A fuga

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Olá pessoal, mais um capítulo para vocês ótima leitura ;)

Panda conhecia demais seus amigos para saber que haviam sido vencidos pela curiosidade do mundo lá fora, assim como ela.

Não tinham nada a perder, se ficassem ali acabariam como os adultos, quase morrendo todos os dias de cansaço e ferimentos pelo trabalho forçado, nunca podendo ter a certeza se realmente tinha um mundo lá fora como diziam os idosos.

Ela sorriu satisfeita, pois sabia que eles iriam e com certeza ela iria com aquele rato, mesmo que quisesse esganá-lo, iria aproveitar a oportunidade que ele oferecia a eles.

— O que temos que fazer? — Perguntou agora ansiosa para sair dali.

— Primeiramente você, Panda. Tem que segurar minha cauda e não me perder no fundo da água, e quando eu subir a tona será quando você fara também para pegar ar. Eu farei isso quando achar o local seguro pra isso e nunca antes, entendeu?

— Sim e outra pergunta, como sabe os nossos nomes?

— Isso fica para depois, agora diz que entendeu essa parte da saída.

Panda assentiu e ele olhou para os outros.

— Depois dela virei aqui buscar outro de vocês e assim sucessivamente, fazendo da mesma forma sempre. Só subirão a tona quando sentirem que eu estou subindo e pegarão ar rapidamente voltando ao fundo.

Todos assentiram e agora o rato falou autoritário, quase aflito.

— Em nenhum momento poderão soltar meu rabo, em nenhum momento poderão puxar meu rabo. Mesmo que queiram dizer algo, terão que esperar termos saído da água, antes disso, não. Se concentrem apenas em seguir a mesma direção que eu, estamos entendidos?

Todos afirmaram e Panda não deixou de perceber que aqueles exemplos de puxar o rabo para mostrar que queria falar algo havia sido uma situação já vivida por aquele rato, concluiu que ele já era experiente naquilo de resgatar então... Quantas colônias havia? E quantos Piromantos existiam?

— Panda, eu estou falando com você.

— Desculpa, estava distraída.

— Deixa distração para depois agora precisa de toda atenção possível, eu disse que está na hora de irmos.

Panda afirmou já na margem pronta para pular assim que o rato pulasse.

— Sem fazer barulho. — Disse ele escorregando pela água.

Apesar de não saber para onde iam e nunca ter tido uma experiência do tipo, ela sabia que aquilo era muito errado e não podiam ser pegos, então ao invés de pular se deixou escorregar até a água e lá ficou esperando o sinal dele. Ele levantou o rabo e ela segurou, se sentiu meio idiota, mas não iria largar aquele rabo nem por um pedaço de galinha.

Quando o rato fez sinal que era hora, ela puxou o ar várias vezes e o prendeu fechando bem a boca e então os dois afundaram.

Ela começou a seguir a direção que o rato nadava. Era imensa a força daquele ratinho, apesar de ser pequeno ainda assim ela se sentia por muitas vezes puxada por ele.

Não precisava de ar por enquanto apesar de saber que estavam algum tempo nadando, mas a brincadeira de caça ao tesouro a havia deixado com grande capacidade de ficar no fundo da água.

Logo ela sentiu que o rato subia e seguiu seu movimento. Pegou uma lufada boa de ar depois de respirar várias vezes para descansar, e sem dizer palavra voltaram novamente a seguir.

Panda queria poder tocar o fundo, ali era lugar estranho a ela, nunca tinha vasculhado aquela parte e nem mesmo sabia que podia ir ali. De repente se deu conta que não sabia nada realmente, nunca tinha pensando em seguir o curso da água e ver o que acontecia, porque sua madre havia dito que não podia e não havia espaço para uma pessoa passar e ela burra e cega, não seguiu algum instinto de curiosidade, apenas assentiu e não pensou mais naquilo.

Sanoar 1- Crianças Herdeiras-(DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora