"Não me importo,acredite.Se estou aqui é porque quero continuar com você"
- Anna...acorda minha filha. - abri os olhos devagar, sentindo um cheiro forte de álcool entrando pelo meu nariz.
- Jonas. - falei baixo enquanto o procurava ali na sala. Na verdade, primeiro eu vi se tudo não tinha sido um pesadelo. E não tinha sido, eu estava realmente ali, naquela sala.
- Ele foi embora minha filha. - minha mãe me disse me levantando do chão - Ele mandou avisar que...
- Mandou avisar nada! - falei alto a interrompendo - Onde ele mora mãe? Fala agora! - eu falei chorando e ela estava com uma cara péssima.
- Eu não posso...
- Claro que pode. - gritava - Não vêm com essa agora. Eu o amo mãe! Como você pode fazer isso comigo? Me chamar aqui...aposto que desde o começo achou que eu ia me afastar dele se soubesse de tudo não é? - ela se sentou e tapou o rosto com as mãos - Por favor, mãe. Eu o amo ele demais,não faz isso comigo. Me dê o endereço, por favor.
- Ok, tá bom. - ela disse derrotada - Eu te levo lá, pode ser? - concordei.
O caminho até lá foi rápido e silencioso, a não ser pelos meus soluços de tanto choro. Chorar...acho que eu nunca tinha feito tanto isso em um único dia. E parecia que eu ia chorar mais e mais. Eu sentia isso.
- É aquela ali. - minha mãe apontou pra uma casa que eu achei muito bonita - Quer que eu te espere?
- Não, eu não sei se vou demorar... - falei ainda chorando, só que agora bem menos.
Minha mãe não me respondeu mais nada, e me deixou do lado oposto da calçada da casa dele. Atravessei a rua correndo e fui até a varanda. Bati na porta e impacientemente esperei. Bati de novo. Esperaria a hora que fosse ali, para falar com ele. Olhei para o chão e meu coração batia cada vez mais forte. Ouvi um barulho na porta e ela foi um pouco aberta, revelando Jonas que não estava com uma cara nada boa. Ele viu que era eu e tentou fechar a porta, mas eu a empurrei para dentro, ficando muito nervosa.
- Deixa eu entrar, Jonas. - chorava agora feito criança.
- Anna, vai embora, é melhor. - ele respondeu, e estava do mesmo jeito ou pior do que eu.
- Deixa. - falei olhando para seu rosto profundamente - Eu não vou sair daqui enquanto você não abrir essa porta. - Ele suspirou e abriu a porta devagar, finalmente me deixando entrar.
- Anna, eu sinto muito... - ele passou a mão pelo rosto secando as lágrimas que ele havia deixado cair - Mas...eu tive que fazer aquilo. - ele se sentou no sofá.
- Eu sei Jonas, eu não estou brava com ninguém, eu só quero saber porque você foi embora do hospital.
- Mas não podemos continuar...
- Podemos sim. Você não sabe o quanto eu fiquei mal nesses últimos dias.
- Anna, sou um atraso na sua vida. - ele sussurrou enquanto me abraçava.
- Não é. Eu te amo, estou a partir de agora do seu lado. - me afastei do se abraço e olhei bem fundo aqueles olhos verdes - E prometo que vou fazer de tudo pra te salvar, pra te ajudar...
Ele me puxou para que me encolhesse em seu peito e fui o que fiz. Me senti completa, e por outro lado indefesa, mas protegida por ele. Fomos nos acalmando à medida que o tempo passava,e o silêncio predominava. Talvez fosse bom o silêncio.
- Você vai se arrepender. - ele quebrou o silêncio, dizendo isso com uma voz melancólica.
- Nunca. - suspirei - Eu só queria saber porque me evitou algumas vezes...
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Save You
RomanceA vida sempre prega uma dessas em você. Te faz querer loucamente uma pessoa,mesmo sabendo que ela esconde um segredo. Mesmo com todos os problemas, você se vê totalmente dependente daquela pessoa e não escolhe outro caminho: o acompanhará e o ajudar...