CAPÍTULO 14 Ricardo Gouvea

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CAPÍTULO 14

Ricardo Gouvea

Ana está com uma expressão de conflito interno, eu fico calado esperando ela decidir. Eu não quero pressioná-la, eu quero que ela se sinta à vontade estando comigo. Mas confesso que estou ansioso eu quero que ela aceite, quero passar mais tempo com ela. Não estou com nenhuma malícia, eu realmente quero sua companhia.

Ela olha da minha mão estendida para a bolsa, se levanta, coloca a bolsa no ombro e olha diretamente nos meus olhos. Fico tenso, é agora que ela vai fugir, como sempre faz.

- Ok.

Ela responde tão baixo que eu não tenho certeza se ouvi corretamente. Então resolvo verificar antes de ficar animado.

- Você vai dormir no hotel comigo?

- Ricardo, você tem que entender que isso não vai mudar nada entre nós. Eu continuo sendo sua secretária e não quero manter contato com você fora do trabalho.

Eu estou tão feliz que ela vai passar a noite comigo que nem discuto, depois a gente vê essa situação.

- Ok, sem problemas.

Respondo tentando soar o mais natural possível.

Saio do bar e fico na calçada esperando um taxi passar. Ana olha pra mim sorrindo e diz.

- Vem, tem um ponto de taxi logo ali. Não vamos ficar no meio da rua essa hora da madrugada é perigoso.

Conseguimos o taxi e fomos em silêncio até o hotel que era próximo de onde estávamos, Ana parece tensa e evita me olhar. Eu não gosto quando ela tenta se distanciar, será que não percebe a atração que existe entre nós? Ou percebe e tenta disfarçar? Fico na dúvida.

Eu nunca fui pegador, mas tive algumas namoradas. Todos os relacionamentos bem tranquilos, eu percebia o interesse da pessoa e me aproximava. Nunca precisei lidar com alguém que não me queria. Ou que achava que não me queria. Ana Gabriela me confunde totalmente!

Chegamos no hotel e vamos para o elevador, o silêncio mortal continua, mas eu não sei o que fazer ou o que falar. Acho melhor ficar quieto para não ter nenhum problema. Quando chegamos no andar ela me olha e eu indico a porta do meu quarto. Eu entro e fico esperando ela entrar, que continua parada na porta olhando em volta.

Resolvo perguntar pois estou totalmente perdido aqui.

- Ana, você que beber alguma coisa?

- Ha, não obrigada. Acho que já bebi demais por hoje.

- Ok, então entra, pode ficar a vontade.

- Obrigada.

Ela entra e coloca a bolsa na cadeira mais próxima e vai andando até a janela.

- A vista daqui é linda.

- Sim, eu gostei muito desse hotel. Vou sentir falta de acordar olhando o mar.

- O novo apartamento é longe da praia?

- Não, mas também não é próximo como o hotel.

- Entendi.

Ela olha novamente para a janela e resolvo falar para não voltar o silêncio constrangedor.

- Você que tomar um banho?

- Eu não tenho outra roupa.

- Vou pegar uma toalha e uma camisa pra você.

No Ritmo do ZoukOnde histórias criam vida. Descubra agora