Capítulo 13 - Primaveras

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Acordei no segundo que Clara se movimentou para sair de nosso abraço.

- Tenho que ir para a faculdade. Está muito cedo, amor. Volta a dormir – sussurrou e depois deu-me um beijo rápido.

- Faculdade? – perguntei.

- Tenho uma última prova hoje antes de ficar de férias.

- Que dia da semana é hoje? – perguntei, perdida.

- Sexta-feira – falou, calma.

- Merda! – Levantei de sobressalto. – Tenho que entregar um trabalho de sintaxe e eu nem fiz!

- Calma, que horas você tem que entregar? – perguntou, calma, apesar da minha agitação.

- Que horas são?

- São seis horas agora.

- Tenho que estregar às nove! E ainda tenho que aprender a fazer árvore sintática até lá! – falei, deixando de lado todo o sono que eu tinha.

- Árvore sintática? Eu amo isso! Posso te ajudar – falou, tranquila. – Vamos fazer assim: levanta, se arruma e vamos para a faculdade. Eu faço minha prova, sou bem rápida, e depois te encontro e vou te ajudando.

Concordei, mas, antes de me arrumar, puxei ela e a beijei longamente. Estava com saudades, mesmo com ela ali do meu lado.

- Saudades – ela disse como que lendo meus pensamentos.

- Eu também – sussurrei no seu ouvido, resistindo à vontade de continuar beijando seu pescoço. – Melhor você sair da minha frente ou eu não respondo mais pelos meus atos – disse, brincando.

Ela riu e, depois de uns minutos de provocação, saiu da cama e terminou de se arrumar. Fiz o mesmo e não demoramos.

- Sentem para tomar um café-da-manhã com a gente! – falou minha mãe ao passarmos pela sala.

- Mãe, você tem alguma fruta? – perguntei, pensando na Clara, enquanto servia um pouco de café para mim e pegava um pequeno pão.

- Não tenho nenhuma aqui em casa. Clara, come um pãozinho! – falou, simpática.

Percebi que Clara estava sem graça de recusar, mas sabia que ela não comia pão pela amanhã. Apenas suco, fruta ou sua água da fonte.

- Ela não come isso, mãe... – me adiantei.

- Não tem problema, Eleonora, acho que ainda tenho um pouco de água no carro – falou, simpática.

- Desculpa, minha filha, vamos comprar frutas para deixar aqui em casa – falou minha mãe, carinhosa. – Quais que você gosta?

- Qualquer uma está ótimo – respondeu Clara, também carinhosa.

- Ela gosta de uva itália, manga palmer, tangerina, laranja, melancia,... Gosta de frutas cítricas e aquosas pela manhã – respondi.

- Pode deixar que, da próxima vez, vai ter fruta para você.

- Obrigada, Eleonora! – sorriu Clara.

- Aproveita e compra água mineral também, mas tem que ser a minalba – falei enquanto Clara me empurrava para a porta.

- Eu dou trabalho, né? – ela brincou quando entramos no carro e ela buscou uma pequena garrafa térmica que sempre deixava no banco de trás.

- Você é estranha, mas eu te amo! – disse rindo e depois dando um beijo rápido em seus lábios.

Enquanto Clara foi fazer a prova, fiquei tentando fazer as árvores, mas era muito difícil porque eu não tinha aprendido a fazer nas aulas. Quando ela saiu, praticamente me explicou tudo sobre as árvores. Fez duas delas para me mostrar e depois eu tive que fazer mais duas sob sua supervisão.

Apesar de ser lua cheiaOnde histórias criam vida. Descubra agora