Não quero ouvir. – Interrompo.

– Teve uma garota antes dela e...

– Eu disse que não quero ouvir – grito, interrompendo-o novamente – Sabe que me contando essas coisas só vai me fazer odiar você mais ainda.

– É a verdade. – Ele diz – Mas você não pode odiar a verdade.

Respiro fundo.

– Breno, é melhor você sair da minha frente. – Digo, ele suspira, mas abre a boca para continuar falando – Para! – Grito, ele abre a boca de novo – EU DISSE PARA CALAR A BOCA!

Não entendi como, fazia tempo que eu não me descontrolava desse jeito. Por sorte ninguém se machucou. O copo que estava em cima da mesa de centro simplesmente explodiu e pedaços de vidro voaram por toda parte.

– O que foi isso? – Amanda pergunta.

Eu estou paralisada, observando o lugar aonde o copo estava.

– Alguém se machucou?

Continuo paralisada.

Olho para Amanda e depois para Breno, logo para o lugar aonde o copo estava. Corro escada a cima em direção ao meu quarto.

Bato a porta do meu quarto, tranco-a e mesmo assim fico atrás da porta, segurando-a. Minha respiração está ofegando. Meu Deus, o que eu fiz? Por que eu não consegui me controlar. Há anos que eu não fazia esse tipo de coisa, nem lembrava mais que era capaz de fazê-lo.

Alguém bate na porta do meu quarto. Por um ato reflexo jogo-me debaixo da cama, era o que eu fazia quando criança, quando me descontrolava desse jeito, trancava a porta do meu quarto e me jogava debaixo da cama.

– Alie. – É a voz de Amanda. – Abre a porta, podemos conversar?

– Vá embora. – Grito!

– Não. – Ela diz – Não, até você abrir a porta. – Ela faz uma pausa, como se esperasse uma resposta minha – Há algo que eu preciso te contar. – Outra pausa – É importante. – Outra pausa – Por favor.

Respiro fundo. Coloco a minha mão na maçaneta e hesito.

Não, não abre essa porta, por favor, não abre essa porta.

Abro a porta. Ela pula em mim e me abraça. Ela está rindo. Rindo.

– Por que está rindo? – Digo, pela primeira vez alguém me apavora com um sorriso.

– Alie, você viu o que você fez? Aquilo foi incrível. – Ela diz, sorrindo ainda.

– Com certeza. – Digo, irônica.

Reviro os olhos.

– Você tem água? – Ela pergunta.

Faço que sim com a cabeça. Aponto para o frigobar.

Ela vai até lá pega um pouco de água e o coloca em um copo, mas ela não o toma, apenas fica segurando-o em sua mão. Do nada a água começa a girar dentro do copo, mas girar muito rápido, parecia, literalmente, uma tempestade em copo d'água, a água parou de girar e começou a subir, sair do copo, ela subia em linha reta gota por gota, Amanda abre a boca e água vai em direção a sua boca, ela acabou de tomar água no ar.

Uma vez em uma lua azulWhere stories live. Discover now