CAPÍTULO 7 Ana Gabriela

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CAPÍTULO 7

Ana Gabriela

Terça-feira, a minha semana acabou de começar e não está indo nada bem. Estou morta de cansada por conta dos exercícios, o dia de trabalho ontem foi puxado e para completar esse gerente novo está me tirando do sério...em todos os sentidos.

Levanto coloco uma saia justa de tecido acetinado azul petróleo, uma blusa leve de manga na cor creme e para arrematar decido colocar o minha sandália de salto largo nude, ela é só uma tira média no peito do pé e uma presa no calcanhar, porém o salto é todo costurado formando uns desenhos geométricos, foi amor à primeira vista quando eu a vi na vitrine. Mas depois de calçar, acho que não consigo andar tão rápido quanto preciso e resolvo ir de sapatilha e trocar no escritório.

Faço uma maquiagem leve e o meu famoso coque, vou até a cozinha, como alguma coisa rápida e saio em disparada, como sempre estou atrasada. Desço na porta do prédio, ofegante e com certeza devo estar com o rosto vermelho, são 08:45h e já faz um calor de 30 graus no Rio de Janeiro, o ônibus cheio não facilita a minha descida. Estou parada na frente do elevador quando reparo que ainda estou de sapatilha, olho para os lados e decido que o lado esquerdo da entrada é o lugar ideal para me trocar pois tem uma entradinha e posso me apoiar na parede. Com certa dificuldade, já que minha bolsa resolveu me atrapalhar, consigo calçar a sandália de salto em um pé e quando estou indo trocar o outro escuto alguém se aproximando e pergunta:

- Algum problema Srta Ana Gabriela?

Meu Deus, porque ele faz isso? Deve ser de propósito só pra me provocar. Acabo me desequilibrando e para não cair dou um giro simples que aprendi no balé e paro de frente pra ele, aquele olhar profundo me encara e isso me deixa furiosa, pois já pedi para ele não ficar tão próximo pois as pessoas podem comentar. Esse é o horário de entrada dos escritórios e muitas pessoas passam pela entrada do prédio, alguém pode nos ver e interpretar mal a situação.

No meio do meu diálogo interno ele me interrompe se desculpando e pergunta se estou bem, respondo que sim, mas ele insiste e comenta que meu rosto está vermelho. Para encurtar o assunto respondo que só estou trocando os sapatos quando ele me surpreende perguntando.

-Posso?

Fico passada com a pergunta mas faço cara de desentendida, pois não estou acreditando que ele quer trocar meus sapatos. Quem ele pensa que eu sou? A Cinderela????

Mas ele insite e aponta para a sandália que está na minha mão. GENTE como ele é insistente, faço a pior cara que encontro para fazê-lo desistir e respondo friamente que não acho apropriado e que eu mesma posso me calçar. Mas claro, ele insiste e diz que não quer que eu me machuque já que ele pode se abaixar (MORRI!) e fazer isso com segurança.

Estou pasma quando ele se ajoelha com a perna dobrada para eu apoiar o pé. Me desespero e peço para se levantar, ele se recusa, falo que estão todos olhando e pergunto o que vão pensar e ele me responde com toda calma.

- Que eu sou um cavalheiro!

Fico sem palavras e confesso que achei fofo, resolvo ceder, lhe entrego a sandália, tiro a sapatilha e lhe ofereço o pé, ele suspira parece nervoso, segura meu pé e me olha direto nos olhos, seu toque me causa calor e ele me massageia de forma delicada e nessa posição parece me adorar como a uma deusa.

Me sinto muito bem e tenho vontade que ele suba as mãos pela minha perna conforme o calor que estou sentindo, começo a hiperventilar, separo os lábios para poder puxar mais ar, nesse momento ele me olha e o calor chega ao meu rosto, ele calça a sandália, prende no meu calcanhar e apoia meu pé no chão.

No Ritmo do ZoukOnde histórias criam vida. Descubra agora