Sanoar 1- Crianças Herdeiras-(DEGUSTAÇÃO)

Escolhas

Havia um senhor desdentado sentado em um banco afiando uma faca, não tinha cara de melhores amigos. Todos os tipos de carnes estavam à mostra, animais imensos pendurados ainda pingando sangue. Outros presos em gaiolas ainda vivos.

Panda viu uma imensa travessa com carnes fatiadas exatamente iguais um pedaço com outro que estava sobre uma bancada e ao lado, havia facas, cuitelos e facões de vários tamanhos.

Logo um murmúrio atrás de Panda a fez tomar um susto, era Cisco que não se conteve ao ver o que tinha na barraca.

— Bizarro não é?— Disse Panda.

— Nossa, isso aqui dá medo vamos sair daqui Panda.

Ela concordou e Cisco segurou sua mão, estava suada, sinal que ela estava apavorada com o que poderia encontrar na próxima barraca. Entraram juntas e o que viram era bem mais ameno.

Infinidades de pães e bolos estavam em uma mesa. Uma senhora gorda estava sentada ao lado da mesa e sorriu para elas assim que entraram. Não disse nada assim como o homem da outra barraca, mas pareceu mais amistosa que o outro.

Pequenos doces de vários tipos estavam em uma prateleira na parede, formas de vários tipos estavam dispostos em cima de um imenso forno, sacas de farinha estavam abertos encostados em outra parede.

Apesar de ser uma bela visão, aquela quantidade de comida não chamou atenção de Panda, não parecia nada fabuloso. Saiu da barraca ainda acompanhada de Cisco que também não pareceu se interessar.

Outra que entraram era em frente a que tinham saído, essa era meio escura e não tinha nada de importante aos olhos de Panda.

Apenas livros e mais livros, pergaminhos aos montes. Um ancião vestido de roupa marrom estava em pé ao lado de uma pilha de outros tantos livros, tinha um livro aberto nas mãos e o folheava com atenção.

Panda fez o mesmo, estava curiosa para ver o que tinha dentro de um deles, escolheu um de capa vermelha e o abriu, viu um monte de rabiscos, sabia que era letra porque os anciãos tinham lhe mostrado rabiscando no chão da toca com o dedo, mas não sabia o que significavam.

Pareciam somente rabiscos realmente e todos juntos no mesmo lugar.

Já Cisco pegou um e depois outro, em seguida um pergaminho, parecia deslumbrada com aquele monte de coisas velhas e sem sentido para Panda.

— Vamos sair daqui, muito sem graça Cisco.

— Não, espere um pouco, quero ver mais alguns.

Ela esperou ela ver mais dois e logo a chamou de novo, mas ela não parecia ouvir, olhava as figuras com total interesse. — Olha vou ver o que tem nas outras barracas nos encontramos depois.

Cisco fez um sinal distraído e continuou ali deslumbrada. Panda balançou a cabeça e saiu dali.

O cheiro do livro era bom, mas não conseguia ver o que Cisco via, e não entendia aquela curiosidade dela, pois sabia que ela também não conseguia entender o que tinha dentro deles.

Entrou na barraca ao lado, havia muita fumaça. Um líquido vermelho e vivo estava dentro de um tanque, e outro tanque com água estava ao lado do primeiro, um imenso fogo crepitava dentro de uma lareira.

Havia espadas, escudos, e tantas outras armas que Panda não sabia o nome, conhecia essas, por causa dos soldados que acompanharam eles no caminho. Um homem robusto e sujo de fuligem estava ali martelando uma bola vermelha, Panda não gostou nada do lugar e saiu rapidamente.

A próxima barraca era cheirosa, esse foi seu primeiro pensamento assim que entrou.

Havia ervas de todos os tipos, pedras de várias cores e tamanhos, umas que a deixavam hipnotizada com sua beleza, potes imensos com flores secas, era belo e cheiroso o lugar, ainda assim, Panda não ficou muito.