Capítulo 10

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É Sábado. Dirigíamos noite afora cada vez mais distante dos estresses da universidade.

Apesar de estarmos de férias de meio de ano, ainda haviam as apresentações de dança, das quais eu não participaria, então podia ir para onde ele quisesse me levar.

Cortávamos o vento velozmente. Era a melhor sensação existente. É como se libertar de todo o seu passado e futuro, e viver nesta linha tênue que é o presente.

O melhor desse momento é a pessoa com quem o estou compartilhando. Ethan despertava alguma coisa especial dentro de mim. Ele era simplesmente inexplicável.

Sei que me apaixonarei por ele. Por cada parte das suas personalidades, as boas e as más. Mas cada pedaço de mim sabe o desastre que isso pode causar: Ele vai para seu país daqui a seis meses, mais precisamente, 5 meses e 2 semanas. E se eu me apaixonasse e me apegasse a essa louca mistura de sensações e emoções que era este garoto?

Não sei para onde estamos indo, mas para onde quer que seja estarei feliz. Me sinto segura, pois ele está confiante de para onde estamos indo. Vejo umas luzes se aproximando e logo diminuímos a velocidade da moto.

Paramos em um posto de gasolina tiramos nossos capacetes e ele sorriu para mim perguntando:

- Sabe a quanto tempo estamos na estrada?

Movo a cabeça em sinal de que não fazia idéia.

- Estamos a duas horas e meia viajando. Como você não queria ir pra casa e eu queria te surpreender, achei que fosse querer ir longe...- Ele se levanta da moto e põe a mão no bolso, tirando um cigarro.

O encaro com um olhar de desaprovação para o cigarro mas ele não se incomoda e pega o isqueiro para ascendê-lo.

- E para onde estamos indo?- Pergunto em dúvida.

- Se você quiser, de volta para casa. - Ele passa os dedos em suas mexas de cabelo desarrumadas e ascende o cigarro. - Se não, para Nova Iorque.

Sorrio ao refletir sobre suas atitudes, que me surpreendem cada vez mais.
Eu realmente achava um distúrbio me levar de um jantar em Vermont para Nova Iorque, no mesmo dia. Achava uma maluquice ele me tratar cada hora de um jeito, com suas 3 personalidades. Mas o mais absurdo da história toda é que eu estou começando gostar demais desses distúrbios e mudanças emocionais que ele possui.

Sinto uma sensação incomum na barriga, nervosismo talvez, mas eu realmente preferia pensar que era fome ao invés de pensar que era minha momentânea, eu acho, atração por seu sorriso torto e seu cigarro que combinavam nitidamente com sua aparência sexy.

- Sua sorte é que eu amo loucuras. - Respondo e ele se surpreende, levando em conta o tempo que levei para me acostumar com minha barriga, provavelmente ele achou que o comentário já tinha se perdido no ar.

Ele abre o sorriso mais malicioso possível e tiro o cigarro de sua boca  jogo no chão pisando em cima dele.

-Pare com essa mania de fumar.- Ordeno, tentando não parecer totalmente entregue a seu controle no momento.

Ele sorri de lado e pega outro.

- Você devia experimentar.- Sorriu e ascendeu novamente, me oferecendo em seguida.

Neguei com a cabeça e encarei a estrada.

Pensava sobre meu irmão e seus filhos, não os via a muito tempo.

Quem eu menos esperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora