Companheiras quase mortas

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Não teve nem tempo de cair em um sono profundo, logo barulho de passos pelo quarto a fez acordar de sobressalto.

— Pelos vistos ainda estavam exaustas meninas. — Era o homem que tinha voltado. — Não se deram ao trabalho nem mesmo de fechar a porta antes de pegar no sono.

Atrás dele entrou Délia sorrindo, vendo ela ao lado do homem, ela parecia bem mais jovem que ele. Panda já conseguia distinguir um pouco a pessoa pela idade, e depois de ter visto vários homens e Aias com idades diferentes, sabia que Délia ainda era muito jovem.

Atrás dela entrou muitos homens carregando caixas e mais caixas, Panda levantou de um salto e sorriu para ela, o homem não deixou de prestar atenção nisso.

— Entendo porque a escolheu. — disse ele sorrindo. — Já criou um laço, isso é bom.

Délia sorriu para ele e disse de seguida.

— Essa é Panda, diferente das outras meninas ela é muito falante e curiosa, deve ser por isso que pegamos amizade facilmente.

— Então muito prazer Panda eu me chamo Alaor, sou o comandante.

Panda o olhou de esguelha. — Então é você que não quis ficar nesse quarto e se mudou para uma casa perto daqui?

Ele riu balançando a cabeça. — Vejo que não falei com as paredes, sim sou eu, não gosto de alojamentos, sempre acho que uma casa nos faz criar raízes e nos da a sensação boa de voltar para a casa depois de um longo dia de trabalho.

Ele sorriu para ela e olhou para as outras meninas que continuavam deitadas, acordadas e olhando para eles com os olhos sem vida, ele se virou para Délia.

— Acha que consegue um bom resultado com aquelas duas? Elas precisam de atenção, estão bem doentes, isso é visível.

— Vou analisar melhor e saber como estão, mas está claro que a saúde delas não está boa, principalmente dessa aqui. — ela apontou a menina mais velha e continuou falando, Panda viu que estava preocupada.

— Ela me parece estar fraca demais, totalmente desnutrida e febril, deve ter iniciado o turno, e imagino por sua aparência como foi sofrido.

O comandante assentiu e Panda viu que ele também parecia preocupado agora. — A outra me parece mais triste do que doente, mas ainda assim, não está em melhores condições e Panda também não tem boa saúde.

Délia parecia realmente preocupada — Verei como farei depois de conversar com elas.

— Então. — disse ele polidamente. — Bom trabalho e espero poder ver melhoras nelas, estão precisando de ajuda e de uma figura materna.

Délia não respondeu, apenas concordou olhando para a mais velha com verdadeira preocupação nos olhos, ele saiu depois de olhar novamente para cada uma, fechou a porta assim que todos os homens que tinham trazido as últimas caixas, se retiraram.

— Por onde vamos começar... Deixa-me ver. — Disse ela pensativa. — Já sei. — Ela entrou em direção à terceira porta.

Curiosa, Panda foi atrás, o quarto tinha três portas, uma era a do cômodo aonde pelo jeito, seria o quarto de Délia, a outra ao lado direito dava para uma espécie de banheiro.

Havia uma latrina, um cano que jorrava e uma pequena mesa onde agora Délia estava colocando vários frascos de vidro, potes de barro de tamanho grande, e muitas outras coisas estranhas para ela.

Tinha também um fogão com uma grande boca para aquecer água e vários tocos de madeira cortados e arrumados com esmero em um canto.

— Quer ajuda Délia?

Sanoar 1- Crianças Herdeiras-(DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora