Capítulo 5

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- Hoje não.

Me levantei do sofá e dei um sorriso debochado. Ele gostava de brincar com as garotas? Pois é, eu conheço esse jogo, posso brincar também.

Ethan ficou parado de boca aberta um pouco irritado por eu ter recusado seu beijo.
Ele passou a língua nos lábios e se virou para mim.

- Primeira porta à direita.- Peguei o cobertor e o travesseiro que Ethan havia deixado em cima da mesa de centro e joguei nele.

Ele só fechou os olhos e ficou parado. Depois de alguns segundos, abriu os olhos com uma cara de quem ia me bater.

- Como é que é?- Ele se levantou.

- Seu quarto.

- Por que você me jogou o cobertor?- Ele se aproximou de mim.

- Porque eu que mando aqui, faço o que quiser.- Falei num leve tom de sarcasmo.

Ele sorriu, sem mostrar os dentes, e respondeu:

- Vamos ver então.

Ele me deu uma esbarrada, de leve, e foi para seu quarto. Eu apaguei as luzes e fiz o mesmo.

...

Acordei com um barulho de panelas.

"Que porra é essa?", meu primeiro pensamento.

De manhã, eu geralmente acordava bem, mas quando estava de mal humor era bom ficar longe.

Levantei da cama, me vesti com calças largas, camiseta branca e um par de tênis.
Olhei meu horário no quadro magnético que Claire havia me dado: Sexta-feira, finalmente.

Peguei minha bolsa, abri a porta do quarto e fui em direção à cozinha.

Senti um cheiro muito bom enquanto caminhava no corredor e, quando vi, Ethan estava usando o fogão.

-Fiz panquecas para você- Ele disse ainda um pouco atrapalhado com as panelas.

Panquecas, eu amava panquecas. Comia sempre que podia.

Quando eu era pequena, minha mãe preparava um café da manhã farto para mim e para meu pai.

Ela cozinhava tão bem que só saíamos da mesa quando o ônibus escolar chegava para me
buscar.

Meus pais eram donos de empresas multinacionais de jóias, então, eram muito ocupados para me levar à escola. Mas, sempre que podiam, passavam todo seu tempo livre me paparicando.

Meu irmão, Robert, era 12 anos mais velho que eu, mas nos dávamos muito bem e nossos pais nos davam todo o amor do mundo.

Hoje, meu irmão está com 30 anos é um advogado, casado e tem gêmeos de 6 anos, Paul e Ryan. Eles as vezes me visitavam, eu adorava cuidar dos gêmeos.

Ele está morando em Nova Iorque, Manhattan, e me parece ser um ótimo advogado, sempre o vejo em julgamentos na TV.

Meu pai foi para "um lugar melhor", deixando minha mãe, Ellie, tomando conta das empresas.

Ela fez uma parceria com a mãe de Claire, também dona de empresas,não tão grandes, mas ela sabia todas as "façanhas" desse negócio para ajudar na administração das filiais.

- Está tudo bem?- Ethan chegou perto de mim com a frigideira em uma mão, um prato na outra e perguntou.

Eu olhei para a panqueca no prato e lembrei de meu pai sorrindo para mim naquelas manhãs maravilhosas que tivemos em família.

Quem eu menos esperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora