Capítulo 7

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Me dirigi rapidamente ao caixa. Johnny era bem impaciente.

Paguei os 5 cafés que bebi nas duas horas em que conversei com Claire e seu, aparentemente, novo namorado, Ben.

Ao sair da cafeteria, vi Johnny parado em frente a uma caminhonete, grande e amarela, com um sorriso tão grande que me contagiou.

Eu corri em sua direção e olhei dentro da cominhonete pela janela. Era um pouco acabada mas dava para o gasto, além do mais, Johnny dava um jeito nisso depois, ele sempre dava.

- É pra mim?- Perguntei quase eufórica.

- Claro, An. - Ele sorriu e abriu os braços para um abraço.

An era o melhor apelido que ele inventara para mim, mas, na maioria das vezes, ele só queria me implicar. Então eu era casualmente chamada de coisas como "cabeça vermelha" ou "vermelhinha" ou "pé mofado".

Admito, ele não era muito criativo com apelidos, ele só reutilizou nossos apelidos da escola. Já que éramos as únicas crianças ruivas, éramos freqüentemente apelidados com nomes que tinham a ver com a cor de nosso cabelo.

Já eu o chamava, as vezes, de Jo simplesmente por ter preguiça de falar Johnny, ou Jonathan, seu verdadeiro nome.

Ele abriu os braços para me abraças mas eu o ignorei e disse:

- Você sabe que eu odeio amarelo.- Eu realmente não gostava de amarelo, mas jamais reclamaria de um presente como esse.

Tentei parecer o mais convincente possível, mas ele sabia entrar na brincadeira.

- Você sabe que a cor do carro não importa né? Você não sabe dirigir de qualquer maneira...- Ele riu e eu o empurrei.

- Não tem graça. Eu vou aprender.- Cruzei os braços.

- Comigo a aula é de graça.- Ele balançou as chaves mais uma vez.

Rimos e entramos na caminhonete.

                           ...

Já eram nove horas quando decidi voltar ao dormitório.
Tive um dia longo e divertido com Johnny nas minhas vagas tentativas de dirigir.

O resultado foram várias lixeiras derrubadas e um pequeno amasso no carro de Jacob.

Confesso, queria muito amassar o carro dele e Johnny me encorajou, então foi o que aconteceu com seu enorme Land Rover Discovery 2015, prateado.

Eu, na verdade, não entendo nada sobre carros, mas, quando Jacob me levava para restaurantes ou cinemas ele falava muito sobre seu carro.

Antes eu só sabia a cor de seu carro, mas depois de ouvir mil vezes o modelo e o ano, aprendi alguma coisa.

                       ...

Ao chegar em meu apartamento escutei um barulho alto e vozes gritando.

Abri a porta e vi Ethan e dois amigos na sala de Tv jogando PlayStation.

A sala estava uma bagunça: Farelo e pacotes de biscoito espalhados pelo chão, pipoca no sofá e copos apoiados na minha belíssima mesa de centro preta.

- Je vais gagner!- Um dos meninos gritou enquanto apertava em uma rapidez uma combinação dos 10 botões que aquele controle devia ter.

Ele tinha pele escura e sua voz era forte, sua cabeça era raspada, mas ele era estiloso.

- Putain! Tu ne peux pas faire ça!- O outro largou o controle, parecia furioso, mas era bem bonito, forte, seus cabelos eram pretos e seus olhos azuis. Seu corpo era interessante, mas, como estava sentado, não tinha como reparar muito.

Quem eu menos esperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora