Acordei no segundo que Clara se movimentou para sair de nosso abraço.
- Tenho que ir para a faculdade. Está muito cedo, amor. Volta a dormir – sussurrou e depois deu-me um beijo rápido.
- Faculdade? – perguntei.
- Tenho uma última prova hoje antes de ficar de férias.
- Que dia da semana é hoje? – perguntei, perdida.
- Sexta-feira – falou, calma.
- Merda! – Levantei de sobressalto. – Tenho que entregar um trabalho de sintaxe e eu nem fiz!
- Calma, que horas você tem que entregar? – perguntou, calma, apesar da minha agitação.
- Que horas são?
- São seis horas agora.
- Tenho que estregar às nove! E ainda tenho que aprender a fazer árvore sintática até lá! – falei, deixando de lado todo o sono que eu tinha.
- Árvore sintática? Eu amo isso! Posso te ajudar – falou, tranquila. – Vamos fazer assim: levanta, se arruma e vamos para a faculdade. Eu faço minha prova, sou bem rápida, e depois te encontro e vou te ajudando.
Concordei, mas, antes de me arrumar, puxei ela e a beijei longamente. Estava com saudades, mesmo com ela ali do meu lado.
- Saudades – ela disse como que lendo meus pensamentos.
- Eu também – sussurrei no seu ouvido, resistindo à vontade de continuar beijando seu pescoço. – Melhor você sair da minha frente ou eu não respondo mais pelos meus atos – disse, brincando.
Ela riu e, depois de uns minutos de provocação, saiu da cama e terminou de se arrumar. Fiz o mesmo e não demoramos.
- Sentem para tomar um café-da-manhã com a gente! – falou minha mãe ao passarmos pela sala.
- Mãe, você tem alguma fruta? – perguntei, pensando na Clara, enquanto servia um pouco de café para mim e pegava um pequeno pão.
- Não tenho nenhuma aqui em casa. Clara, come um pãozinho! – falou, simpática.
Percebi que Clara estava sem graça de recusar, mas sabia que ela não comia pão pela amanhã. Apenas suco, fruta ou sua água da fonte.
- Ela não come isso, mãe... – me adiantei.
- Não tem problema, Eleonora, acho que ainda tenho um pouco de água no carro – falou, simpática.
- Desculpa, minha filha, vamos comprar frutas para deixar aqui em casa – falou minha mãe, carinhosa. – Quais que você gosta?
- Qualquer uma está ótimo – respondeu Clara, também carinhosa.
- Ela gosta de uva itália, manga palmer, tangerina, laranja, melancia,... Gosta de frutas cítricas e aquosas pela manhã – respondi.
- Pode deixar que, da próxima vez, vai ter fruta para você.
- Obrigada, Eleonora! – sorriu Clara.
- Aproveita e compra água mineral também, mas tem que ser a minalba – falei enquanto Clara me empurrava para a porta.
- Eu dou trabalho, né? – ela brincou quando entramos no carro e ela buscou uma pequena garrafa térmica que sempre deixava no banco de trás.
- Você é estranha, mas eu te amo! – disse rindo e depois dando um beijo rápido em seus lábios.
Enquanto Clara foi fazer a prova, fiquei tentando fazer as árvores, mas era muito difícil porque eu não tinha aprendido a fazer nas aulas. Quando ela saiu, praticamente me explicou tudo sobre as árvores. Fez duas delas para me mostrar e depois eu tive que fazer mais duas sob sua supervisão.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Apesar de ser lua cheia
RomanceAlexandra tem vinte e três anos e não gosta de responsabilidades. Tudo o que ela quer é continuar vivendo de bares, festas, boates, bebidas e mulheres. Tentando adiar sua formatura em Letras e o dia em que terá de começar a trabalhar, Alex decide fa...