Capítulo 17

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"Pode ser por medo,prevenção...Mas já estou cansada.Uns amassos sempre são bons,mas é bom saber aonde vão parar."

Acordei no domingo de tarde,umas 14:00 horas. Mas era domingo, e hoje podia...Quando entrei na cozinha encontrei um papel deixado em cima da bancada. Tinha algo escrito com a letra da minha mãe.

"Anna, já trabalhei no hospital de manhã e agora à tarde sairei com alguns amigos. Procure na caixinha da sala um papel com o símbolo do hospital. É para você e Jonas."

- Sair com amigos...ótimo! - murmurei enquanto ia pegar o tal do papel que ela falara. Achei e comecei a ler. Comecei a rir. A minha mãe conseguia ser ridícula às vezes...

Peguei meu celular e liguei para Jonas.

- Amor, o quê houve? - ouvi ele falando do outro lado.

- Oi, não é nada de mais. É só pra avisar que temos uma consulta marcada. Eu e você, na quarta...

***

- Palhaçada! - disse entrando no carro de Jonas e batendo a porta mais do que devia.

Já era quarta-feira e estávamos indo para o hospital. Nos últimos dias que havia se passado eu quase não falava nada pra minha mãe, e pelo conselho de Jonas não fui conversar ( na verdade seria gritar) sobre isso de 'marcação de consulta surpresa' com minha mãe.

- Calma, Anna. Eu acho normal. - ele disse quando parou no farol e colocou os óculos escuros. Como ele ficava lindo usando aquilo. Tá, usando ou não usando também. - A sua mãe só quer o melhor pra você.

- O melhor pra mim... - falei com ironia e rolei os olhos - O melhor pra mim na opinião dela é me ver longe de você, amor.

- Anna, tenha calma, por favor. - ele soltou uma das mãos do volante e pegou na minha - Eu estarei com você. - sorrimos fraco um para o outro.

- Ela tem que fazer as coisas se tornarem piores, né? - falei baixinho e ele apertou minha mão - O quê ela acha que a gente pode fazer?

- Tem certeza que não sabe? - ele olhou pra mim e fez uma cara maliciosa.

- Ai, Jonas. - disse rindo e tapando o rosto.Ele riu junto.

- O quê foi? Ah Anna, estamos namorando, certo? - ele desligou o carro. Já estávamos no estacionamento.

- Errado. - ele olhou pra mim sem entender - Não houve nenhum pedido formal ainda. - fiz bico.

- Pedir pra quem? Seu pai? Sua mãe? - meu biquinho atuado deu lugar a uma cara de tristeza, e Jonas percebeu isso.

- Anna, Anna... - ele se apressou em segurar meu rosto com as mãos - Me desculpe por ter falado isso... - concordei com a cabeça e ele me deu um selinho demorado.

- Vamos? - disse depois e ele concordou,abrindo a sua porta e logo depois abrindo a minha pra mim,juntando nossas mãos.

Fomos rapidamente até o interior do hospital. A médica que minha mãe tinha marcado era a que tinha feito o meu parto. Ela já era amiga da minha mãe há muito tempo e me conhecia desde...sempre!

- Ah,ótimo. - murmurei quando vi minha mãe vindo ao nosso encontro no corredor.

- Anna, acalme-se. - Jonas disse no meu ouvido baixinho e segurou em minha cintura com uma mão.

- Boa tarde. - Jonas falou educadamente pra ela. Ela nem merecia essa educação toda dele.

- Boa tarde. - ela respondeu.

- O quê veio fazer aqui? - perguntei com a voz meio alterada e senti Edwar apertar a mão em minha cintura.

- Eu vou entrar no consultório. - ela disse olhando pra nós dois - Com vocês.

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