Capítulo Dezessete

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Eu não sou uma menininha inocente.
A vida está me ensinando a duras penas como ela verdadeiramente é.
E por isso sinto cheiro de algo errado neste quarto.
E eu tenho que confiar no meu instinto.
Até o último momento eu vou confiar no meu instinto.

Lucas não é culpado .

Somente essas três palavras martelavam na minha cabeça quando eu entrei na ambulância e segurei sua mão fria.

O corpo de Lucas que sempre me aqueceu e me confortou, agora estava frio e molenga.

Eu estava em choque. Olhava para Maurício sentado nesta ambulância ao meu lado e não tinha lágrimas para chorar.

Só clamava mentalmente para ter o meu Lucas de volta.

Chegamos ao hospital e Lucas foi rapidamente atendido.

Maurício o acompanhou a todo o momento.
Meus pais vieram para o hospital na companhia de Nívia e eles permaneceram ao meu lado na sala de espera.

Todos muito apreensivos e descrentes do que acabamos de presenciar.

O meu Lucas vai voltar!

Depois de quase uma hora esperando, Maurício veio ao nosso encontro na sala de espera.

Corri na frente e olhei fundo nos olhos do meu irmão.

― Então, quais as notícias?

Maurício segurou meu braço.

― Lucas está sendo acompanhado por uma vasta equipe. Colegas muito competentes.

― Ainda desacordado? ― perguntou Nívia, aproximando-se.

― Sim, ele ainda está desacordado.

― Por quê??? ― perguntei.

― Não sabemos nada de concreto. É muito prematuro ainda para dar um diagnóstico, pois Lucas está passando por diversos exames.

― Dani, por enquanto é apenas isso que Maurício pode dizer. ― Meu pai abraçou minha cintura.

― Não! Maurício, você tem que falar que o Lucas está acordado e bem! ― as lágrimas finalmente vieram.

― Você tem que manter-se calma. ―disse meu irmão.

― Isso temos que manter a calma.

― Doutor Maurício.

Um enfermeiro abriu a porta e chamou pelo meu irmão.

― Daniela, escute a Nívia! Fique calma, tudo vai dar certo. ― ele saiu.

Não conseguia parar de chorar.

Eu simplesmente desmoronei nos braços do meu pai.
Fui escorregando e só vi a minha mãe em minha frente com um copo de água e Nívia medindo minha pulsação.

Eu queria agora o Lucas que me levava em sua bicicleta para conhecer e viver os momentos mais maravilhosos.

― Você precisa se acalmar. ― repetiu Nívia.

― Filha, nós temos que ser fortes para ajudar o Lucas. ― disse minha mãe.

***

Mais algumas horas passaram-se e finalmente meu irmão retornou.

― Ele estabilizou, já está no quarto.

― Eu posso vê-lo? ― perguntei.

― Ainda não sei, mas prometo que você vai reencontrá-lo em breve.

Sonhos Roubados (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora