CAPÍTULO 9 Ana Gabriela

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CAPÍTULO 9

Ana Gabriela

Eu fico paralisada no meio da rua com a reação do Sr Gouvea. Ele parecia irritado com a situação, mas o que eu posso fazer? Me desculpar? Pelo o que? Bom, vamos seguir em frente.

Entro no prédio, ele não está na entrada, pego o elevador e quando chego no meu andar passo pelo corredor oposto da sua sala. É melhor evitar um pouco. O dia está agitado, como sempre faço trezentas e cinquenta e quatro coisas ao mesmo tempo. Hoje o telefone resolveu tocar insistentemente. Tem um fornecedor que cismou de falar diretamente com o gerente do financeiro e liga toda hora. Eu já estou com vontade de mandá-lo para um lugar bem feio.

Meu estômago ronca e quando olho para o relógio já está na hora do almoço. Ligo pra Rê e confirmo que vamos sair juntas. Pego minha bolsa e vou para a recepção, quando escuto a voz do Dudu.

- Ei, vai aonde Gabi?

- Oi, Dudu. Vou almoçar com a Rê. Quer ir?

- Não posso. Tem uma conference call agora tenho que ficar por aqui, caso dê algum problema.

- Atá. Bom estou indo, qualquer coisa me liga.

- Ok.

Vou andando para a recepção quando lembro do celular, olho dentro da bolsa procurando por ele e quando chego na recepção falo com a Renata ainda procurando o celular.

- E então vamos almoçar?

Levanto o olhar e vejo o Sr Gouvea, paraliso. Ele está recebendo alguma coisa do restaurante Vida Verde, ele me olha, fala "Oi" e vai embora sem me olhar novamente. Eu me viro pra Renata e pergunto.

- Rê, o Sr Gouvea te pediu para encomendar o almoço?

- Não, ele mesmo pediu. Ele me ligou perguntando se eu tinha o telefone de algum restaurante que entregasse aqui. Eu falei que pediria pra você e ele falou que não, que ele mesmo poderia solicitar.

- Atá.

Fico um pouco sem graça, ele realmente estava me evitando. Não precisava tanto! Eu só não queria ter contato com ele fora do horário de trabalho, mas no escritório poderia continuar tudo igual. Acho que ele ficou chateado com a história do Dudu. Bom, vida que segue.

- Então vamos Rê?

- Vamos, deixa eu pegar minha bolsa.

Decidimos ir a um restaurante que fica um pouco mais distante mas que tem um rodízio de comida japonesa maravilhoso. A Rê não come mas lá também tem o buffet normal então nós duas vamos ficar satisfeitas. Chegamos já suadas devido ao calor, nos servimos e sentamos em uma mesa próxima da saída do ar condicionado.

- E então Rê, finalmente, me conta como foi o fim de semana.

- Aí Gabi! Eu estou precisando de um conselho.

- Sobre o que?

- Bom, você lembra que eu estava trocando mensagens com um carinha que faz faculdade com a minha irmã?

- Sim, o Pedro, certo?

- Isso. Bom, eu não tinha a intensão de sair com ele assim tão cedo mas na sexta-feira passada, quando eu cheguei em casa, ele estava lá com a minha irmã fazendo um trabalho para a faculdade. Quase tive um ataque cardíaco! Eu estava voltando da academia toda suada e descabelada. A VACA da minha irmã nem pra me avisar. Ela disse que eles resolveram de última hora e não achou que fosse demorar tanto, que se perderam no tempo e quando eu cheguei que ela percebeu que já estava tarde. Aí, ele veio me cumprimentar, eu não queria dar beijinho nele por causa do suor, mas ele me beijou assim mesmo e disse que eu estava tentadora daquela forma. Quase tive o segundo ataque cardíaco!

No Ritmo do ZoukOnde histórias criam vida. Descubra agora