Capítulo 8

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"Quando alguma coisa fica cada vez maior,também fica mais difícil guardá-la só para nós mesmos."


Duas semanas indo quase todas as noites no parque. Duas semanas de um segredo só nosso, onde fazíamos questão de que ninguém soubesse de nada. Mesmo assim era um encontro restrito de somente dois amigos. A cada dia que se passava a amizade e afeto que eu sentia por ele aumentava. Nesses dias nós conversamos, cantamos...é, mais uma coisa que eu soube que ele fazia...tocar violão. E tocava muito bem, diga-se de passagem. Além disso dividíamos nossos problemas (bem, na verdade eu dividia com ele).

Ele me chamou para fôssemos 'gastar os 100 reais' juntos e acabamos marcando para hoje, sábado. Ele me pegaria na casa de Lucy, local onde eu estava agora.

-Veste essa aqui! - ela me jogou um vestido.

-Vestido? - fiz careta e devolvi o vestido jogando no ar - De jeito nenhum...vou com uma roupa básica mesmo. - apontei para o closet dela. - Me empresta aquela blusa e aquela calça ali? - fiz a minha melhor cara de cachorro pidão.

-Fazer o quê né? - ela disse pegando a roupa e me dando.

Depois de pronta...

-Viu? Bem melhor! - falei dando uma voltinha na frente do espelho.

-É, tá meia boca, mas você é linda de qualquer jeito mesmo. - ela riu.

-Ah não é nada especial, a gente só vai sair...não têm nada de mais... - dei de ombros.

-Uhum. - Lucy disse sorrindo - Eu sei bem. 

Aturei mais algumas piadinhas dela até que ele chegou. Lucy me desejou boa sorte...Boa sorte com o quê? Eu hein...

Andei até o carro olhando seu belo rosto e aquele cabelo todo despenteado...como era lindo. Ele tirou a atenção do rádio e olhou para mim, sorrindo de lado.  O beijei no rosto quando já ocupava o lugar do carona.

- Você está linda. - ele beijou minha mão e eu sorri - Bem, pra onde vamos? - ele perguntou.

- Primeiramente obrigada, e... eu pensei que você tinha algum plano. - respondi.

- Não, nem pensei em nada... - ele disse coçando a nuca. Ô mania...

- Bem, foi você quem me convidou por isso eu não pensei em nada. - falei rindo fraco.

- Mais os 100 reais são seus. - ele disse batucando no volante.

- Tá, então já sei pra onde. - ele me olhou esperando pelo lugar escolhido - Pra praça! - sorri.

- Ah não Anna...Lá já bastam as duas últimas semanas. - ele girou a chave do carro e sorriu. - Já sei pra onde te levo.

- Onde? - perguntei curiosa.

- Er...surpresa! - ele piscou.

Fiquei me roendo de ansiedade, mas fiquei quieta. Só me peguei algumas vezes batendo o pé, sinal de que estava nervosa, mais eu me superei e tratei de parar rapidinho com aqueles movimentos. Fiquei olhando atentamente pra cada rua que ele entrava. Ele parou na rua onde tinham muitas lojas, e logo me puxou pra dentro de uma joalheria.

- Jonas... - eu o chamei sussurrando e ele me ignorou - O quê está procurando aqui?

Ele ainda me ignorava e fez sinal pra uma vendedora que fez 'sim' com a cabeça e começou a procurar algo no balcão. Ela veio até nós com o que tanto procurava nas mãos e nos deu um 'Boa Noite' antes de entregar à Jonas as caixas.

Ele pegou a 1ª e antes de abrir ele olhou pra mim, sorrindo. Tá, eu não entendi nada. Ou parecia não querer entender o que estava pra acontecer. Ele abriu a caixinha revelando dentro dela 1 cordão que tinham pingentes que se encaixavam. Eu petrifiquei na hora e fiz uma cara de...sei lá. Uma pessoa sem jeito talvez?

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