"Estamos frente a frente expondo nossos medos,confissões...Afinal,podemos nos ajudar."
- Jogo Anna? Que jogo? - ele franziu a testa. Coitado acho que ele está pensando que vou fazer outra coisa...
- É um jogo que ajuda a gente a nos conhecer. Você pergunta algo do tipo: Um artista favorito? e eu respondo. É tipo assim...
- Acho que entendi. - ele respondeu.
Fomos pra sala e nos sentamos no chão. Enrolados em edredons que Jonas tinha pego. Eu comecei:
- Um amigo?
- Amigo...Não sei. Qual o nome do seu melhor amigo?
- David. - respondi.
- Então o meu melhor amigo também é ele. - eu ri - Ah,tem o Dan também.
- Dan? - eu não conhecia esse Dan...
- É...é um garotinho de 3 anos que têm cancer...
- Acho que sei quem é. - respondi depois de ter lembrado de ver Jonas segurando Dan em um dos dias em que fui no hospital.
- E você? - ele perguntou.
- Eu o quê?
- Um amigo.
- O David, Jonas. Já tinha dito. - nós rimos.
- Ah, é. - ele coçou a nuca.
- Pergunte agora. - fiz um gesto com a mão.
- Uma amiga.
- Dããã, a Lucy. - eu respondi sem nem pensar.
- Eu também, ela é a minha amiga. - ele riu - Depois de ter me ajudado hoje então...
- Verdade. Sinta-se sortudo. Agora sou eu...Uma cor?
- Azul,eu acho... - ele deu de ombros.
- Eu gosto de roxo. Acho que a maioria das coisas que tenho são roxas... - falei e esperei que ele continuasse.
- Ah é,sou eu... - ele mordeu o lábio inferior e parecia que estava pensando em algo pra perguntar - Uma decepção...
- Bem... - eu mexia em um detalhe da almofada - Acho que foi com meu pai. Mas, agora recentemente foi com a minha mãe, sabe? Tudo o que ela falou de nós dois...e também ela em nenhum momento mostrou estar aqui do nosso lado pra ajudar. Acho que é isso. - ele assentiu com a cabeça e ficou me olhando. Ele não precisava dizer nada. Eu entendia o que ele queria transmitir.
- Eu acho que decepção eu não tive com ninguém... Talvez comigo mesmo por não ter feito nada pra impedir a morte de meu irmãozinho e da minha mãe. Eu era louco pelo dia da chegada dele.
- Chegada? - eu perguntei confusa.
- É Anna. Minha mãe morreu com ele na barriga. Tentaram salvá-lo mais não deu certo. Foi horrível. Me tiraram as duas coisas mais importantes da minha vida de uma vez só. Mas, vamos terminar o assunto por aqui? - assenti - Vai, é a sua vez.
- Uma saudade? - ele mordeu o lábio inferior.
- Da família. - ele esticou as pernas.
- Eu sinto do meu pai. - ele concordou com a cabeça - Não o vejo há muito tempo. - fiz aceno com a mão - É a sua vez.
- Um medo?
- Tenho medo de perder você. - respondi sentindo os olhos cheios d'água.
- E eu tenho medo de acabar com a sua vida. - senti uma lágrima rolar em minha bochecha e ele veio pra mais perto passando a mão para secá-la, em seguida beijando-me na testa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Save You
RomanceA vida sempre prega uma dessas em você. Te faz querer loucamente uma pessoa,mesmo sabendo que ela esconde um segredo. Mesmo com todos os problemas, você se vê totalmente dependente daquela pessoa e não escolhe outro caminho: o acompanhará e o ajudar...