Sanoar 1- Crianças Herdeiras-(DEGUSTAÇÃO)

Sexo Frágil

Havia muitas outras tendas, uma fileira delas, crianças moças e homens andavam por todo lado.

Havia poucos idosos e os que ela via andavam tranquilos pelo lugar. Alguns deles com homens acompanhando e conversando amigavelmente.

— Permitem que idosos conversem com outras pessoas?

— E porque não permitiriam? Esses idosos são fieis ao rei. Alguns com sua sabedoria sabem resolver problemas que outros não têm nem ideia de como fazer. Outros são mestres que estão acompanhando as tropas para conhecer as crianças. Eles têm seu propósito de estar aqui, e devem ser respeitados, tem posições que os permite andar por todos os lados sem serem incomodados pelos soldados.

— Posições?

— Posição Panda, quer dizer que é uma pessoa importante, mais importante que eu e você, eles tem que ser respeitados porque sabem coisas que não sabemos, me entende?

Isso era estranho para Panda, ali em cima eles eram respeitados por saberem coisas enquanto que na colônia eram excluídos e proibidos de conversar com os mais novos por saberem demais.

Alguns até mesmo eram condenados a virar alimento quando demonstravam saber algo que até mesmo os outros idosos não sabiam.

Panda sempre soube que quando diziam que eles viravam alimento, era quando decidiam adiantar o encontro deles com o Senhor do fogo branco. Nunca ninguém precisou lhe dizer isso.

— O que será feito conosco Délia? Ainda não sabemos nada sobre as Terras Ermas, nem sabemos por que nos tiraram da colônia.

— Tenha paciência Panda, tudo será ao seu tempo, ainda não sou sua Aia, não posso participar desse seu esclarecimento porque mesmo que eu fosse sua Aia, não me caberia fazer isso.

Só posso te dizer que tudo dependerá de quando chegarmos ao reino. Nem mesmo esses idosos que estão aqui para analisar vocês, poderão lhes explicar isso. Só te digo uma coisa. Ande por ai, conheça pessoas, descubra o que não conhece.

Você tem um mundo inteiro para conhecer ainda, não perca tempo com isso, aproveita o que lhe é oferecido.

Panda acenou com a cabeça. — Até ondo eu posso ir?

— Até onde é seguro, saberá aonde não é seguro quando os guardas lhe pedirem que volte. Respeite suas ordens, eles só não a deixarão passar se você chegar ao limite do acampamento aonde não tem segurança.

— E se os Piromantos já estiverem atrás de nós, como escaparemos deles?

— Isso deixe por conta dos sábios do acampamento. Se paramos aqui é porque eles podem manter nossa segurança nesse local sem que os Piromantos nos encontre. Por isso menina, vá brincar com seus amigos, os encontre por ai, que tenho que ir ter com o mestre das ervas para vermos se damos um jeito em sua pele doente.

Panda ficou ainda um tempo parada vendo Délia andar para a outra fileira de tendas.

Eram três fileiras com poucas tendas cada, uma com cores laranja, outras de cores amarelas com bandeiras em cada uma onde tinha um desenho que ela não soube distinguir, e no fim dessas duas primeiras, uma única tenda ligava as amarelas e laranjas fechando a rua que se formavam.

Essas tendas eram de cores diferentes, com bandeiras diferentes também, nem se interessou mais quando viu Délia entrar em uma tenda verde, com uma bandeira de desenho também de variados tons de verde.

Não saberia dizer que desenho era, pois não conhecia nada das Terras Ermas que pudesse assimilar.

Sabia o que era uma bandeira porque os Piromantos tinham a sua bandeira, não sabia se tinha cores vista a luz do dia, mas lembrava delas sempre penduradas no dia da purificação.