Capítulo 7 - Luz do sol em forma líquida

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Entrei em casa bufando de raiva da Paloma, que ria da minha cara.

- Qual foi? Por que fez isso? – perguntei, possessa. O Lucas já estava em casa.

- Eu falei para você não ir lá – ele disse, rindo da confusão.

- Não te salvei, poxa? – falou, alta. – Achei que vocês tivessem voltado do motel e você queria dispensar a Menina-chata-puritana depois de ter comido ela – disse e começou a rir.

- Não fala assim da Clara! – disse furiosamente e claramente ofendida.

- O Lucas também achou que era isso!

- Não me mete nessa história – falou, ainda rindo.

Os dois estavam claramente muito bêbados. Com certeza tinham acabado de chegar da rua.

- Da próxima vez, não tenta me ajudar! – gritei com ela, que tentou ficar séria em vão.

Deixei aqueles bêbados rindo horrores na sala e saí para o meu quarto altamente irritada. Estava quase beijando a Clara. Estava tudo maravilhoso. Senti como se tivesse acordado de um sonho que eu não queria que terminasse, mas ali, naquele momento, pensando no que vivi com ela e na briga com meus amigos, fiquei na dúvida sobre qual parte era a realidade e qual era a ilusão.

Senti o meu celular vibrar na bolsa e sorri feliz pensando que seria Clara, e era.

- Oi – disse, carinhosa. – Cheguei bem, já estou em casa.

Ela parecia sorrir e, só de pensar nisso, esqueci minha irritação.

- Que bom! Desculpa pela Paloma, não sei o que deu nela – disse, sem graça.

- Não se preocupa – disse, amena. – Já disse que está tudo bem.

- Não ficou chateada? – perguntei, receosa.

- Não fiquei não – disse com certeza. – Relaxa, Alex! E vai dormir para você não perder aula amanhã! Já está tarde!

- Que horas são? – falei, procurando um relógio.

- Quase duas da manhã – respondeu-me.

- Nossa, estava perdida no tempo – sorri.

- Eu também – disse. – Obrigada pelo dia, gostei muito – completou, sincera.

- Fico feliz!

- Boa noite, Alex.

- Boa noite, Clara – pronunciei seu nome com gosto e ainda fiquei com o celular no ouvido mesmo depois da ligação ter terminado.

Deitei e sonhei com os lábios da Clara, que ainda não tinha conseguido beijar.

...

No dia seguinte, quando estava na faculdade, mandei mensagem para Clara perguntando se queria tomar um suco, mas ela disse que não tinha aula às segundas e passava o dia inteiro na escola. Ainda disse que Felipe e Maria Aparecida estavam me mandando "oi". Sorri ao lembrar deles e disse para ela mandar para eles "beijos e beldroegas". Depois ela respondeu dizendo que estavam todos rindo.

Quando voltei para casa, tinha um e-mail da Clara falando do meu artigo: "Muito bom! Você me mostrou detalhes sobre o romance que não tinha reparado e ainda percebi como esses detalhes acabam sendo o ponto principal de todo o livro! Fiquei com vontade de ler mais livros do Faria. Vamos conversar sobre isso melhor depois. E mais uma coisa: 'A Presença da Ausência' é um título perfeito. Obrigada por partilhá-lo comigo. Pode mandar mais se tiver! Beijos".

Apesar de ser lua cheiaOnde histórias criam vida. Descubra agora