Capítulo 12

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"Não me importo,acredite.Se estou aqui é porque quero continuar com você"

- Anna...acorda minha filha. - abri os olhos devagar, sentindo um cheiro forte de álcool entrando pelo meu nariz.

- Jonas. - falei baixo enquanto o procurava ali na sala. Na verdade, primeiro eu vi se tudo não tinha sido um pesadelo. E não tinha sido, eu estava realmente ali, naquela sala.

- Ele foi embora minha filha. - minha mãe me disse me levantando do chão - Ele mandou avisar que...

- Mandou avisar nada! - falei alto a interrompendo - Onde ele mora mãe? Fala agora! - eu falei chorando e ela estava com uma cara péssima.

- Eu não posso...

- Claro que pode. - gritava - Não vêm com essa agora. Eu o amo mãe! Como você pode fazer isso comigo? Me chamar aqui...aposto que desde o começo achou que eu ia me afastar dele se soubesse de tudo não é? - ela se sentou e tapou o rosto com as mãos - Por favor, mãe. Eu o amo ele demais,não faz isso comigo. Me dê o endereço, por favor.

- Ok, tá bom. - ela disse derrotada - Eu te levo lá, pode ser? - concordei.

O caminho até lá foi rápido e silencioso, a não ser pelos meus soluços de tanto choro. Chorar...acho que eu nunca tinha feito tanto isso em um único dia. E parecia que eu ia chorar mais e mais. Eu sentia isso.

- É aquela ali. - minha mãe apontou pra uma casa que eu achei muito bonita - Quer que eu te espere?

- Não, eu não sei se vou demorar... - falei ainda chorando, só que agora bem menos.

Minha mãe não me respondeu mais nada, e me deixou do lado oposto da calçada da casa dele. Atravessei a rua correndo e fui até a varanda. Bati na porta e impacientemente esperei. Bati de novo. Esperaria a hora que fosse ali, para falar com ele. Olhei para o chão e meu coração batia cada vez mais forte. Ouvi um barulho na porta e ela foi um pouco aberta, revelando Jonas que não estava com uma cara nada boa. Ele viu que era eu e tentou fechar a porta, mas eu a empurrei para dentro, ficando muito nervosa.

- Deixa eu entrar, Jonas. - chorava agora feito criança.

- Anna, vai embora, é melhor. - ele respondeu, e estava do mesmo jeito ou pior do que eu.

- Deixa. - falei olhando para seu rosto profundamente - Eu não vou sair daqui enquanto você não abrir essa porta. - Ele suspirou e abriu a porta devagar, finalmente me deixando entrar.

- Anna, eu sinto muito... - ele passou a mão pelo rosto secando as lágrimas que ele havia deixado cair - Mas...eu tive que fazer aquilo. - ele se sentou no sofá.

- Eu sei Jonas, eu não estou brava com ninguém, eu só quero saber porque você foi embora do hospital. 

- Mas não podemos continuar...

- Podemos sim. Você não sabe o quanto eu fiquei mal nesses últimos dias.

- Anna, sou um atraso na sua vida. - ele sussurrou enquanto me abraçava.

- Não é. Eu te amo, estou a partir de agora do seu lado. - me afastei do se abraço e olhei bem fundo aqueles olhos verdes - E prometo que vou fazer de tudo pra te salvar, pra te ajudar...

Ele me puxou para que me encolhesse em seu peito e fui o que fiz. Me senti completa, e por outro lado indefesa, mas protegida por ele. Fomos nos acalmando à medida que o tempo passava,e o silêncio predominava. Talvez fosse bom o silêncio.

- Você vai se arrepender. - ele quebrou o silêncio, dizendo isso com uma voz melancólica.

- Nunca. - suspirei - Eu só queria saber porque me evitou algumas vezes...

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